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Artigos › 12/07/2019

O mundo sem a arte seria um mundo fechado ao amor

A arte que comunica e evangeliza

Pinturas, teatro, dança, produções musicais e diversas manifestações artísticas fazem parte de uma série de atividades que tem atraído cada vez mais pessoas para o encontro com o Sagrado. Atualmente tem surgido pastorais e movimentos eclesiais ligados ao trabalho artístico com o intuído de levar o fiel ao encontro com Cristo.

Historicamente a Igreja Católica é vanguardista no campo da música, mas também das pinturas e esculturas, por exemplo. Notavelmente nas igrejas antigas, desde a Europa, em toda a Itália, Espanha, França, por exemplo, chegando até as Américas, nas igrejas argentinas, chilenas e em nossas igrejas no Brasil. Salvador/BA, Ouro Preto/MG, Mariana/MG e até as de construções dos períodos modernos.

O Papa Emérito Bento XVI, em 2006, em um encontro com os diretores dos Museus Vaticanos, explicou que a arte cristã pode ser um meio para aproximar a verdade de Cristo a não cristãos e inclusive a pessoas de outras religiões.

“A aproximação à verdade cristã por meio da expressão artística ou histórico-cultural é uma ocasião para falar com a inteligência e à sensibilidade de pessoas que não pertencem à Igreja Católica e às vezes podem nutrir por ela preconceitos e desconfiança”, lembrou o Bento XVI.

A arte e o Belo

No decorrer da história, a beleza divina tem sido proclamada conforme se lê em escritos da vida de santos. É conhecida a confissão de Santo Agostinho em que diz “tarde vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova”. São Francisco de Assis, no século XIII, dizia a Jesus: “Vós sois beleza…”. E Santa Teresa de Jesus, no século XVI, poetizava: “formosura que excedeis a todas as formosuras”.

Em 1999, o Papa João Paulo II publicou “a todos aqueles que apaixonadamente procuram novas “epifanias” da beleza para oferecê-las ao mundo como criação artística”, a famosa Carta aos Artistas. São João Paulo II dizia que “a Igreja está especialmente interessada no diálogo com a arte por reconhecer que a beleza de Deus é a porta que conduz o homem moderno a Ele.”

João Paulo II diz ainda que “para transmitir a mensagem que Cristo lhe confiou, a Igreja tem necessidade da arte”. E por várias vezes, ao longo dos séculos, a Escritura se manifesta por meio das diversas expressões artísticas como a música, arquitetura, pintura, teatro, dança, literatura… Chegando nas mais modernas formas como as expressões gráficas, o design, decoração e tantas outra que dão suas contribuições.

“Quem experimenta a beleza está em comunhão com o Sagrado” Rubem Alves

Regina Pimentel na exposição “Simples como Francisco”, no Museu de Arte Sacra de São José.

A descoberta pelas artes

Participante da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em Jacareí, e agente da Pastoral da Comunicação, Regina Maria Campos Pimentel, aos 57 anos descobriu a paixão pelas artes plásticas e começou então a se aperfeiçoar em esculturas.

Regina trabalhou por muito tempo na área administrativa e também como professora. Em 2016 participou de workshops de escultura e modelagem e cerâmica, tanto em Jacareí como em São José dos Campos, onde teve aulas com a ceramista Angela Cestari.  De lá para cá tem se dedicado a esse hobby que acabou virando profissão.

“Em um mês e meio consegui montar a exposição de Nossa Senhora da Conceição e peças que fiz quando iniciei na arte, vendia pela internet e com isso consegui até fazer um forno para queimar minhas peças”, lembra a artista plástica.

Em 2018 Regina começou a expor suas peças em galerias de Jacareí, sua cidade natal, e de lá já foi para São José dos Campos, Aparecida e ainda recebeu convite para Cuzco, no Peru.

O propósito das exposições é levar ao público o conhecimento artístico em arte sacra, proporcionando aos visitantes a oportunidade de conhecer a vida de santos populares no mundo todo, assim como conhecer a forte identidade com a escultura barroca.

 

“É essencial a busca pela técnica”. Ivete Oliveira atuando no musical “Todas elas em uma”, da Oficina Viva.

Teatro e Espiritualidade

“A Igreja tem necessidade da Arte”, afirma São João Paulo II em sua Carta aos artistas. Muitos homens e mulheres colocam-se a disposição para fazer da vida artística, uma forma de evangelização. São pessoas, segundo João Paulo II, que mantêm um profundo “apaixonamento e buscam sempre novas maneiras de revelar a beleza de Deus.”

A atriz e professora de expressão corporal da Oficina Viva Produções, Ivete Oliveira Damasceno, conta que enxerga o teatro como um instrumento de evangelização transformador. “Sua intensidade eleva e une outras artes, resultando em crescimento artístico, espiritual e de entretenimento”, diz Ivete.

Sobre sua experiência no palco, atuando e evangelizando, Ivete diz que “é um momento de comunhão dos meus dons, da minha vocação, da realização de que estou fazendo aquilo que nasci para fazer. É sempre a hora de abandono pleno a confiança e ao amor de Deus”. Ivete diz ainda que “desprendo totalmente o meu servir ao compromisso de ser artista, e por meio da minha arte me lançar a águas mais profundas e assim evangelizar com beleza e sensibilidade”.

“É preciso sair da zona de conforto”, afirma Ivete, sobre a necessidade de formação dos artistas que trabalham na Evangelização. “É extremamente necessário e essencial entender que o Espirito Santo nos move, nos impulsiona e nos inspira, mas cabe a nós multiplicarmos os talentos, sendo assim, é indispensável a busca pela técnica, pela formação, pelo aprimoramento”, concluiu.

 

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