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Notícias da Diocese › 26/01/2012

A Comunidade Madre Teresa de Calcutá não existe mais, as pessoas sim.

Tenho sentimento de vir de um enterro de um amigo. A Comunidade Madre Teresa de Calcutá não existe mais em nossa Paróquia, mas as pessoas sim. Elas deverão buscar seus direitos gerais e encontrar nos governos, naqueles que fazem leis e naqueles que julgam os casos, a proteção destes direitos. Houve, sim, por volta de duas mil pessoas se alimentando (com qualidade), recebendo água mineral, fraldas para seus filhos e seus idosos doentes, atendimento médico (quando necessário), colchões para 80% das pessoas e, sobretudo, segurança naquele momento. Sua chegada se deu por voltas das 21h30 no domingo passado, e as acolhi por perceber que durante o dia todo estas pessoas ficaram, não confusas, mas inseguras.

Vivi com muitos desta região dramas de ações e reações de vários grupos de pessoas e da Polícia Militar, causando a referida insegurança. Agora estão nos alojamentos. Não são números, mas pessoas. Confio e espero que o Governo Municipal realize aquilo que lhe é próprio: cuidar da vida e da vida de todos (e de forma integral), encaminhando cada família para sua realização plena, além de oferecer o mais digno tratamento para este tempo provisório de alojados. Que o Auxílio Aluguel Social atenda todos os que necessitam, inclusive aqueles que já conseguiram alugar casas para estabelecerem seu lar, ou seja, se já alugaram uma casa, que recebam este auxílio; se estão morando com parentes ou amigos, que o recebam também, para poderem viver em sua “própria casa” a vida familiar.

Houve sincera compreensão de todas as pessoas que na igreja alojadas estavam de que a o templo é de “uso” geral e lá teriam ótimo acolhimento, mas isso por pouco tempo, devido limitações próprias de sustentabilidade e das necessidades pastorais, como atendimento da secretaria paroquial e realização de celebrações e encontros diversos. Pena que pouquíssimos dias após dois e únicos encontros em oito anos dos três Entes (União, Estado e Município) se deu a desocupação. O ideal seria acreditar na possibilidade de projetos efetivos para regularização de modo justo, conforme protocolo de intenções entregue ao judiciário, dando tempo, mesmo que curto, para efetuar tal parceria destes mesmos Entes. Perdas ocorreram, desde dimensões emocionais ou psicológicas até risco de perda de emprego (como constatei pessoalmente). Desgastes ocorreram de todos os lados.

[quote]Madre Teresa de Calcutá, intercedei a Deus por todos os envolvidos neste fato histórico da Cidade de São José dos Campos, com repercussão mundial.[/quote]

 Pe. Ronildo Aparecido da Rosa
Pároco da Paróquia N. Sra. do Perpétuo Socorro
(Campo dos Alemães – São José dos Campos-SP)

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