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Artigos › 31/05/2021

A Beleza dos Casamentos

Num tempo como este da pandemia da Covid-19, muitos relacionamentos têm passado por implosão, muitos lares têm vivido explosões.

Intempéries exteriores geram as interiores… O que dizer? Como “salvar” as pessoas em meio a essa crise? Como providenciar “oxigênio” suficiente para que todos voltem a respirar?

Antes de tudo, é preciso que entendamos o ser pessoa, o ser gente.

O conceito pessoa está ligado à identidade (ser único e irrepetível) e à alteridade (ser de relação, aberto aos outros). Carregamos o DNA de Deus, somos imagem e semelhança de um Deus, que é Amor. E o amor acontece a partir de dois… Um amor que fecunda o outro e gera vida em todos os sentidos.

Não estamos juntos em casal ou em família por uma acaso, ou por uma sugestão da natureza… Vai além, tem algo de sobrenatural aí… Somos chamados à beleza, à alegria e ao amor (o que tem a ver com o conceito de Eros). Aqui, os amores tornam-se “aperitivos” do amor de Deus, o qual o nosso coração anela, deseja ardentemente. Só Nele saciaremos plenamente nosso ser, pois Ele é o Ser por excelência. Enquanto isso, vamos vivenciando esse amor Dele, de forma concreta, nas relações que tecemos, a começar em casa.

Cada casal, cada família deve ser um pedaço de céu… Difícil, não é?

Nessa hora, é bom lembrar o Papa Francisco em Amoris Laetitia: “Não existem famílias sem feridas…” Ou, também, é bom recordar Santa Teresa de Calcutá: “Quem ama, sofre; quem nunca sofreu é porque nunca amou…”

Dias atrás, numa homilia, eu falava sobre o casamento e sobre a família e perguntei aos casais se sabiam como era o céu… Minha resposta foi baseada na experiência que ouvi de missionários entre as famílias: o céu tem a cor dos olhos de seu marido, de sua esposa; o céu tem as paredes das crises de seus filhos adolescentes e a rebeldia de seus filhos jovens; o céu passa pelas discordâncias e contrariedades que enfrentamos por aqui.

Tudo isso passa! Só Deus permanece… Construímos o céu num amor paciente, que sabe esperar.  O amor sabe esperar. É por aí.

Vale lembrar que a beleza do casamento está numa escolha definitiva que exige renúncias e pela qual vale a pena todo sacrifício.

Nosso amor tem uma fonte inesgotável, que é justamente esse amor de Deus. “Deus em tudo coopera para o bem dos que o amam” (Rm 8,28). Nada é por um acaso! Saia de si, sempre, para servir seus próximos mais próximos, no seu lar.

Um dia, olhando para trás, do colo de Deus, exclamaremos: tudo valeu e valeu muito!

“O amor não se cansa e, quando se cansa, no cansaço se alegra!” (Santo Agostinho). Que beleza é a sua casa, o seu matrimônio!

Pe. Rinaldo Roberto de Rezende

Pároco de Sant’Ana-SJC

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