vocAÇÃO
O mês de agosto é dedicado às diversas vocações existentes na Igreja, seja a dos clérigos, a dos leigos bem como a das pessoas de vida consagrada. Todas as vocações são o chamado de Deus aos seus filhos e responder afirmativamente a este chamado é ter a plena certeza de uma vida verdadeiramente feliz. Refletiremos sobre a vocação ao ministério ordenado, o diácono e o padre, e também da religiosa, da família e do leigo, no papel de catequista.
Serviço: a identidade do diácono
A Igreja reconhece que o ministério eclesiástico foi instituído por Cristo, e, desde os tempos apostólicos, é exercido pelos bispos, presbíteros e diáconos (Cf LC 28). Portanto, é de instituição divina. O sacramento da ordem é dividido em três graus, como citado acima. O primeiro deles é o Diaconado; o segundo, o presbiterado e, o terceiro, o episcopado. O relacionamento dos três graus realiza-se através da unidade do Sacramento e da diversidade de carismas e funções (LG 20,28). Cada um dos três graus faz parte do único sacramento da Ordem e exprime, de modo oficial e público, o tríplice ministério de Cristo: Profeta, Sacerdote e Pastor.
Pela imposição das mãos do bispo, o diácono recebe, publicamente, e, de modo irrevogável e definitivo, o mandado e a missão do Serviço.
A identidade do diácono se encontra, portanto, antes de tudo, na ordem do Serviço. O diácono recebe uma graça sacramental que determina o espírito com que exerce o seu ministério. O diácono recebe uma marca indelével através da ordenação sacramental. É na sua significação que se encontra a especificidade do diaconado (Cf. DP 698). Além disso, a razão última do diaconado não deve ser procurada apenas no exercício externo de determinadas funções, mas, na participação especial da diaconia de Cristo, pela força do Espírito Santo. O Concílio Vaticano II afirma: “são-lhes impostas as mãos não para o sacerdócio, mas para o ministério” (LG 29). Certamente todo o batizado pode exercer a maior parte das funções diaconais. Deve evangelizar e multiplicar ações cristãs, tanto dentro como fora da comunidade; tornando-se diácono, ele fará, talvez, pouca coisa a mais. O importante é que, ordenando os diáconos, a Igreja evidencia que o Serviço da Palavra e da caridade, requerem testemunhar em integral comunhão com a Igreja, para poderem anunciar com autoridade a Palavra inefável da Salvação definitiva e irrevogável. A missão do diácono está ligada ao Cristo Servo. Ele coloca em evidência e potencializa para todo o Povo de Deus a dimensão do serviço (Diretrizes para o Diácono Permanente).
Caracteriza-se como ofício dos diáconos, a ajuda e o serviço à Palavra, à Liturgia e à Caridade. Entre estes, o Serviço à Caridade é o de maior valor, porém, fica claro que, ele sozinho não dá ao diácono um ministério fecundo, mas é preciso conciliar esses três pilares para serem fiéis ao ministério. (Considerações das Diretrizes Gerais para o Diaconado Permanente, Documento 74 CNBB)
Neste mês que celebramos as vocações, celebramos também São Lourenço, diácono e mártir da Igreja, padroeiro de todos os diáconos. Que possamos olhar as virtudes deste homem em seu ministério, e que ele interceda a Deus por todos os diáconos para que, a resposta ao Chamado de Deus à vocação diaconal seja cada dia mais eficaz.
Diácono José Silva
cooperador paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Soledade (Vista Verde – São José dos Campos) e coordenador da Comissão Diocesana dos Diáconos.
Sacerdócio: A alegria de servir
Neste ano, em 11 de Dezembro, completo 5 anos de Sacerdócio. O que posso afirmar pra vocês sobre minha vocação está intimamente ligado ao Ministério que Deus me confiou – Sacerdócio.
No início do ministério fiquei um pouco apreensivo, pois, tudo era novidade e junto com a novidade vinha a vontade de poder resolver todos os problemas do mundo. Mas, com o passar do tempo fui percebendo que não podia resolver nada, apenas podia estar no lugar certo e na hora certa, no momento que Deus providenciasse.
