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Orientações para Eleições 2024

Estamos a um mês das Eleições Municipais, diante disso, Dom Cesar, bispo diocesano de São José dos Campos, lança algumas orientações para esse período eleitoral, de acordo com a Doutrina Social da Igreja.

“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará e nós viremos e faremos nele a nossa morada” (Jo 14,23).

É preciso escutar a Palavra de Deus, deixar que essa Palavra caia em nosso coração, mas também a praticar, torná-la fecunda em nós e produzir frutos na caridade para o mundo. Que a Palavra permaneça em nós e nós permaneçamos nela, mergulhemos nela, que sejamos orientados, conduzidos por essa Palavra.

A Diocese de São José dos Campos, seguindo o mandato de Jesus: “ide e evangelizai” (Mt 28,18-20) apresenta algumas orientações, para os católicos e pessoas de boa vontade, tendo em vista as eleições municipais de 2024.

A Igreja Católica, a partir de sua Doutrina Social, tem, o dever de educar para a dimensão Política, com “P” maiúsculo, como tarefa importante de Evangelizar. A Palavra de Deus deve ecoar na plenitude da vida das pessoas e em todas as suas dimensões, inclusive na ação política.

Diante dessa realidade, o Cristão e a Cristã, não devem se deixar levar pela apatia e pelo desânimo e sim entender que é momento propício para possibilitar melhoras à nossa realidade, visando à busca do bem comum e a construção de uma sociedade justa e solidária, onde a dignidade humana seja o princípio fundamental de todas as nossas ações.

É preciso ultrapassar o sistema político em que alguns candidatos têm compromissos somente com grupos que os financiaram ou financiam, tendo sua atuação política concentrada na defesa de interesses do poder econômico ou de outra natureza. Esse modelo político defende o interesse de poucos e alimenta a corrupção e o sofrimento de muitos, o que leva a uma grave crise ética.

Precisamos de pessoas que construam uma Política Pública, que esteja a serviço da Sociedade; que coloque o bem comum em primeiro lugar, a vida em primeiro lugar; que não se deixe intimidar pelos poderes financeiros e midiáticos; que seja construída no diálogo democrático e na busca da justiça com misericórdia e reconciliação.

Disse o Papa Francisco: “para o cristão, é uma obrigação envolver-se na Política. Nós cristãos, não podemos fazer como Pilatos: lavar as mãos…Os leigos cristãos devem trabalhar na política…É um dever trabalhar para o bem comum”. (Papa Francisco, sala Paulo VI – Vaticano, 7 de junho de 2013).

A CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – lançou uma série de orientações para as eleições deste ano, que você pode ler nos órgãos de comunicação da Igreja do Brasil. “A Igreja Católica não assume nenhuma candidatura em particular, mas incentiva os cristãos leigos e leigas, que tem vocação para a militância político-partidária, a se lançarem candidatos”. “Sonhamos e nos comprometemos com um país próspero, democrático, sem corrupção, socialmente equilibrado, economicamente justo, ecologicamente sustentável, sem violência, discriminação e mentiras; e com oportunidades para todos. Só com a participação dos cidadãos brasileiros é possível realizar este sonho”.

Por isso, exortamos os Católicos(as) e as pessoas de boa vontade a aprofundarem seu conhecimento e buscarem informações sobre os candidatos, analisando sua história, propostas e compromissos.

A Igreja católica não tem partido político, e tem uma legislação própria sobre a participação dos clérigos e leigos nos partidos políticos. Isto está expresso no Código de Direito Canônico, no Catecismo da Igreja Católica, no Compêndio da Doutrina Social da Igreja e nas orientações do Magistério. Mas tem explícita e decidida posição que expressa o valor da dignidade humana, o respeito intransigente da vida desde a sua concepção à morte natural, de justiça social, de combate à corrupção e tantos outros valores que norteiam a nossa rica Doutrina Social. Em tempos eleitorais, é preciso particular vigilância para que nem o poder econômico e nem a manipulação midiática (notícias mentirosas e inventadas) tomem o lugar da consciência de cada cidadão.

A Diocese de São José dos Campos, ao falar das eleições e orientar sobre elas, inspira-se nos documentos da Igreja Católica.  Basta ler e obedecer. Lembra, ainda, a atenção que deve ser dada à Lei 9.840, que dá as indicações eleitorais para as eleições e apresenta as penalidades para o descumprimento da legislação em vigor.

Deixemo-nos tocar pelo que nos ensina o Papa Francisco sobre os leigos e a política: “Peço a Deus que cresça o número de políticos capazes de entrar num autêntico diálogo que vise efetivamente a sanar as raízes profundas e não a aparência dos males do nosso tempo… Rezo ao Senhor para que nos conceda mais políticos que tenham verdadeiramente a peito a sociedade, o povo, a vida dos pobres” (EG 205).

“Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinhos e figos dos abro­lhos? Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má, bons frutos…Pelos seus frutos os conhecereis.” (Mt 7, 17-19).

Indico a todos e a todas a leitura da Cartilha de Orientação Política, produzida pelo Regional Sul 2 da Conferência dos Bispo do Brasil, para as eleições municipais de 2024, lançada no primeiro semestre deste ano. “A esperança não decepciona” (Rm 5,5).

São José dos Campos, 06 de setembro de 2024

 

 

 Dom José Valmor Cesar Teixeira, SDB

Bispo Diocesano

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