Sínodo dos Bispos sobre a Família
Celebramos, com alegria, no mês de outubro, o MÊS DAS MISSÕES. Todos os anos, a Igreja do Brasil, com a Igreja do mundo inteiro, reza especialmente, pelos missionários e missionárias que anunciam Jesus Cristo e seu Evangelho de salvação, por todas as partes do mundo. Também nós, da Diocese de São José dos Campos, queremos celebrar e vivenciar com grande alegria e fervor este mês missionário. Primeiro, engajando-nos, mais ainda, nas ações missionárias de nossas comunidades e segundo, rezando e colaborando intensamente com a ação missionária da Igreja Católica.
E neste mês missionário a Igreja Católica, do mundo inteiro, vai celebrar o SÍNODO SOBRE A FAMÍLIA, de 4 a 25 de outubro, em Roma, junto do Vaticano. Será a 14ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos com o tema: “A Vocação e a Missão da Família na Igreja e no mundo contemporâneo”. Mais de 400 pessoas vão marcar presença na 14ª Assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada às questões da família. A lista inclui 267 padres sinodais com direito a voto, com delegados de mais de 110 conferências episcopais. Entre os participantes estão também os presidentes dos dicastérios da Cúria Romana, bem como 45 cardeais, bispos e padres selecionados pelo Papa, que aprovou ainda a escolha de 23 peritos (‘adiutores secretarii specialis’), de 51 ouvintes (‘auditores’), nos quais se incluem 17 casais de vários países (entre eles o Iraque).
O Papa Francisco, visitando Santiago de Cuba, falou sobre o Sínodo dos Bispos. Num encontro que teve com as famílias na catedral disse que o Sínodo será um acontecimento muito bonito da Igreja em todos os sentidos. O Papa falou a partir do Evangelho de São João que apresenta uma festa em família: as bodas de Caná. As bodas – disse – são um momento especial, em que sempre se une o passado que herdamos e o futuro que nos espera, é uma abertura à esperança. E não é por nada que Jesus começa a sua vida no seio duma família, de um lar. É nos lares que Ele continua a inserir-se, a fazer parte, Ele gosta de se meter na família, disse o Papa. E quando há uma dificuldade, um litígio, Ele está lá para nos mostrar o amor de Deus. Com efeito, é em casa que aprendemos a fraternidade, a solidariedade, a não ser prepotentes, a pedir perdão e a ser perdoados, a nos deixarmos transformar, a procurar, sem máscaras, o melhor para os outros. É por isso que a comunidade cristã designa a família como “Igreja doméstica”, porque é nela que a fé permeia, é nela que se começa a descobrir o amor concreto e operante de Deus. O Papa constatou com amargura que, infelizmente, hoje faltam momentos para estar juntos em família; então não se sabe esperar, pedir licença, desculpa, dizer obrigado, porque a casa vai ficando vazia, vazia não de pessoas, mas de relações, de contatos, de encontros… “Sem família, sem o calor do lar, a vida torna-se vazia; começam a faltar as redes que nos sustentam na adversidade, alimentam a vida quotidiana e motivam na luta pela prosperidade. A família salva-nos de dois fenômenos atuais: a fragmentação ou seja a divisão e a massificação”. Em ambos estes casos – continuou o Papa – as pessoas transformam-se em indivíduos isolados, fáceis de manipular, de controlar. É como se perdêssemos os fundamentos do nome que temos. E recordou que a família é escola de humanidade, pedindo o favor de não nos esquecermos disto: “As famílias não são um problema, são, sobretudo, uma oportunidade; uma oportunidade que temos de cuidar, proteger, acompanhar, quer dizer, são uma bênção”.
Hoje, se discute muito sobre que tipo de mundo se quer deixar aos filhos: deixemos-lhes um mundo com famílias – disse o Papa, frisando que não existem famílias perfeitas, mas que nem por isso a família deixa de ser uma resposta para o amanhã. Recomendou, por isso, que cuidemos das nossas famílias, verdadeiras escolas do amanhã, pois Deus incentiva-nos ao amor, e quem ama sempre se compromete com as pessoas que ama. “Cuidemos das nossas famílias, verdadeiras escolas do amanhã. Cuidemos das nossas famílias, verdadeiros espaços de liberdade. Cuidemos das nossas famílias, verdadeiros centros de humanidades”. Suas afirmações foram dadas às vésperas de participar do Encontro Mundial das Famílias, ocorrido no final de sua viagem aos Estados Unidos e disse “saibamos todos ajudar-nos a cuidar da família, para que saibamos, cada vez mais, descobrir o Emanuel, o Deus que vive no meio do seu povo, fazendo das famílias a sua morada”.
Assim vamos todos rezar pelo Sínodo dos Bispos sobre a Família e cuidar para que cada família seja um lugar da experiência do Amor de Deus.
Dom José Valmor Cesar Teixeira, SDB
Bispo diocesano de São José dos Campos