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Artigos › 13/09/2012

Exaltação da Santa Cruz

A Festa da Exaltação da Santa Cruz surgiu no ano de 355, por ocasião da inauguração das duas grandes basílicas na cidade de Jerusalém: a do Calvário e a do Santo Sepulcro. A construção destas duas basílicas foi ordenada pelo imperador Constantino.

O lenho da cruz foi descoberto por Santa Helena. A cruz tem um lugar muito especial na nossa devoção. Esta cruz, queridos irmãos, tinha sido levada para a Pérsia e depois retornou a Jerusalém. Para nós cristãos a cruz é um ponto de referência muito importante para a nossa fé e para a nossa esperança. Foi pela cruz que Cristo nos salvou e nos libertou; ela simboliza o preço pago pela nossa salvação.

Nesta celebração, somos convidados a agradecer a Deus pela entrega livre, por amor, de Nosso Senhor Jesus Cristo, para a nossa salvação. No diálogo de Jesus com Nicodemos nós vemos, no Evangelho de São João (João 3,13-17), que Cristo compara Sua crucifixão com a serpente levantada no deserto sobre uma haste, por Moisés.

Os israelitas, ao atravessar o deserto, rumo à Terra Prometida, eram picados por serpentes venenosas. E protestavam contra Deus por tê-los tirado do Egito e tê-los conduzido por aquele deserto marcado por tantos obstáculos.

Moisés, então, ergueu esta haste, como uma serpente do deserto, para que aqueles que fossem picados por elas pudessem ser salvos ao olhar esse objeto. Assim também, diz Jesus no Evangelho, é necessário que o Filho do Homem seja levantado para que todos os que n’Ele crerem tenham a vida eterna.

Jesus Cristo, pouco antes da Sua Paixão, havia declarado aos Seus apóstolos que, quando Ele fosse levantado da terra, atrairia todos para Ele. Dizia isso indicando por qual tipo de morte iria passar. Jesus humilhou-se, tornou-se obediente até a morte. Por isso, Deus o Oexaltou e Lhe deu um nome que é superior a todo nome.

O caminho da cruz, também, se torna um caminho de luz, caminho de ressurreição. Quem quer seguir Jesus, precisa negar a si mesmo, pegar a sua cruz do dia a dia e segui-Lo. O discípulo de Cristo precisa segui-Lo em todas as circunstâncias, não só nos momentos alegres, mas também nos de dificuldade. Precisamos assumir a nossa cruz e seguir Jesus oferecendo nosso sofrimento, em união com a cruz d’Ele.

Nós sabemos que, no tempo de Jesus, a cruz consistia numa haste vertical fixada no chão e uma trave horizontal que era carregada pelo condenado até o local do seu suplício. O condenado era preso na haste e era levantado. Jesus carregou a trave horizontal de Jerusalém até o Monte Calvário, local de Sua morte. Nós, também, discípulos de Jesus, precisamos estar dispostos a carregar a nossa cruz, acompanhados de Cristo, com a certeza da vitória final, da ressurreição.

A cruz era instrumento de suplício, escândalo para os judeus, loucura para os pagãos, mas se tornou, depois da morte de Cristo, para nós cristãos, motivo de glória. Deus poderia ter escolhido outros caminhos para nos salvar, mas escolheu o caminho da cruz, do sofrimento. Não parou, evidentemente, na cruz, na Paixão. A Paixão conduziu Jesus à ressurreição, à vitória final sobre a morte, o pecado, o demônio.

Olhando para a cruz, que é sinal do amor maior de Deus para conosco, podemos ver como o Pai amou tanto o mundo – a ponto de mandar Seu Filho não para condenar o mundo, mas para salvá-lo.

Oremos: Salve, cruz bendita, fostes e és para muitos motivo de escândalo, para nós cristãos é memória da nossa redenção. Em ti fomos redimidos de todos os pecados, de todas as escravidões. Contemplando-te, assumimos a missão, também, de entregar a nossa vida como fez Jesus para que todos, no Senhor, tenham vida em plenitude. Em ti, vemos o sofrimento de Cristo e de todos os homens e mulheres do mundo. Dai-nos, Jesus, a graça de um dia, após a nossa peregrinação terrestre, ter a glória da ressurreição. Assim seja. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Dom Raymundo Damasceno, Cardeal Assis
Arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB

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