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Artigos › 12/04/2019

A Semana Santa: seus símbolos, significado e o valor da celebração pascal

Aproxima-se a Semana Santa. A Semana Magna para os cristãos. São dias carregados de simbolismo e rica espiritualidade em torno da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Para conhecer mais sobre esse importante tempo, conversamos com o Pe. João Alves da Silva Sobrinho, pároco da Paróquia Coração de Jesus. Confira.

 

Jornal Expressão (JE): Qual a origem da Semana Santa?

Pe. João: A “Semana Santa” surgiu no início do Cristianismo, por vota do século II d.c, para recordar o sofrimento e a morte de Jesus, ou seja, recordando “os dias em que nos foi tirado o esposo” (Cf. Mt, 9,15; Mc 2, 20). Essa semana, entendemos aquele tempo de transição entre a Quaresma e o Tríduo Pascal. No início era apenas sexta-feira e sábado, dias de rigoroso jejum, depois a mesma prática passou para quarta-feira lembrando o dia que os chefes judaicos decidiram prender Jesus (Cf. Mc3,6; 14, 1-2; Lc 6,11; 19,47; 20,19;22,2). Em meados do século III d.c, já se observava o jejum em todos os dias da Semana Santa.

JE: Qual o  grande sentido da Semana Santa?

Pe. João:  Introduzir os fiéis no mistério da Paixão do Senhor que culminará em sua gloriosa ressurreição. Ora, se Cristo não ressuscitou, vã seria a nossa fé (Cf. 1Cor 15,14). Nessa semana, as comunidades, por meio da liturgia, revivem os últimos passos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Da entrada triunfante em Jerusalém até a ressurreição, celebramos a fé no Deus que se encarnou, sofreu e morreu na cruz por cada um de nós, lembrando que triunfou com a gloriosa Ressurreição!

JE: Qual significado cada dia traz para nós?

 

 

O Domingo de Ramos, também chamado de Domingo da Paixão do Senhor, nos recorda a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém e a iminência de sua Paixão. Na segunda, terça e quarta-feira santa, na liturgia, são lidos os cânticos do servo sofredor, de modo a preparar os ouvintes para a grande hora na Cruz.

 

 

 

 

 

Na Quinta-feira Santa pela manhã, ocorre a Missa Crismal onde são abençoados os santos óleos e os padres fazem a renovação das promessas sacerdotais. Nessa missa, se encerra a Quaresma. À noite, nas comunidades paroquiais, é celebrada a missa in coena domini (da Ceia do Senhor), recordando a Instituição da Eucaristia, o Sacerdócio Ministerial e o mandamento do amor, que se liga ao Rito do Lava-Pés.

 

 

 

 

 

 

Na Sexta-feira Santa refletimos sobre o mistério da cruz de Cristo. Por meio dos ritos da Ação Litúrgica, podemos estar juntos a Jesus no calvário e pedir sua misericórdia para o mundo inteiro.

 

 

 

 

 

 

No Sábado Santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e morte e não celebra a Missa, aguardando a grande notícia da Páscoa. Ao cair da noite, a Vigília Pascal antecipa o grande dia da Ressurreição celebrando as maravilhas que Deus fez por nós no decorrer da história da salvação. “Ó noite de alegria verdadeira, que une de novo o céu e a terra inteira”.

 

 

 

 

 

 

E por fim, o Domingo de Páscoa: O dia em que o Senhor ressuscitou! Na liturgia, a Igreja relembra que foi no primeiro dia da semana em que se inaugurou o “HOJE” das portas abertas para a eternidade e da esperança da Ressurreição. Assim, a Igreja considera este e todo Domingo como o “oitavo dia”, o “dia que o Senhor fez para nós” (Sl 118). A partir de então todo domingo é PÁSCOA!

 

 

 

 

 

 

JE: Quais são os dias em que é primordial a participação?

Pe. João: Pastoralmente falando, deveria ser toda a Semana Santa, é o grande momento da comunidade, todo esforço nesse sentido vale a pena! Pode se colocar como prioridade dessa semana o Domingo de Ramos e o Tríduo Pascal, lembrando que o momento mais importante da Sexta-feira Santa é Solene Ação Litúrgica e não a procissão do enterro.

JE: Como viver esse momento de forma intensa? Quais são os passos?

Pe. João: Uma boa confissão, entrar no mistério da “Semana Maior”, seguindo os últimos passos de Jesus por meio da meditação da Palavra e não medir esforços por participar de todas as celebrações propostas na sua comunidade.

JE: Qual grande objetivo da Igreja proporcionar esse momento?

Pe. João: A Páscoa não é uma festa entre as outras, mas a festa das festas: A liturgia da Igreja nasceu desse evento que inunda toda a existência humana de alegria pela vitória de Cristo sobre o Pecado e a morte. Não podemos falar de nada na Igreja se não partir da Páscoa!

JE: Como os pais podem ajudar seus filhos pequenos a entender esse momento?

Pe. João: Os pais são os catequistas por excelência e os filhos tendem a reproduzir o que os mais velhos fazem e por isso uma boa sugestão é dar um sentido cristão aos símbolos pascais. Por exemplo: o ovo é símbolo de uma vida nova e isso pode servir como uma ocasião de catequese doméstica ao explicar aos pequenos a alegria da ressurreição. Aproveitem e intensifiquem a oração em família mostrando para os filhos o sentido da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

JE: Na preparação dessa semana, qual o grande desafio e preocupação?

Pe. João: Toda a liturgia visa, por meio dos ritos e símbolos, tornar presente a ação salvífica de Cristo na Igreja. O principal desafio e preocupação na celebração da Semana Santa certamente se deve à atenção dos sentidos e do coração de todos, isto é, participar ativamente sem cair em “rubricismos” frios. Também é momento propício de envolver toda a comunidade na preparação, momento rico, com oportunidade para todos e de diversos ministérios se envolver, por isso a Semana Santa é de uma riqueza espiritual e de envolvimento comunitário sem igual.

JE: Como atender a Piedade Popular na Sagrada Liturgia?

Pe. João: É verdade que os momentos principais são aqueles propostos pela liturgia e como tais, devem ter prioridade, como ocasião de comunhão com toda a Igreja.  Mas, a participação em procissões, Via-Sacra, Encenações e outros eventos vindos da piedade popular são sempre bem-vindos como forma de vivenciar o Mistério Pascal de maneira mais intensa.

JE: Como fazer com o que se vive em uma semana não fique somente ali, mas perpetue?

Pe. João: “Não fecheis o vosso coração!” (Sl 94). A Páscoa não é um evento anual, ela nos acompanha todos os dias, na verdade. O cristão é chamado a viver a Páscoa em todos os momentos de sua vida. Acolher a graça da ressurreição pela Eucaristia, da escuta da Palavra e pela vivência do Amor no dia a dia é sua tarefa permanente.

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