Hoje, trago comigo certezas que me fortalecem na fé e na vida. É Deus quem age através de mim. E sei que a alegria de Servir não está diretamente em mim, mas faz parte de um todo, que vem sendo preenchido desde que fui iniciado na fé, com o Batismo, e consequentemente, cultivado por pessoas, que são instrumentos de Deus em minha vida.
Nestes 5 anos de Sacerdócio o que mais tem me encantado é saber que não estou só, faço parte de uma Família, que é querida e amada por Deus. Tenho muitos irmãos, gerados na mesma fé e animados na mesma Vocação. E é pra eles e por eles que coloco o Ministério que Deus me confiou a Serviço.
Padre Fabiano Kleber Cavalcante do Amaral,
pároco da Paróquia Santa Inês, em São José dos Campos
Religiosa: “Ser consagrada na Igreja”
Minha vocação é ser alegre guardiã da vida humana para Deus. Na frase: “Pela graça de Deus sou o que sou (…) trabalhei, não eu, mas a Graça de Deus em mim” (I Cor 15,10) sintetizo os 17 anos de Vida Consagrada no Carmelo do Divino Coração de Jesus, em oração e serviço.
Deus foi permitindo, nos vários lugares e missões, diante das “vidas humanas” que encontrei em diversas situações, a confirmação da importância de Ser Consagrada na Igreja. Foi como vicentina na minha infância, que senti o primeiro chamado, ao favorecer com que as pessoas recebam não só o auxílio para sua pobreza, mas o sentido alegre da vida que se encontra com a ajuda de Deus.
Compreendi que “a vida humana não é um caco, mas um mosaico”, obra artística de Deus, e minha vocação é extensão da missão de Jesus Cristo: resgatar e cuidar da vida, com alegria.
Irmã Janaína Karol
congregação das Irmãs Carmelitas do Divino Coração de Jesus
A Família: frutos do amor
Minha vocação é ser família! Todos os dias recebo motivação para ser Igreja doméstica e exercer o meu chamado de evangelizar. Na minha família encontro motivação para superar todas as dificuldades da vida e as barreiras que surgem para impedir minha caminhada de santidade.
E quando encontramos famílias desestruturadas, é possível ajudá-las a fazer uma verdadeira experiência do amor de Deus com a prática do testemunho deste amor em nós. Ver uma família se reerguer e ter a coragem de lutar, vencer os obstáculos, nos alegra e nos dá forças para continuar unidos. Hoje eu, minha esposa Rosana, minhas filhas Amanda e Ana Beatriz somos fruto deste amor que sem ele jamais conseguiremos viver.
Rosana e Jefferson Siqueira
Paróquia Espírito Santo
Catequistas: Ensinar a amar o mestre sendo discípulos missionários
No Batismo, recebemos a missão de ser discípulos missionários de Jesus Cristo. Como discípulos missionários temos o compromisso de levar outras pessoas a fazerem a experiência do encontro com Jesus. Essa experiência pessoal é algo que nos propõe o Documento de Aparecida, que enfatiza a importância de cada um viver o encontro com Cristo e em Cristo. Por isso, o catequista é aquele que pelo seu testemunho de vida e pelo seu trabalho junto a comunidade dedica-se á tarefa de promover esse encontro “fazendo ecoar a Palavra de Deus” de modo que, aderindo à mensagem do Evangelho e “apaixonados” por Jesus Cristo tenhamos cristãos cada vez mais comprometidos com a evangelização e construção de um mundo mais fraterno.
Claudia Alice Dischinger de Lima
coordenadora da Escola Catequética
E é por isso que amo cada vez mais a nossa Igreja Católica, ela tem os carismas que nós precisamos, como é bom ver pessoas dando testemunho de sua vocação. Que Deus abençoe cada um de vocês, Diácono, Padre, Família, Catequista e tantos outras vocação na Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo…