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Artigos › 14/11/2017

Um perfil de nossa fé!

No início de nossa era cristã, os seguidores de Cristo foram recebendo nomes variados. Foram chamados de nazarenos, pois seguiam aquele profeta de Nazaré. Foram também chamados de galileus, ou seja, discípulos do Pregador da Galileia. Em Antioquia, pela primeira vez, como atesta Atos dos Apóstolos, foram chamados de cristãos.

Mas, no interior da Igreja, como se tratavam? Eram os irmãos e as irmãs no Senhor, ou os discípulos e as discípulas de Jesus, ou, ainda, os que entravam para o caminho.

De modo mais surpreendente, tratavam-se como os santos e as santas de Deus. Santos no sentido de separados, como aqueles que viviam uma proposta específica de vida. Separados, então, para vivenciarem uma experiência de seguimento.

Santo… como assim? Um só é o Santo por excelência, Jesus Cristo! A Sua Igreja, a Assembleia dos Convocados, bebe nessa fonte de santidade, que o Cristo é, por desígnio do Pai, na ação do Espírito.

Em Cristo, temos os cristãos e as cristãs de todos os tempos, o modelo de santidade. Nele, nossa forma e nossa forma.

Nas Bem-Aventuranças, refletimos sobre esse perfil de santidade. O que encontramos em Cristo está exposto nesta lista de características fundamentais que devem delinear Seus seguidores.

Num mundo de tantas desavenças, onde os diferentes têm dificuldades em conviver, onde faltam, dentre outros sentimentos, o amor, o respeito, a paz e a serenidade, somos chamados a viver um caminho de bem-aventurados.

Nas Bem-Aventuranças, temos uma receita de vida, de felicidade e de liberdade.

Faço o comentário a seguir baseado no Evangelho de Mateus, capítulo 5, 1-12.

“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.”      Pobres são os acreditam no amor e na partilha. Pobres são os despojados, os não acumuladores de bens e de riquezas. Pobres são os que não só doam, mas também se doam pelo bem dos outros, começando na família e levando esse dom para a sociedade. Cristo na cruz, totalmente dado, sem mais nada para si, é a maior evidência da nova lei. Não restando nada mais, deu-nos Sua Mãe, entregou-nos Seu Espírito.

“Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados.” Os aflitos são aqueles que não se conformam com o mundo em que vivemos, que não o aceitam do modo como está. Eles se afligem diante da violência, do desrespeito, da miséria, do descaso, da corrupção em todos os ambientes, a começar dos que nos comandam. É preciso afligir-se diante do mal que se alastra, conformando-se com ele ou a ele.

“Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra.” O mundo não pertencerá aos violentos. Quem é da violência só perde. É necessário não se deixar vencer pela ira. Começando em casa, nos meios em que convivemos, o amor deve ser a resposta, sempre!

“Bem- aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.” Fome e sede são necessidades básicas em nossa vida. Temos que comer, temos que beber. Da mesma forma, temos que ser justos! Isso é fundamental para a convivência humana.

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.” A misericórdia é expressão do amor de Deus, amor incondicional e fiel. Assim deve ser o nosso amor, um amor atento, compassivo e que intervém concretamente quando preciso. Amor que vê, que se aproxima e que age.

“Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.” Ser puro não é ser puritano, não é ser hipócrita. Ser puro de coração significa ter um coração guiado somente por Deus. O orgulho, a soberba, a inveja, o egoísmo, enfim, qualquer outro sentimento negativo não nos guia.

Só Deus! Quem agir assim a Deus verá!

“Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.” Não é difícil entender. Quem produz paz, quem constrói paz só pode ser filho de Deus. “Filho de peixe, peixinho é”, como diz o ditado.

 É Deus mesmo nos dizendo: “aonde essa pessoa chega, com ela chega a paz! Mas só podia ser assim, é meu filho, é minha filha!”

“Bem-aventurados os perseguidos e injuriados por minha causa, porque deles é o Reino dos Céus.” Para verdadeiros profetas e santos, não faltam as perseguições.

O mundo não tolera esse discurso… Mas o discurso faz pensar…  Aí está o que deve ser o perfil de uma sociedade que carrega o nome de Cristo!

Pe. Rinaldo Roberto de Rezende
Cura da Catedral São Dimas

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