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Notícias da Diocese › 06/06/2024

Padre Rinaldo e seu testemunho de vida com Frei Vittorio Infantino

O Pe. Rinaldo Roberto de Rezende, que teve o Frei Vittorio como reitor na Filosofia, partilha um pouco de sua experiência com esse grande servo de Deus que sempre se abandonou na Providência Divina.

Confira:

Queridos irmãos queridas irmãs,

Nós acabamos de ouvir na 1ª leitura: “Deus não nos deu um espírito de timidez, mas um espírito primeiro de Fortaleza” e São Paulo afirma: “Eu sei em quem eu coloquei a minha confiança”.

Hoje anunciando para a comunidade o falecimento do Frei Vitório Infantino, parece que a leitura não poderia ser outra para nos fazer lembrar uma pessoa de fé, e o que a fé realiza na vida de uma pessoa.

O frei Vitório veio pro Brasil, trabalhar aqui em Caçapava e encontrou um terreno árido para evangelização num tempo em que a juventude estava muito perdida em meio aos modismos, como acontece a juventude se torna vítima em todas as épocas de tudo aquilo que se torna moda e cultura da época.

Então ele percebendo aquele povo longe da Igreja, ele começou a criar retiros, encontros de conversão e de fato transformou a vida de muitos desses jovens, que se tomaram seguidores de Cristo e até hoje dão testemunho trabalhando como pessoas consagradas na Igreja, outros num casamento que é colocado também a serviço da Igreja, a serviço dos casais, outros grandes profissionais que colocaram a profissão também a serviço do reino de Deus. Então, quantos Frutos deste espírito de Fortaleza que Deus colocou na vida desse homem.

Trabalhando depois em Ubatuba, ele trabalhou com as prostitutas, e ali também trabalhou num processo de conversão de muita gente e de médicos, que foram ajuda-lo a trabalhar com aquela população, com aquelas pessoas que precisavam de cuidados inclusive para a saúde.

Quanta coisa ele realizou, quanta coisa ele fez ali, construiu casas de Retiro tanto em Caçapava quanto lá em Ubatuba, fez um trabalho magnífico e quando veio para São José dos Campos foi morar aqui na cidade de Jacareí que pertence à diocese de São José dos Campos e ali ele começou o hospital, viu um terreno e enxergou naquele terreno na periferia de Jacareí, um hospital.

E disse ao povo, nós vamos construir juntos um hospital, que hoje leva o nome de São Francisco e esse hospital foi construído pelas providência Divina. O povo com a ajuda de tantas pessoas e todos ali juntos levantaram esse hospital e nesse período que ele estava levantando o hospital ele foi nosso reitor do seminário, até a gente brincava, a reitoria para ele era um bico, porque tinha tanta coisa, fazia tanto, que a gente não poderia nem imaginar-lo reitor e foi o nosso grande reitor.

Ele nos ensinou pela vida, um homem de profunda oração, de Adoração ao Santíssimo, todos dias levantava de madrugada para fazer a Adoração ao Santíssimo, quando a gente levantava para as primeiras orações, ele já estava lá há algum tempo na capela nos esperando e nos ensinou, o que eu disse para vocês no início da missa: “Crer na providência Divina”. Não é à toa que eu rezo sempre a providência divina.

Tem dois momentos da vida do seminário que me faz recordar a questão da providência de uma forma muito forte. Uma vez e eu já partilhei isso, mas hoje me sinto até no dever de contar essas histórias.

O frei Vitório saiu de casa e aquele dia a comunidade era só por nossa conta e adolescente jovem tem fome não é parece que tem mais fome que as outras criaturas e a gente à tarde não tinha nada para comer seminário eu olhei na dispensa não tinha nenhum pão seco nem torrada não tinha nada e eu era o responsável pela casa e os outros meninos também reclamando não tinha nada para comer eu resolvi que a gente deveria comprar umas bolachas no supermercado.

