Preservar o Meio Ambiente: uma atitude de louvor a Deus!
No último dia 5 de junho, celebramos o Dia Mundial do Meio Ambiente, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972. Felizmente, tem crescido nas últimas décadas a preocupação em relação à preservação do meio ambiente sob diversas perspectivas. À luz da fé cristã, o papa Francisco publicou em 2015 a tão celebrada encíclica Laudato Si’, que versa sobre o cuidado com a casa comum, tema inédito em um documento como esse.
Não obstante alguns avanços, os desafios persistem. Na referida encíclica, o Papa recorda um ensinamento do patriarca Bartolomeu de Constantinopla, que “chamou a atenção para as raízes éticas e espirituais dos problemas ambientais, que nos convidam a encontrar soluções não só na técnica, mas também em uma mudança do ser humano; caso contrário, estaríamos enfrentando apenas os sintomas”. De fato, quando colocamos em pauta a degradação do meio ambiente, não podemos nos restringir a discussões técnicas de como remediar ou mesmo prevenir os danos provocados ao planeta pela ação humana. É preciso avaliar também a razão de ter chegado a tal ponto. Não estamos diante de um problema ético-moral que requer de nós um apurado processo de conversão? Não será preciso cultivar uma espiritualidade que abarque o respeito e a integração do ser humano em relação às demais criaturas? Por que não adotar uma salutar educação ecológica a partir da fé? São questões que podem nos transportar da insensibilidade para a responsabilidade.
Enquanto cristãos, somos chamados a dar testemunho de que reconhecemos nas criaturas a marca da bondade do Senhor (cf. Gn 1,31) e que, portanto, a criação não pode jamais ficar refém do egoísmo que gera desequilíbrio e situações de morte. Nossa fé deve promover uma espiritualidade capaz de gerar relações saudáveis com a natureza e entre nós mesmos enquanto comunidade humana, pois uma sociedade injusta contribuirá para uma exploração injusta do meio ambiente. Para os homens e as mulheres que professam a fé em Jesus Cristo, amigo da vida, a preservação do meio ambiente corresponde a uma atitude de louvor a Deus, que é fonte da vida.
Por isso, não podemos desprezar o empenho em vista de políticas públicas voltadas para a preservação ambiental, tão ameaçada pelo atual governo que, segundo oito ex-ministros do Meio Ambiente, promove uma “política sistemática, constante e deliberada de destruição das políticas meio ambientais”. O cristão, não por submissão ideológica, mas por exigência evangélica, não poderá ausentar-se deste debate. Parafraseando a Primeira Carta de João (cf. 1Jo 4,20), como poderemos amar a Deus que não vemos e destruir sua criação, expressão concreta de sua bondade? Vale a reflexão; urge o testemunho!
.
Padre Éverton Machado dos Santos
Pároco da Paróquia São João Batista, em Jacareí
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Muito bom viva Laudato Si