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Artigos › 29/04/2019

Páscoa, na morte de Cristo a certeza da vida!

Estamos vivendo o período da Páscoa. Trata-se do ponto alto do Ano Litúrgico e a verdadeira chave interpretativa de todo o culto cristão.

A Páscoa é tão importante que a Igreja na sua celebração anual, estabeleceu um período de cinquenta dias, diferentemente de muitas festas cristãs que são celebradas em apenas um dia. Isto é muito compreensivo, do ponto de vista teológico pois “se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vão a vossa fé” (I Coríntios 15,14).

O termo Páscoa vem da palavra Paschá no aramaico e da palavra Pesah no hebraico. Estas palavras tem o sentido de passar adiante. Originalmente elas significaram a passagem do Anjo do Senhor que passou por cima das casas dos Hebreus que marcaram o umbral das portas de suas casas, com o sangue do cordeiro. Assim os primogênitos dos hebreus foram poupados da maior praga que o Senhor lançou contra os egípcios, por sua obstinação em não libertar os israelitas (Êxodo 11,4-7). Esta passagem de Deus sobre o Egito proporcionou a passagem dos Israelitas da escravidão à liberdade, atravessando o mar vermelho a pé enxuto (Êxodo 14,1-31).

Do ponto de vista litúrgico, a Páscoa tornou-se a maior Festa Judaica. Era comum o judeu piedoso peregrinar a Jerusalém, por ocasião da Páscoa, para celebrar a festa na cidade santa. Assim vemos a Sagrada Família que peregrinou a Jerusalém, quando o menino Jesus tinha doze anos (Lucas 2,41-52).

Mas esta importância, no desígnio de Deus era transitória, a Páscoa Judaica daria lugar a Páscoa Cristã que fundamentalmente é a passagem de Jesus ao Pai, mediante a Cruz, para realizar a salvação da humanidade. “Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou” (João 13,1).

A passagem de Deus sobre o Egito, significou a passagem do Povo de Israel da escravidão a liberdade. Da mesma forma, a passagem (páscoa) de Jesus da morte à vida, pela ressurreição, significou a nossa passagem de uma existência de pecado a uma existência na graça.

Neste sentido não foi por acaso que Jesus tenha morrido, naqueles dias de celebração da festa judaica da Páscoa, na cidade santa de Jerusalém. No desígnio de Deus tudo se harmoniza, o que era figura torna-se plenificado por uma nova realidade, agora definitiva.

A Páscoa Cristã é de tamanha importância para a vida da Igreja que a sua celebração não se dá somente no marco anual, como a Páscoa Judaica. A Igreja desde os seus primórdios passou a celebrar a Ceia Pascal que é a Eucaristia, a cada oito dias, no primeiro dia da semana, em honra da ressurreição de Jesus.

Assim houve a passagem do dia judaico do Senhor, o sábado (Shabat – dia de descanso), para o domingo (Dies Domini – dia do Senhor). Com o tempo a Igreja passou mesmo a celebrar diariamente a Eucaristia, pois ela é um meio privilegiado de perseverança na fé (conferir: Atos dos Apóstolos 2,42).

Pe. Djalma Lopes Siqueira

Vigário Geral da Diocese de São José dos Campos e Reitor do Seminário Propedêutico

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