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Papa ao clero em Cuba: viver na pobreza e na misericórdia

O Papa Francisco neste domingo dia 20 de setembro, depois da visita de cortesia ao Presidente Raul Castro no Palácio Presidencial e à Igreja do Sagrado Coração de Jesus, celebrou com os sacerdotes e os consagrados e as consagradas de Cuba a oração de Vésperas na Catedral de Havana.

Na sua homilia o Santo Padre falou de improviso e recordando as palavras do Cardeal Ortega, arcebispo de Havana, que falou da pobreza da Igreja cubana e ainda referindo o testemunho de uma religiosa vicentina que contou a sua experiência com os doentes físicos e mentais, o Papa Francisco falou sobre pobreza e misericórdia.

A palavra pobreza “é incômoda e vai contra a corrente” – afirmou o Papa – e, por isso, “o espírito do mundo não ama o caminho do Filho de Deus que se abaixou, fez-se pobre, humilhou-se para ser um de nós”.

Recordando o jovem do Evangelho que cumpria os mandamentos, o Santo Padre sublinhou que este teve medo da pobreza e foi-se embora.

Falando em concreto para o clero presente, o Papa advertiu que é importante saber gerir os bens, mas tais bens não devem entrar no coração e passarem a fazer de guia do caminho. Citando um velho e sábio padre, o Papa Francisco disse que “quando o espírito de riqueza entra no coração de um consagrado ou de uma consagrada, de um sacerdote, um bispo ou um papa, quando se começa a recolher fundos para garantir o futuro, então o futuro não está em Jesus, mas numa ‘companhia seguradora’ de natureza espiritual”.

“A nossa Mãe Igreja é pobre” – declarou o Papa – “Deus a quis pobre como quis que fosse pobre a nossa Santa Mãe Maria”. E o Santo Padre reforçou as suas afirmações recordando a primeira bem-aventurança: ‘bem-aventurados os pobres de espírito’.

Salientando na sua homilia o testemunho da religiosa que trabalha com doentes, o Papa citou o Evangelho de S. Mateus: “Aquilo que fizerdes a um só destes meus irmãos mais pequenos é a mim que o fazeis” e reiterou que quem assim o faz serve Jesus num modo superlativo.

Na conclusão da sua homilia o Santo Padre fez uma referência especial aos religiosos e religiosas que ‘queimam a sua vida’ servindo aqueles que o mundo descarta e acariciam “aqueles que o mundo despreza, aqueles que o mundo prefere que não existam…”.

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