O chamado na Igreja
“Vem”: o Senhor o chama. Assim, o Papa começa sua reflexão sobre o chamado dos jovens dentro da Igreja e sobre seu lugar e seu testemunho, encorajando-os em sua escolha:
Vocês escolheram ser ministrantes do altar, e eu gostaria de agradecer-lhes do fundo do meu coração pelos esforços, e às vezes as renúncias que fazem para se dedicar a este compromisso de coroinhas, enquanto muitos de seus amigos preferem dormir nas manhãs de domingo, ou praticar esportes. Vocês não imaginam o quanto vocês podem ser um modelo, um ponto de referência para muitos jovens da sua idade. Vocês podem realmente se orgulhar do que fazem. Não tenham vergonha de servir o Altar, mesmo que estejam sozinhos, mesmo que estejam crescendo. É uma honra servir a Jesus quando Ele doa sua vida por nós na Eucaristia.
Ir e servir os irmãos para difundir o amor de Jesus
O serviço é, portanto, “testemunho concreto do Evangelho” e é “apostolado” que atrai, nas palavras do Papa aos coroinhas de 10 a 18 anos que vêm de diferentes dioceses da França. “Mas, servir a missa requer um seguimento: ‘Serve e vai’!”
Vocês sabem que Jesus está presente nas pessoas dos irmãos que encontramos. Depois de servir Jesus na missa, Ele envia vocês a servi-lo nas pessoas que encontram durante o dia, especialmente se são pobres e desfavorecidas, porque Ele está especialmente unido a elas. Talvez vocês tenham amigos que vivem em bairros difíceis ou que passam por grandes sofrimentos, até mesmo vícios; talvez conheçam jovens que são desarraigados, migrantes ou refugiados. Peço-lhes que os acolham generosamente, para tirá-los da solidão e que façam amizade com eles.
Proximidade e não relações virtuais que se separam da realidade
Coragem, espontaneidade e entusiasmo são os instrumentos com os quais o Papa convida esses jovens a conquistar outros, a difundir o amor, o perdão, a proximidade de Jesus a cada um. “Insisto nisso, proximidade: proximidade entre vocês, proximidade aos membros de suas famílias, proximidade aos outros jovens”, para não cair no ‘egoísmo’ ou nos ‘grupos restritos’:
Evitem cair na tentação do voltar-se para si mesmos, do egoísmo, de se fecharem no seu mundo, nos grupos restritos, nas redes sociais virtuais. É melhor preferir amizades reais, não virtuais, que são ilusórias e aprisionam vocês, separando-os da realidade.
Risco de hoje: não ter raízes
Outro aspecto que Francisco sugere aos coroinhas, é o da relação com os idosos, com os avós. “Para quem tem a sorte de ter avô e avó é precioso aproveitar de sua presença, de seus conselhos e suas experiências. Muitas vezes são eles que os acompanham à missa e falam com vocês de Deus. Os idosos são um recurso necessário para sua maturidade humana”, disse o Papa aos ministrantes.
Hoje, corre-se o risco de não saber mais de onde vem, de perder as raízes, perder a orientação. Digam-me, como vocês pensam construir seu futuro, planejar sua vida, se não têm raízes fortes que os ajudem a permanecer de pé e ligado à terra? É fácil “voar para longe” quando não se tem onde ficar, onde se fixar. Procurem suas raízes, aprendam a conhecer e amar sua cultura, sua história, para dialogar na verdade com aqueles que são diferentes de vocês, orgulhando do que vocês são e respeitando o que os outros são.
Construir bases sólidas para uma vida que “cresce em Cristo”: esta é a idade justa, explicou o Papa aos ministrantes, convidando-os a olhar para os seus corações. “Não desistam dos sonhos e não tenham medo de responder ao chamado do Senhor se o serviço ao Altar o despertar”:
Não tenham medo! Alimentem esse chamado em seu coração, e um dia, tenham a coragem de falar sobre isso com alguém em quem vocês confiam. Como é bonito ver jovens comprometidos generosamente com o Reino de Deus, a serviço da Igreja! É uma bela aventura!
Por isso, a entrega a Maria que, desde menina, tinha sonhos e projetos, mas “ao chamado de Deus, se fez serva com o seu ‘sim’ generoso, fecundo e alegre”, concluiu o Papa.
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