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Sínodo Jovens: Evangelizar a rede digital tornando-a mais humana

“A Igreja acompanhe os jovens no habitar a rede digital: embora não seja isenta de aspectos críticos, ela não é uma ameaça, mas um novo caminho de evangelização a ser percorrido com liberdade, prudência e responsabilidade”, afirmaram os padres sinodais na manhã desta quarta-feira, 17 de outubro, em que o verbo “escolher” – terceira parte do Instrumentum Laboris – esteve no centro da décima quarta Congregação Geral do Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens. Em andamento no Vaticano desde o dia 3 de outubro, o encontro sinodal prosseguirá até o próximo dia 28 deste mês.

Somos chamados a tornar-nos “o Apóstolo Paulo do Terceiro Milênio”, afirmam, lançando a proposta de um “Setor especial para a pastoral e a missão digital”, com a finalidade de evangelizar, mas também de indicar aqueles sitos internet que defendem posições não fiéis ao ensino oficial e ao magistério. Nesse sentido, poderá ser útil a criação de aplicativos, jogos e instrumentos interativos que ajudem a conhecer o Evangelho e a Igreja.

Os bispos expressam também preocupação com aqueles jovens que transcorrem tempo demais no tablet, e smartphone, tornando-se dependentes e condenando-se à solidão de um mundo irreal onde as amizades são apenas virtuais.

A Igreja quer favorecer o encontro concreto entre pessoas mediante peregrinações e grandes eventos como as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) criadas por São João Paulo II. O olhar se volta desde já para a JMJ Panamá 2019.

Mais formação para a cidadania ativa e para a política

Foi dado amplo espaço na Sala do Sínodo ao tema da formação: Igreja e sociedade precisam dos jovens, mas sem improvisações. Segundo os padres sinodais, levar adiante um projeto educacional significa evitar que o laxismo ético, o individualismo e o relativismo enfraqueçam o entusiasmo das novas gerações.

É preciso uma pedagogia para a cidadania ativa e para a política: é necessário propor a Doutrina social da Igreja, um estilo de vida sóbrio, uma ecologia humana integral e contrastar a corrupção galopante. Para esse fim é importante, num mundo sempre mais multicultural, a colaboração entre as religiões.

Família, ambiente educacional mais importante

Não existe um ambiente educacional mais importante do que a família, academia de escuta e diálogo recíproco entre gerações, de aprendizagem das primeiras regras da convivência social.

A Sala do Sínodo faz votos de que a autoridade dos pais seja tutelada e seja promovida uma pedagogia familiar que encoraje mais as virtudes do que as emoções e estimule a disposição à dedicação e ao sacrifício.

A família hoje é ameaçada pelas colonizações ideológicas que condicionam as ajudas econômicas aos países menos desenvolvidos à introdução de políticas contrárias à vida e ao matrimônio entre homem e mulher, denuncia o Sínodo. A Igreja é chamada a fazer-se família de muitos jovens órfãos ou que vivem em contextos familiares desfavoráveis, acrescentam os bispos.

Jovens buscam respostas claras e concretas

Os participantes dos trabalhos da assembleia constatam que muitos jovens se distanciam da Igreja porque inconsistentes nas convicções de fé. Daí, a exigência de uma catequese que considere as interpelações de sentido e a sede de amor como objetivos aos quais responder.

Com efeito, os jovens querem indicações claras, não confusas, sem desvios da linguagem de Cristo ou em conformidade com as tendências modernas das mídias.

A formação para o matrimônio representa muitas vezes uma ocasião de reaproximação à comunidade eclesial, mas é preciso intervir antes. A resposta é uma pastoral vocacional mais eficaz e finalizada a um envolvimento dos jovens nos processos de decisão e na evangelização de seus coetâneos, sugere o Sínodo.

A amizade é lugar privilegiado para a transmissão da fé no cotidiano. Deve-se levar em consideração na catequese que a teoria precisa ser harmonizada com a vida concreta: uma evangelização que não alcança o coração é como uma verniz que fica somente na superfície. Também nos seminários a formação deve ser conjugada numa dimensão mais humana.

Igreja é ponto de referência para os jovens migrantes

Foi dado espaço também para o tema da imigração: “o encontro entre culturas encoraja a buscar o melhor do outro e a corrigir algum defeito nosso, afirmam os participantes na Sala do Sínodo.

Os sacerdotes são pontos de referência essenciais para muitos jovens refugiados. Se a Igreja for atenta às carências dos necessitados e abrir o coração a Deus e a todos os jovens, independentemente de sua história de vida, permanecerá sempre jovem.

A palavra chave permanece sendo “testemunho”, porque uma testemunha de Cristo tem poder atrativo mais do que mil palavras. De fato, os jovens pedem autenticidade e quando a encontram no exemplo de vida de mártires e santos, no sorriso límpido dos consagrados, na dedicação de um sacerdote, na alegria e na fadiga de ser família, então se interrogam, se colocam em caminho e decidem assumir as rédeas da própria vida.

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