Dom Bosco: o santo que gastou sua vida por uma juventude santa
Dom Bosco foi um grande homem de Deus, apaixonado por Jesus Cristo; e porque o amava, quis evangelizar, sobretudo, a juventude. João Bosco nasceu em Castelnuovo d’Asti, hoje Castelnuovo Don Bosco, cidade próxima a Turim, na Itália. Órfão de pai aos dois anos, recebeu os cuidados de sua mamãe Margarida. Muito cedo, manifestou a vontade de ser padre, mas sua mãe logo o alertou para que não fosse sacerdote apenas dos ricos. Não ser padre apenas para os ricos, talvez já tenha sido um norte para João Bosco.
Opção pelos jovens
Dom Bosco, depois de sua ordenação presbiteral, foi aluno do “Colégio Eclesiástico” (CE), onde tinha dois modelos de santidade sacerdotal: o teólogo Guala, reitor, e o padre Cafasso, professor de Moral, seu diretor espiritual e confessor. Com frequência ele acompanhava o padre Cafasso em seus trabalhos pastorais e ajudava-o nas aulas, como também pregando na Igreja de São Francisco. Padre Cafasso, perscrutando o perfil dos estudantes para depois encaminhá-los com acerto para as pastorais, notou nele algo de extraordinário. Sentia por ele uma grande estima.
Dom Bosco conhecia a realidade social de Turim: chamava sua atenção tantos jovens que percorriam o caminho da desonra e da perdição. Sentia um contínuo e poderoso estímulo para cuidar deles. Começou a reuní-los, a partir de Bartolomeu Garelli no dia 8 de dezembro de 1841, com as bênçãos do arcebispo e padre Cafasso.
Mas, além desse trabalho, pensava também em ser missionário. Padre Cafasso cortou logo essa idéia: “Com seus problemas de estômago, morreria na viagem!”.
Outras idéias borbulhavam em sua mente. Sentindo estima especial pelas ordens e congregações, queria se tornar um religioso. Escutou um “não” seco de Cafasso. E Dom Bosco, admirado, obedeceu.
Chegou o tempo de deixar o CE e dedicar-se a uma função ministerial. Padre Cafasso aconselhou-o a fazer os Exercícios Espirituais em Santo Inácio: “Deve rezar para que sua vocação seja bem decidida; na volta, vamos conversar”. Retornando, esperou que padre Cafasso o chamasse… Mas, nada! Continuar no CE, não podia. Os trabalhos e os cargos diocesanos não eram para ele. O padre Cafasso impedia-o de entrar numa ordem religiosa ou de consagrar-se às missões… Para onde ir?
Para saber o pensamento de seu diretor espiritual, ele inventou uma encenação. Informou que já tinha arrumado o baú com suas coisas para fazer-se religioso e que vinha saudá-lo e despedir-se. Mas o bom sacerdote, com seu doce sorriso nos lábios, disse-lhe: “Ora, quanta pressa! E de agora em diante quem vai pensar nos seus jovens? Não lhe parecia fazer o bem, trabalhando junto deles?”.
“Sim, é verdade; mas, se Deus me chamar ao estado religioso, ele proverá para que outra pessoa pense neles”.
“Meu caro, abandone qualquer ideia de vocação religiosa; vá desfazer o baú e continue o seu trabalho em favor dos jovens. Esta é a vontade de Deus e não outra!”
Diante das graves e firmes palavras do diretor, ele abaixou a cabeça, sorrindo, pois tinha conseguido saber o que esperava. Desconhecia o caminho, mas não se preocupava com isso. Deus, que tinha falado através do seu confessor, providenciaria os meios.
Ele poderia ter aspirado a cargos de honra. Com a capacidade que possuía e a habilidade em tratar com as pessoas e os negócios, teria garantido uma brilhante e lucrativa carreira. Ao invés, aceitou, por toda a vida, os meninos e jovens pobres. Somente um amor incomensurável para com o próximo podia levá-lo a um sacrifício tão grande e tão agradável para ele.
(Cf. Memórias Biográficas de S. João Bosco, vol. II, capítulo XXII, EDEBÊ, 2018).
Fonte: Boletim Salesiano, nº 70, janeiro de 2020
Memórias Biográficas de São João Bosco
As Memórias Biográficas de São João Bosco foram escritas por padres salesianos que conviveram e foram formados por Dom Bosco. A coleção é composta por 20 volumes, em que são apresentadas as lições de vida e espiritualidade do Santo. A Editora Edebê está relançando a coleção e já publicou quatro volumes.
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