Renovar a realidade a partir dela mesma
Nos últimos meses assistimos a uma série de tragédias afligindo jovens, famílias, trabalhadores, pessoas de bem etc.
Por que com essas pessoas? Por que desse modo? Por que Deus não impediu isso? Por que…? Em meio a tantas outras, essas perguntas refletem o desejo humano de entender, revelando uma importante dimensão sua.
Contudo, mesmo querendo jamais conseguiremos respostas satisfatórias acerca das razões que estão por baixo das situações complexas e misteriosas da existência humana. Não é inútil querer saber o porquê dos fatos, mas é mais útil aprender com eles.
Certa vez algumas pessoas comentaram com Jesus sobre uma tragédia ocorrida em Jerusalém (cf. Lc 13,1-9). Por trás dessa fala escondia-se a ideia equivocada de que tal fato seria uma punição às pessoas por causa de seus pecados. Jesus não foi nessa direção, mas aproveitou a deixa para convocar os seus ouvintes à conversão. Esta sua iniciativa sinaliza para a seguinte reflexão: mais do que querer explicar as fatalidades, compete ao ser humano transformar-se a partir delas, assumindo novas posturas e novas práticas a fim de evitar tragédias semelhantes ou até piores.
Com seu convite à mudança de vida, Jesus quis trazer à tona outra importante dimensão do ser humano: a responsabilidade de cada pessoa pela sua qualidade, pelo bem dos semelhantes, pelo cuidado do mundo e da vida e pela composição de uma nova história. Por isso, é de pensar que as tragédias de nosso tempo e de nosso mundo têm algo a nos dizer, querem chamar a nossa atenção para alguma coisa que não vai bem, podem despertar-nos para um compromisso maior baseado na verdade e no bem.
A que atitudes e comportamentos convida-nos a tragédia de Brumadinho ou o incêndio que ceifou a vida dos jovens jogadores? Que lições nos ensina o massacre na escola de Suzano? Que posturas nos sugerem os atos de violência contra crianças e mulheres? Que apelos nos faz uma política marcada fortemente pela corrupção? O que nos indicam as carências que sentimos em nossa realidade?
Nenhum fato, por mais estranho e doloroso que seja, pode ser-nos indiferente. É sempre possível aprender com os erros próprios e alheios, pois verdadeira experiência não é o que acontece, mas o que se faz com aquilo que acontece.
Pessoas equilibradas e felizes, famílias como berço de gente realizada, leis cumpridas à risca, uma nação de pessoas honestas, um mundo de paz… Não são realidades que surgem do nada, mas construções que nascem do compromisso de cada um e de todos.
Quem se faz surdo à realidade com seus indicativos e apelos, acaba por fazer-se mudo às oportunidades de comunicar algo significativo para a edificação da civilização do amor, da alegria, da vida, da paz, da justiça, da igualdade etc.
O mundo marcado por tragédias pode ser renovado. O lugar disto é aqui e o tempo é agora!
Pe. Edinei Evaldo Batista
Reitor do Seminário Diocesano de Teologia – Diocese de São José dos Campos
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Com o propósito de uma vida realizada e feliz temos que nos comprometer cada vez mais com os ensinamentos de Jesus Cristo. Essa realidade não está distante pois a vivência comprometedora da sociedade com tudo isso é possível, desde que entendamos o propósito da vida missionária de Jesus que era e é simplesmente trazer essa paz, alegria de viver fraternalmente para todos, onde todos sem excessão podem e devem vivenciar essa realidade de uma vida plena em si e em todos.
Padre querido a sua bênção.
É muito doloroso, penso, que vivemos as vias dolorosas.
É hora de voltarmos para o amor, o grande amor….Jesus de Nazaré, Espírito Santo e Deus Pai.
Amém.