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Veja os principais assuntos da entrevista do Papa no retorno a Roma

Francisco falou aos jornalistas no avião que o levava de volta a Roma após sua visita ao México

CN Notícias

Após seis dias de viagem, passando por Cuba e México, o Papa Francisco retornou a Roma nesta quinta-feira, 18. No avião, como de costume, respondeu algumas perguntas dos jornalistas que acompanhavam a comitiva papal.

Francisco falou sobre pedofilia; comentou algumas falas de Donald Trump sobre seu pontificado; condenou o aborto mesmo em gestações ameaçadas pelo vírus Zika e propôs uma saída para a crise europeia.

Confira os principais assuntos:

Pedofilia

Segundo o Papa, um bispo que troca um sacerdote de paróquia quando se reconhece um caso de pedofilia é um “inconsciente”, e o melhor que pode fazer é apresentar sua renúncia.

Depois recordou o trabalho do cardeal Ratzinger (Papa emérito Bento XVI) no caso do padre Maciel, no México, que teria se envolvido em pedofilia.  “Aqui, me permito de prestar homenagem ao homem que lutou em momentos em que não tinha a força para se impor, até que não conseguiu se impor: Ratzinger. O cardeal Ratzinger – um aplauso para ele! É um homem que teve toda a documentação. Quando era Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, teve tudo em suas mãos, fez investigações, obteve, obteve, obteve… mas não pode guiar a execução”, disse o Papa.

Donald Trump

Um jornalista trouxe a informação de que, um dos candidatos à Casa Branca, o republicano Donald Trump, teria dito em uma entrevista, que Papa “é um homem político” e que seria uma “peça de xadrez, um instrumento do governo mexicano, para a política de imigração”.

O jornalista disse ainda que, se eleito, Trump quer construir 2,5 mil quilômetros de cercas ao longo da fronteira, quer deportar 11 milhões de imigrantes ilegais, separando assim famílias, etc.

“Então, queria perguntar, antes de tudo, o que pensa sobre estas acusações contra o senhor e se um católico estadunidense pode votar em uma pessoa assim”, questionou o repórter.

O Papa Francisco respondeu: “Graças a Deus que disse que sou um político, porque Aristóteles define a pessoa humana como ‘animal politicus’: ao menos sou uma pessoa humana, eh? E que sou uma peça de xadrez, mas, talvez, não sei… deixo isso a seu juízo, a juízo das pessoas. E, depois, uma pessoa que pensa somente em levantar muros, seja onde seja, e não a fazer pontes, não é cristã. Isso não está no Evangelho. Depois, aquilo que me dizias, o que aconselharia, votar ou não votar: não me envolvo. Somente digo: este homem não é cristão, se diz isto assim. É preciso ver se ele disse assim as coisas, não? E por isso dou o benefício da dúvida”.

Vírus Zika, aborto e gravidez

Outro assunto foi o vírus Zika que tem preocupado muitos países, inclusive o Brasil. O Papa afirmou que situação não justifica o aborto, que é um crime, “um mal absoluto”. Disse que nesse caso, evitar a gravidez seria um “mal menor”.  “Falemos em termos de conflito entre o quinto e o sexto Mandamento. Paulo VI, o Grande!, em uma situação difícil, na África, permitiu às religiosas de usar anticoncepcionais par aos casos de violência. Não confundir o mal de evitar a gravidez, sozinho, com o aborto. O aborto não é um problema teológico: é um problema humano, é um problema médico. Mata-se uma pessoa para salvar uma outra – nos melhores dos casos”

“Ao invés, evitar a gravidez não é um mal absoluto: e, em certos casos, como neste, como naquele que mencionei do Beato Paulo VI, era claro. Ainda, eu exortaria os médicos para que façam tudo para encontrar as vacinas contra estes dois mosquitos que trazem este mal: sobre isto se deve trabalhar”, completou.

Crise na Europa

A crise na Europa se estende por um tempo e se agravou nos últimos anos com a chegada de muitos imigrantes. Para o Papa, uma proposta que lhe agradou como alternativa para resolver algumas questões, foi “a refundação da União Europeia”.  “E eu gosto desta ideia da refundação: oxalá se se pudesse fazer! Porque a Europa, não diria que é “única”, mas tem uma força, uma cultura, uma história que não pode ser desperdiçada, e devemos fazer tudo para que a União Europeia tenha a força e também a inspiração de fazer ir adiante. Não sei. É isso que eu penso!”

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