Naquela época eu lembro que eu chamei o Padre Bento, que era o responsável pelas compras e falei olha vai lá buscar um pacote de bolacha sal um pacote de bolacha doce, pra gente tomar o café da tarde eu vou fazer o café aqui na casa. Meu Deus, antes dele chegar ao supermercado, gente sem mentira, chegou um caminhão de bolachas no seminário, um caminhão de verdade, nós tivemos que distribuir as bolachas por Jacareí, o seminário era ali em Jacareí, aquele dia eu fiquei assustado, falei olha a gente tem que acreditar, Frei sempre ensinou: “Acredita que vai chegar”, e as coisas eram assim aconteciam assim no seminário.

Outra vez os padres dehonianos aqui de São José dos Campos, marcaram de almoçar no nosso seminário, e nós tínhamos chuchu, arroz, feijão e chicória da horta, que era o que frei o gostava. Eu fiquei pensando, nós vamos ter que arrumar alguma mistura, vamos comprar uma carne alguma coisa ou fazer ovo pelo menos, mas de repente uma fábrica nos liga perguntando se a gente aceitava o almoço, aí falei sim como não, nós naquele dia comemos bife a parmegiana, lasanha, salada sem fim de tudo qualquer tipo, enfim tanta coisa que os padres que almoçaram com a gente disse assim no final do almoço: “Como vocês comem bem aqui”.

São coisas que eu falo com emoção, porque isso eu vi, aconteceu comigo,  era gente ali no seminário aprendendo, sendo preparado para ser padre e eu fico pensando como nós somos fracos na fé, como muitas vezes nós agimos como aqueles saduceus ali do evangelho que estavam colocando Jesus à prova, eles estavam ridicularizando Jesus contando uma história mirabuloza, uma história estranha.

Uma mulher que teria se casado com sete irmãos não teria filho de quem que ela seria esposa lá no céu, na verdade era para ridicularizar Jesus, para dizer que história é essa do céu e como vai ser no céu e quando acontece isso aqui na terra, quem vai ser marido dela lá no céu, ridicularizar Jesus, sabe que às vezes a gente coloca Deus à prova também, quando a gente começa a reclamar da vida, quando a gente começa a achar que Deus não tá sendo justo, por que uma pessoa boa sofre, por que eu não recebo logo um prêmio pelo bem que eu fiz,

A gente muitas vezes coloca Deus à prova e a resposta de Jesus mata qualquer questão ali, Jesus diz a eles: “Vocês não conhecem as escrituras e nem o poder de Deus, por Isso vocês estão questionando a Deus, questionando o céu, questionando as coisas que nos ultrapassam, porque vocês não conhecem as escrituras e não conhecem o poder de Deus”. Aliás, São Jerônimo que foi o tradutor da Bíblia para latim, ele diz: “Ignorar as escrituras é ignorar a Cristo. Não conhecer as escrituras é não conhecer Cristo”, então em tudo na nossa vida vamos buscar esse espírito de fortaleza, que faz a gente realizar aquilo que a gente não imagina que é capaz, porque o poder de Deus age e vamos dar um mergulho mais profundo nas sagradas escrituras, no conhecimento do que Deus revela a nós. Eu sempre digo as Sagradas Escrituras elas são como que o manual de instrução do ser humano, se a gente escutar a Deus, se a gente vivenciar o evangelho não tem como não acertar o caminho da vida e nesse caminho da vida a gente experimenta e conhece o poder de Deus. Amém!

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1 Comentário para “Padre Rinaldo e seu testemunho de vida com Frei Vittorio Infantino”

  1. Celso de Camargo disse:

    Maravilhoso testemunho! Deus está sempre junto daqueles que se dedicam a serví-lo!
    Parabéns aos padres que deixaram tudo pelo Reino de Cristo, que vive, que reina e que impera!
    Que os exemplos se multipliquem! E, Viva Cristo Rei!

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