Regional Sul 1 envia mais duas missionárias para Pemba
Em comunhão com o desejo do Papa Francisco, de uma Igreja em saída, o Regional Sul 1 da CNBB envia mais duas missionárias para a Diocese de Pemba, no continente Africano. São elas: Irmã Sorella do Santíssimo Sacramento e Irmã Eulália de Nossa Senhora Serva, ambas pertencentes à Congregação da Fraternidade das Pobres de Jesus Cristo (Fraternidade Missionária O Caminho).
As religiosas aproveitaram os últimos dias que antecedem a ida para a Missão em Pemba e se encontraram no último dia 03 de agosto, com o secretário do Regional Sul 1 da CNBB, Dom Luiz Carlos Dias, e com o secretário executivo, Pe. Thiago Faccini Paro, na sede da entidade, na capital paulista.
As Irmãs ficarão em missão de 4 a 6 anos, na Diocese de Pemba, Distrito de Mecufi, e dentre as várias responsabilidades atribuídas a elas está: trabalhar no Projeto Santa Teresa de Calcutá que atende às crianças doentes sobretudo com desnutrição e HIV; colaborar nas atividades pastorais da Paróquia Santa Marta junto as famílias, na catequese, infância missionária e demais atividades; ajudar ainda, as famílias que fugiram de suas aldeias por conta das guerras, sendo sinais de esperança, fé, alegria e amor em tempos tão difíceis para o povo aquele povo.
Ao se manifestar sobre o encontro com as religiosas que vão se unir a outros missionários que o Regional Sul 1 mantém junto àquela Diocese, Dom Luiz relatou dizendo: “o que chamou a minha atenção neste encontro, foi a disponibilidade e a alegria destas religiosas que partem para enfrentar uma realidade absolutamente adversa, tanto para a permanência delas na região, sobretudo para o trabalho evangelizador. Elas vão juntar-se a outras irmãs que ali estão e atuam em diversas frentes. É um trabalho importantíssimo no ponto de vista humanitário, porque ali, as religiosas acolhem crianças, muitas delas apresentando sinais de desnutrição. Elas partem em missão com muita alegria e disponibilidade. Na ocasião, também partilhamos a Palavra de Deus e rezamos, assim elas saíram deste encontro mais encorajadas rumo a África, especificamente na diocese de Pemba”, conta.
Criada em 1957, com uma área de cerca de 82.625km² (quase do tamanho de Portugal) e localizada ao norte de Moçambique, a Diocese de Pemba, abrange toda a Província de Cabo Delgado e faz fronteira com as duas outras Províncias do Norte do país: Nampula e Niassa.
Moçambique é um dos países mais pobres do continente africano, e a Província de Cabo Delgado é uma das regiões mais carentes do país com uma população aproximada de dois milhões e quatrocentos mil habitantes. Estima-se que 30% da população seja católica, entre 20% a 22% muçulmanos, e quase metade da sociedade local (cerca de 48% a 50%) tenham religiões tradicionais africanas.
Desde 2018, o Regional Sul 1, que compreende o estado de São Paulo, mantem uma missão ad gentes na região, nas aldeias de Nangade, Mazeze e Metoro. O Projeto é mantido com recursos do Fundo Missionário.
Confira a entrevista com as irmãs:
Fale um pouco de vocês para nossos leitores.
Irmã Sorella: Sou Irmã Sorella do Santíssimo Sacramento, sou religiosa da Fraternidade O Caminho, tenho 33 anos, ingressei na vida religiosa aos 17 anos, sou natural do estado do Pará da diocese da Santíssima Conceição, na cidade Conceição do Araguaia.
Irmã Eulália: Me chamo Irmã Eulália de Nossa Senhora Serva, sou religiosa da Fraternidade O Caminho, faz 7 anos que pertenço a comunidade, tenho 25 anos, sou natural de Pilar (AL), mas cresci na Cidade de Laranjeiras (SE), pertencente a Arquidiocese de Aracaju.
Qual a congregação que as senhoras pertencem. Pode nos falar um pouco sobre a congregação e o seu Carisma?
Somos uma Associação Publica de Fiéis de direito diocesano, mas conhecidos como Fraternidade O Caminho. Temos 20 anos de fundação, e nossos fundadores são Pe. Gilson Sobreiro e Ir. Serva das Chagas Oculta do Crucificado. A frase que abrange e resume todo nosso carisma é: Jesus Todo, Todo de Jesus, que é o ideal de toda vida Cristã, e por conseguinte de toda vida consagrada que é Jesus. É uma profunda e até quem sabe uma ousada pretensão, de querer Jesus por inteiro e de ser d’Ele também por inteiro. O evangelho nos oferece o caminho seguro pelo qual podemos encarnar toda sua vida na nossa própria vida. E todo nosso labor missionário é para os pobres, pobres nos seus múltiplos rostos.
A Congregação está presente em 14 países: Brasil, Paraguai, Argentina, Bolívia, Chile, Nicarágua, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Estados Unidos, Canadá, França, Portugal, Moçambique.
Irmãs, o que as motivaram para serem missionárias em Pemba?
São vários motivos que nos levaram a querer ir em missão para Pemba; Primeiramente o – chamado de Deus – nos sentimos convidadas e enviadas por Nosso Senhor Jesus Cristo a ir para as águas mais profundas para anunciar sua Palavra e testemunhar o Seu amor a outras realidades em outras culturas, em outros países. Como também há um profundo desejo do nosso coração de nos colocarmos a serviço permitindo assim que Deus nos conduza para além de nós mesmas para sermos sinais de esperança, fé, alegria e amor em tempos tão difíceis para o povo moçambicano.
Já tiveram experiências missionárias?
Ir. Sorella: Tive oportunidade de missionar em vários estados das regiões do norte, nordeste e sul do Brasil como também na missão ad gentes nos países da Bolívia, Nicarágua e Guatemala.
Ir. Eulália: Minhas experiências missionárias foram em 4 estados do Brasil, Crato- (CE), Belo Horizonte (MG), Penha, (PR) e Cascavel (PR).
As senhoras viajarão quando e por quanto tempo ficarão em missão na Diocese de Pemba, Distrito de Mecufi?
Viajamos no dia 23 de agosto 2021 e ficaremos em missão de 4 a 6 anos.
Que realidade devem encontrar em Pemba?
Vamos encontrar um país que carece de políticas públicas que refletem sobretudo no sistema educacional e de saúde. Mas também encontraremos um povo alegre, acolhedor, que tem uma cultura rica e própria, um povo religioso que em meio a dor busca na fé a esperança, a força para suportar os sofrimentos.
O Povo moçambicano, especialmente da província de Cabo Delgado que tem como capital Pemba, também vive uma realidade de terrorismo, que tem contribuído significativamente no aumento do número de refugiados da guerra gerando mais pobreza, doenças e fome.
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