Rosário pela saúde do Papa: “uma intensa oração está sendo elevada por ele ao Senhor”, afirma cardeal Parolin
A noite de segunda-feira, no Vaticano, foi marcada pela oração do Terço, na Praça de São Pedro, com a intenção pela saúde do Papa Francisco. O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, presidiu o momento com centenas de fiéis, leigos e religiosos, de diferentes nacionalidades, pela recuperação do pontífice. Cardeais, bispos e membros da Cúria Romana estavam presentes.
A Vigília de Oração pelo Papa foi transmitida ao vivo pelas redes sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que segue unida em intercessão pela saúde e missão do Santo Padre e pela Igreja Católica em todo o mundo.
Leia abaixo trechos da cobertura de Salvatore Cernuzio para o Vatican News:
Na mesma praça onde, em seu primeiro dia como Pontífice, abençoou o povo e pediu uma bênção, aquele mesmo povo agora se reúne para rezar por seu pastor, o Papa Francisco, por sua saúde, para que se recupere logo e possa voltar para o povo. Jovens, famílias, sacerdotes, freiras, cardeais residentes em Roma, chefes de Dicastérios e membros da Cúria Romana se reuniram na Praça de São Pedro às 21 horas desta segunda-feira, 24 de fevereiro, décimo dia da internação do Papa no Hospital Gemelli, para a oração do terço conduzida pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, que em sua introdução pediu orações para que Francisco “possa recuperar a saúde”.
Rosários e missas de todo o mundo
Centenas de pessoas – apesar da chuva da tarde e da greve dos transportes em Roma – responderam ao chamado que chegou durante a manhã, para uma iniciativa que reforçou a maratona de orações que já havia começado no sábado (22/02) em várias dioceses do mundo.
As notícias sobre a saúde do Papa – com momentos de maior sofrimento no sábado (22/02) e uma “leve melhora” anunciada no boletim do Vaticano na noite de segunda (24/02) – desencadearam há dias um movimento de afeto e proximidade com o Pontífice de 88 anos que tomou a forma de terços e missas. Naquela oração que, sempre, ao final de cada discurso ou catequese, ele pedia para si mesmo porque “é como uma armadura para cada pastor”.
Cardeais e chefes de dicastérios presentes
Um clima temperado e uma atmosfera íntima permearam a noite que reuniu cerca de 30 cardeais, entre outros, Tagle, Ouellet, Prevost, Artime, Bagnasco, Feroci, Semeraro, Burke, Müller, Becciu. Outros, como o cardeal Czerny, estavam sentados entre as pessoas. Também estavam presentes a Irmã Raffaella Petrini, que em uma semana estará à frente do Governatorato do Vaticano, e vários colaboradores da Cúria ou da diocese de Roma.
A oração do terço
Da multidão presente na Praça, era possível ver os terços nas mãos dos fiéis que rezavam os Mistérios Gozosos em meio ao canto da Schola Cantorum, às ladainhas e à leitura do Evangelho de Lucas sobre a Anunciação. Alguns permaneceram de pé o tempo todo, outros sentados, alguns rezaram em silêncio, outros em sussurro. Alguns trouxeram a bandeira do seu país, uma foto do Papa (em papel ou no celular), uma vela ou até mesmo uma lanterna. Todos seguiram o terço olhando para o palco onde o Papa preside as missas e as audiências de quarta-feira. Nesta segunda (24/02), o ícone de Maria Saúde dos Enfermos estava lá. A ela, o cardeal Parolin confiou o Papa Francisco.
Parolin: uma intensa oração pelo Santo Padre
“Nos Atos dos Apóstolos é relatado que a Igreja rezou intensamente enquanto Pedro era mantido na prisão. Por dois mil anos, o povo cristão reza pelo Papa que está em perigo ou está doente”, disse o secretário de Estado. “Mesmo nestes dias em que o Santo Padre Francisco foi internado no Hospital Gemelli, uma intensa oração está sendo elevada por ele ao Senhor, através de fiéis e comunidades cristãs em todo o mundo”.
“A partir desta noite”, anunciou Parolin, ”também queremos nos unir, publicamente, aqui na sua casa, com a oração do Santo Rosário. Nós o confiamos à poderosa intercessão de Maria Santíssima, a quem invocamos sob o título de Salus infirmorum. Que Ela, que é nossa Mãe zelosa, o ampare neste momento de doença e de provação e o ajude a recuperar a saúde em breve”.
O desejo do povo
O sinal da cruz e os aplausos encerraram a noite. De fundo, um eco do coro habitual de “Viva o Papa”. Tudo isso durou cerca de 45 minutos. Enquanto a multidão saía, havia aqueles que se aproximaram do obelisco e permaneceram na praça: freiras espanholas, um grupo de fiéis chineses, um grupo ainda maior de padres filipinos. E até mesmo um padre colombiano, há anos em missão na Mongólia: “é um momento ruim, mas estamos com ele”, comentou.
“Viemos de muito longe, da periferia de Roma, mas queríamos estar aqui”, explicaram duas moças. ”O Papa vai conseguir sair dessa, ele precisa conseguir. Precisamos dele. Ele é o nosso guia”, disse um casal que tinha vindo do norte da Itália para Roma para o Jubileu. Outra mulher disse que estava apreensiva com Francisco há dias: “em meio a tantas coisas feias e notícias falsas que me deixam irritada, hoje vimos beleza. Eu rezo todos os dias pelo Papa em casa, é lindo que tenhamos feito isso juntos. Tanta gente…. Ele sempre diz ‘rezem por mim’, nós o fizemos”.
Cardeal You: esperamos que ele se recupere logo
Em meio às fotos tiradas com telefones celulares e câmeras de jornalistas, na meia-luz da colunata destacavam-se alguns cardeais, que pararam para cumprimentar os fiéis de suas próprias nações. Entre eles estava o cardeal Lazarus You Heung-sik, prefeito do Dicastério para o Clero, cercado por jovens coreanos. “Estou muito feliz que o povo de Deus, todos nós, estejamos aqui para o Papa que não está bem. O Papa é o centro do cristianismo, da Igreja, ele é o sucessor de Pedro. Devemos rezar por ele, que nos amou tanto, e agora também devemos dar amor ao Papa. Espero que ele se recupere logo”, disse o cardeal à mídia do Vaticano.
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