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A Voz do Pastor › 01/10/2021

Sinodalidade: Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe e Sínodo dos Bispos 2023.

Dois acontecimentos marcam a Igreja Católica, a partir deste mês de outubro, mês missionário: a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe e o início da preparação do Sínodo dos Bispos para o ano de 2023. Estes eventos foram convocados pelo Papa Francisco e serão encaminhados em nosso continente e na Igreja do mundo inteiro. Os dois acontecimentos terão como tema fundamental a SINODALIDADE na vida da Igreja. Também nós da Diocese de São José dos Campos estamos e estaremos envolvidos nestes dois grandes momentos de vida eclesial.

Já estamos participando e colaborando com a preparação da Assembleia da América Latina e do Caribe, participando de forma “on-line” e presencial em nossa Diocese, das propostas de “escuta” e contribuição com os temas de trabalho. O Centro Diocesano de Pastoral está fazendo o processamento de nossas contribuições e enviando para a secretaria geral do CELAM.

A CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, nos anima neste trabalho. Vejamos: “O que faz a diferença é o participante”, afirmou dom Joel Portella Amado, que insistiu que “na Assembleia Eclesial participam todas as forças vivas”. O secretário geral da CNBB, destacou “essa capacidade de escuta mútua em torno de questões comuns”.

A Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, que se realizará de 21 a 28 de novembro de 2021, no entorno do Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, na Cidade do México, vai se tornando aos poucos mais conhecida.

É “um chamado do Papa Francisco a fazer um caminho sinodal, a colocar a sinodalidade a serviço do Reino”. Estamos diante de uma oportunidade para “escutar as alegrias e dores, e olhar para o futuro, planejar o futuro e depois viver esse futuro”, segundo dom Joel Portella Amado.

Tendo como princípio que “a Igreja é comunhão, comunhão de dons, comunhão de carismas”, o secretário geral da CNBB, afirmou que “essa comunhão se traduz em diversas formas, ela se traduz em escuta e diálogo para o discernimento”.

O bispo auxiliar do Rio de Janeiro, insistiu que “é preciso discernir, é preciso ouvir o Espírito, juntemo-nos, conversemos, rezemos”. Ele lembrou que as conferências na América Latina, têm sido realizadas pelos bispos, mas agora estamos ante “uma assembleia com todas as forças evangelizadoras, a partir, portanto, da beleza que é o Batismo”.

A Assembleia Eclesial pode ser definida como lugar de convocação do Povo de Deus, lembrando a Assembleia de Siquem, no Antigo Testamento, ou a ekklesia do Novo Testamento. Lembrando o lema da Assembleia, “Somos todos Discípulos Missionários em saída”, destacamos que os convocados são todo o Povo de Deus, lembrando a ligação dessa proposta com a eclesiologia do Concilio Vaticano II. Por isso a importância da oração e da preparação espiritual no processo da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe. A Assembleia tem uma profunda relação com a Conferência de Aparecida, celebrada em 2007. Foi um trabalho de muitas forças e uma experiência de comunhão com o povo, insistindo em que os bispos delegados se sentiram no meio do povo e isso apareceu na reflexão e no documento final. “O Documento de Aparecida está sendo atualizado pelo Papa Francisco”. Ele pensa que o documento “ficou um tempo adormecido”, muito restrito a um grupo pensador da Igreja. “O Papa Francisco fez com o que o documento de Aparecida saísse da América Latina e entrasse na Igreja do mundo inteiro.

 

Sínodo 2023: escutar o povo de Deus

O Processo sinodal começa no mês de outubro de 2021 e garantir a participação de todos é critério a respeitar. O Documento preparatório foi publicado em setembro. A 21 de maio deste ano de 2021 houve uma novidade no Vaticano: o Sínodo dos Bispos foi adiado para 2023. Agendado que estava para 2022, terá agora lugar no ano seguinte no mês de outubro, devido à pandemia. O tema da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos será aquele que já tinha sido anunciado: “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. Nesse anúncio ficamos sabendo que a verdadeira notícia não era o fato de o Sínodo dos bispos ter sido adiado para 2023, mas sim todo o percurso a concretizar até lá. Mais uma vez, a inspiração do Papa encontrou espaço para ver uma oportunidade nas tantas dificuldades que a pandemia de Covid-19 nos tem trazido. Assim, para sermos capazes de caminhar juntos, como significa a palavra sínodo, foi definido um calendário com fases diocesana e continental antes do Sínodo dos bispos de outubro de 2023. A nota da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos diz o seguinte: “O percurso para a celebração do Sínodo será dividido em três fases, entre outubro de 2021 e outubro de 2023, passando por uma fase diocesana e outra continental, que dará vida a dois instrumentos de trabalho diferentes, antes da fase definitiva, ao nível da Igreja universal”. “O Papa quando fala do Sínodo e do dinamismo sinodal diz que a sinodalidade é um caminho muito belo e o caminho da Igreja para o terceiro milênio. Uma palavra fácil de dizer, mas difícil de concretizar. Até porque a escuta pressupõe que se fale com liberdade.

 

Um grande desafio para as dioceses

É com humildade que as dioceses do mundo acolheram no último mês de setembro o processo sinodal. Numa decisão de aceleração do tempo histórico e aproveitando a pandêmica gestão do tempo a que estamos obrigados, o Papa Francisco não só faz do Sínodo o tema do Sínodo, mas força uma nova abordagem que será um grande desafio para todas as dioceses. O Santo Padre propõe, assim, uma “modalidade inédita” para a preparação deste grande evento com uma primeira fase vivida em trabalho de escuta em cada diocese e depois um outro momento alargado ao âmbito continental. O objetivo é a “escuta real do Povo de Deus” para que seja possível “garantir a participação de todos no processo sinodal” – pode ler-se na nota da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos.

 

Caminho diocesano e continental

Para o desenvolvimento deste processo de escuta, o Vaticano propõe que cada bispo nomeie uma equipe para a consulta sinodal. O mesmo deverá ser feito por cada Conferência Episcopal. A abertura oficial do Sínodo terá lugar neste ano de 2021, nos dias 9 e 10 de outubro no Vaticano. Em cada diocese o processo inicia-se a 17 de outubro. O processo diocesano deverá ser enviado para as respectivas conferências episcopais de modo que estas possam formular uma síntese antes de abril de 2022. Será produzido pela Secretaria Geral do Sínodo até setembro de 2022 um primeiro instrumento de trabalho (instrumentum laboris) juntando aos contributos das conferências episcopais, aqueles da Cúria Romana, de Universidades, Faculdades de Teologia, Uniões de Superiores e Superioras Gerais de Institutos Religiosos, Federações de Vida Consagrada e movimentos internacionais de leigos. De setembro de 2022 a março de 2023 decorrerá a fase continental do Sínodo. Cada assembleia continental aprovará um documento final. Até junho de 2023 será redigido um segundo instrumento de trabalho para a grande assembleia sinodal dos bispos que decorrerá em Roma em outubro de 2023.

Assim, celebrando os quarenta anos de criação e instalação de nossa Diocese, apresentei algumas ideias sobre estes dois grandes acontecimentos eclesiais, dos quais vamos participar com a oração, reflexão e colaboração. Vamos aproveitar todo o trabalho que faremos para atualizar o nosso PLANO DIOCESANO para os próximos anos.

Que a Virgem que se manifestou em Guadalupe, nos ajude nesta caminhada.

Dom José Valmor Cesar Teixeira, SDB

Bispo Diocesano

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