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Palavra do Pastor › 12/04/2020

Páscoa 2020

Com alegria, mesmo entre as dificuldades do tempo que estamos vivendo, celebramos a Páscoa do Senhor.

Estamos vivendo um tempo diferente por causa da pandemia do Coronavírus. Para nós é algo inédito, mas não para a Igreja, cuja presença no mundo há mais de 2 mil anos, já fez experimentar, muitas vezes, dificuldades similares e até piores.

Quantas vezes a Igreja passou por realidades difíceis e desafiadoras na sua existência e nas práticas da fé: invasões de outros povos, perseguições, doenças e pestes, isolamento e perseguição política, etc. E sempre, de uma forma ou de outra, os católicos, pessoalmente, em família ou em comunidades, celebraram os mistérios da Fé, especialmente a Páscoa.

Também nós vamos fazer acontecer em nossa vida pessoal, familiar e comunitária as expressões pascais de nossa fé. Os descrentes, os ateus, os agnósticos, os que abandonaram a Deus e a sua misericórdia, já há tempos cultivam a não celebração de Deus e de seus mistérios. São livres para isso. Mas, nós que cremos, “nós que somos de Deus” (1Jo 4,6), nos alegramos e festejamos a Ressurreição de Jesus, nosso Salvador.

“Assim como Cristo foi enviado pelo Pai, da mesma forma enviou os apóstolos, cheios do Espírito Santo, não só para pregarem o Evangelho a toda criatura, anunciarem que o Filho de Deus, pela sua Morte e Ressurreição, nos libertou do poder de satanás e da morte e nos transferiu para o reino do Pai, mas ainda para levarem a efeito o que anunciavam: a obra da salvação através do sacrifício e dos sacramentos, em torno dos quais gravita toda a vida litúrgica” (SC 6 – 19).

“Assim, Cristo ressuscitado, ao dar o Espírito Santo aos Apóstolos, conferiu-lhes o seu poder de santificação: eles tornam-se assim sinais sacramentais de Cristo. Pelo poder do mesmo Espírito Santo, os Apóstolos confiam este poder aos seus sucessores. Esta “sucessão apostólica” estrutura toda a vida litúrgica da Igreja” (CIC 1087).

A ressurreição não é um evento do passado, inscrito uma vez por todas na imobilidade da história: um evento passado não é mais atual, é fechado. Não é assim com a Ressurreição: ela opera hoje, pois é hoje que o Vivente para sempre dá o Espírito.

É por isso que os relatos evangélicos da Ressurreição são relatos de missão em si: os discípulos são enviados para anunciar que, em Jesus, Deus reconcilia o mundo (Mc 16, 16-20).

A missão dos discípulos é a forma que reveste doravante a ação do Ressuscitado. Para o Cristianismo, a Páscoa é a Solenidade das solenidades. A Festa das festas para o mundo cristão. A maior festa para o cristão.

A Páscoa é o dia da alegria, da certeza, do contentamento que ultrapassa todos os momentos de tristeza e fadiga. É a demonstração real da divindade de Cristo. É uma força, uma energia de amor, colocada como fermento na vida da pessoa ou como uma luz imensa, que se expande em níveis concêntricos, alimentando e fundamentando a esperança de que também, cada um de nós ressuscitará, porque como membros seguiremos a mesma sorte da “cabeça”, que é Cristo.

A Páscoa é a festa solene por excelência; é aleluia especial para a pessoa, é o grito de alegria para a humanidade inteira. É o “dia do Cristo Senhor’’, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, Criador Redentor e Glorificador de tudo que existe e é salvável; é o dia da Glória de Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. É contemporaneamente a Páscoa do Senhor e também “nossa Páscoa” presente e futura. Mistério dos mistérios.

A Eucaristia, como cume e fonte de toda a vida litúrgica, prolonga o mistério pascal na Igreja seja a nível quotidiano, semanal e anual.

Que brilhe em nós e em nossas comunidades de fé a luz do Círio Pascal, sinal do Senhor ressuscitado.

Que sejam fecundos em nós os óleos consagrados e abençoados para a santificação de todos os fiéis.

Que resplandeça em nós a alegria de sermos batizados em nome do Senhor Jesus.

Celebremos a Páscoa com a esperança de um dia celebrarmos a Páscoa definitiva com a cabeça da Igreja que é Jesus Cristo.

Feliz Páscoa!

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