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Artigos › 03/01/2012

Ser Santo hoje?

Padre Fabiano Kleber Cavalcante do Amaral
Vigário Paroquial | Paróquia da Catedral de São Dimas

Ao olharmos para a humanidade em que vivemos, diante de tantas aberrações e injustiças, imoralidades e violências, poderíamos até afirmar que esta possibilidade – Ser Santo hoje – está cada vez mais distante. Porém, a nossa condição de Filhos de Deus nos possibilita caminhar em busca dessa conquista – a Santidade.

Vamos olhar para nosso principal caminho de santidade – Jesus Cristo. Veja que Ele olhava para as multidões (Mt 5, 1-12), mas não olhava de qualquer jeito, olhava para dentro delas, e dali tirava princípios que deviam orientar as suas vidas.

Podemos chamar os Santos de Bem-aventurados, pois eles viveram, cada um a seu tempo, a graça de Deus em suas vidas.

No princípio da Igreja, São Paulo não receava chamar os fiéis de suas comunidades de Santos, pois julgava que eles viviam a vida cristã com autenticidade e, por isso, eram Santos.

Durante os séculos seguintes, inúmeros homens, mulheres e crianças construíram suas vidas tendo como fundamento a graça de Deus, e assim foram reconhecidos pela comunidade de Jesus, a Igreja, como Santos e Santas.

Hoje nós somos convocados a fundamentar nossas vidas tendo, na graça de Deus, o Evangelho como alicerce, para transformarmos a realidade que nos cerca e, assim, santificarmos a humanidade.

O que vai nos servir de indicativo é a prática de Jesus com as pessoas. Assim, saberemos que tipo de santidade Ele nos pede. Vimos isso quando Ele se deparou com o jovem rico, que tinha cumprido os mandamentos da lei desde sua infância. Jesus lhe propõe o passo seguinte: a renúncia dos bens e o seguimento. Ser santo para ele seria ter dado esse passo.

Àqueles que vinham de uma vida de pecado, Jesus propõe simplesmente: “Vai em paz e não peques mais”. Veja que Jesus toma a pessoa onde está e propõe um passo à frente. Então, o caminho da santidade é nunca estarmos satisfeitos com o estado em que nos encontramos, mas avançar um pouco.

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“Ser Santo hoje é dar a si mesmo a possibilidade de amadurecer como filho de Deus e como Ser Humano. Pois, não é a roupa ou o espaço que faz o Santo, mas sim a conduta, os princípios e a vida.”
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Do início do cristianismo, temos a Carta a Diogneto. Nela, o autor desconhecido responde à pergunta: “o que tem o cristão que o faz diferente dos outros?”, ou seja, “o que significa a santidade do cristão?”. O cristão faz as coisas que todo mundo faz, mas diferentemente. Tem um “mais”, um “excesso” que é não quantitativo, mas qualitativo. Em termos de atualização, diria: “O cristão de hoje assiste TV, dirige automóvel, estuda nas escolas e universidades, trabalha nas firmas, vai aos estádios de futebol, aos ginásios esportivos, às festas, mas não da mesma maneira que os outros”. Ele tem algo diferente na conduta, no brilho do olhar, na bondade do gesto, na pureza do agir, na liberdade, na gratuidade que o faz distinto; isso é SER SANTO HOJE.

Hoje, Jesus nos convida a sermos Santos, a sermos pobres, mansos, misericordiosos, justos, puros, pacíficos, a consagrar nossas lágrimas e espinhos da vida em oferenda de amor.

A graça de sermos Santos não está fora de nós, ela está dentro, só basta deixarmos que cresça, e isso se faz cultivando-a, cuidando dela como Jesus nos ensina, a partir de sua prática de vida.

Seja Santo aí mesmo, no seu trabalho, na sua família, no seu grupo social, e faça desse ambiente um espaço de santidade, espaço de habitação divina.


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