Juventude em Jornada
O mês de julho será predominantemente juvenil. O frio será aquecido pelo calor de jovens, que em diversas ocasiões se encontrarão, aqui e ali, para testemunharem a sua fé em Jesus Cristo, Senhor e Salvador.
Entre os eventos jovens daqui do nosso município de São José dos Campos, está o Jubileu da Juventude, nos dias 8, 9 e 10 de julho, na paróquia Espírito Santo, com o objetivo de celebrar a ação de Deus na vida dos jovens em preparação para a festa do jubileu de 25 anos da Paróquia Espírito Santo.
Ainda na cidade de São José dos Campos acontecerá nos dias 29, 30 e 31 de julho a Jornada Diocesana da Juventude, que reunirá jovens vindos das 45 paróquias que compõem a Diocese de São José dos Campos, com o objetivo de estar em comunhão com a Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá “logo ali” em Cracóvia, na Polônia de 26 a 31 de julho, reunindo milhares de jovens de 183 países com o Papa Francisco, para celebrarem e aprofundarem sua fé.
Todo o período da juventude é tempo de graça, mas existem momentos superabundantes de graça, momentos em que Deus, encontrando mais disponibilidade, se move com maior liberdade, com uma força de encontro maior que o costume.
Deus vem ao encontro dos jovens que há algum tempo se perguntam: “ O que eu faço? Como correspondo aos meus desejos não expressos, às vezes apenas mencionados, às vezes violentados, às vezes até capaz de enternecer, às vezes quase apavorados, irrequietos, que não me dão paz?”
As idades entre 14 e 18 anos são as de maior solidão interior. A adolescência é ainda o tempo no qual não há necessidade de defender-se de muitos problemas que são próprios dos adultos.
Justamente por isso, porém, é o momento no qual, assim como se multiplicam os estímulos, as fantasias e se alteram os estados de ânimo, confusos, irrequietos, sonhadores, num caso verdadeiro e próprio.
É também o momento em que emergem pensamentos e desejos intensos, sem nome que assombram: são os momentos nos quais o Espírito de Deus se faz sentir e se dá a quem o busca como resposta às mais inquietantes perguntas.
Na Escritura Sagrada uma jovem procura Jesus e pergunta: “Bom mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna?” (Mc 10,17).
Em outras palavras: o que eu faço para ser feliz? Diz Santo Agostinho que ser feliz é a sede inexorável, Deus a colocou na natureza. Todos buscam, mas alguns a buscam onde ela não está.
Mas porque Deus nos deu a vida com a sede de felicidade e depois se torna tão difícil alcançá-la?
Talvez Deus nos tenha enganado, pondo dentro de nós uma necessidade inatingível?
E valia a pena nascer homens, as criaturas mais perfeitas do cosmo, para acabar depois miseravelmente, ou pior do que os animais e as plantas?
Este desejo de felicidade que a todos consomem e que se evidencia na sede de vida dos jovens é uma bênção que nos motiva a viver e sonhar.
Entre todos os estímulos que um jovem percebe em si: paixão, sexo, lazer, poder e realização, há um que é a origem de todos os outros: a sede de felicidade.
Onde encontrar a felicidade, a verdadeira, não a ilusória? E qual a conduta para assegurá-la?
O jovem que procurou Jesus, recebeu a resposta: “Vende tudo e siga-me.” (Mc10,21).
Conhecer e seguir Jesus é a felicidade simples e humilde.
“Apenas em Deus eu encontro a paz” recita o salmo 62, e Santo Agostinho faz eco aquelas palavras “Tu solus requies” – Tu apenas, Senhor, és o meu repouso.
Enquanto todos os seres da natureza encontram no que são a sua satisfação e felicidade, o homem é aquele ao qual é prometida uma felicidade infinita, enquanto paradoxalmente é o ser mais frágil de todos.
O jovem que acreditou na boa notícia do Evangelho de Cristo encontrou a resposta para o seu grito e a satisfação plena de sua sede de felicidade.
Padre Luis Fernando Soares
Pároco da Paróquia Espirito Santo, no Jd. Satélite, em São José dos Campos