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“O Espírito Santo nos ajuda a falar com os outros e reconhecê-los como irmãos”

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O Papa Francisco presidiu neste domingo, 08 de junho, na Basílica de São Pedro, a celebração eucarística na Solenidade de Pentecostes.

O pontífice iniciou a homilia citando o versículo 4 do capítulo 2 dos Atos dos Apóstolos: “Todos ficaram repletos do Espírito Santo”. “Falando aos Apóstolos na Última Ceia, Jesus disse que, depois de sua partida deste mundo, iria enviar-lhes o dom do Pai que é o Espírito Santo. Essa promessa realizou-se com força no dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre os discípulos reunidos no Cenáculo”, frisou o Papa.

Segundo Francisco, essa efusão extraordinária não se limitou somente àquele momento, mas é um evento que se renova sempre. “Cristo glorificado à direita do Pai continua realizando a sua promessa, enviando sobre a Igreja o Espírito que dá vida, que nos ensina, nos recorda e nos faz falar”, disse o Santo Padre que acrescentou:

“O Espírito Santo nos ensina: é o Mestre interior. Ele nos guia para o caminho certo, através das situações da vida. Ele nos ensina a estrada, o caminho. Nos primeiros tempos da Igreja, o Cristianismo era chamado de ‘o Caminho’, e Jesus é o Caminho. O Espírito Santo nos ensina a segui-lo, a caminhar em suas pegadas. Mais do que um mestre de doutrina, o Espírito é um mestre de vida. Faz parte da vida o saber e o conhecer, porém, dentro do horizonte mais amplo e harmonioso da existência cristã.”

O Papa frisou que “o Espírito Santo nos lembra, nos faz recordar tudo o que Jesus disse. É a memória viva da Igreja. Ele nos faz recordar e entender as palavras do Senhor. Este recordar no Espírito e graças ao Espírito não se reduz a um fato mnemônico, é um aspecto essencial da presença de Cristo em nós e na Igreja”.

“O Espírito da verdade e da caridade nos faz lembrar tudo o que Cristo disse, nos faz entrar plenamente no sentido de suas palavras. Isto exige de nós uma resposta: quanto mais a nossa resposta for generosa, mais as palavras de Jesus se tornam vida em nós, tornam-se comportamentos, escolhas, gestos e testemunho. O Espírito nos recorda o mandamento do amor e nos convida a vivê-lo”, disse ainda o Francisco.

Segundo o pontífice, “um cristão sem memória não é um verdadeiro cristão: é um homem ou uma mulher prisioneiro do momento, que não sabe valorizar sua história, não sabe lê-la e vivê-la como história de salvação. Com a ajuda do Espírito Santo, podemos interpretar as inspirações e os acontecimentos da vida à luz das palavras de Jesus. Assim, cresce em nós a sabedoria da memória, a sabedoria do coração, que é um dom do Espírito. Que o Espírito Santo reavive em nós a memória cristã!”

O Papa disse ainda que “o Espírito Santo nos faz falar com Deus e com os homens. Ele nos ajuda a conversar com Deus na oração. A oração é um dom que recebemos gratuitamente; é diálogo com Ele no Espírito Santo, que reza em nós e nos faz dirigir a Deus chamando-o de Pai, Papai, Abba. Isso não é apenas um modo de dizer, mas é a realidade. Somos realmente filhos de Deus”.

“Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”, disse o pontífice citando a Carta de Paulo aos Romanos. “O Espírito nos faz falar com os homens em diálogo fraterno. Ele nos ajuda a falar com os outros e reconhecê-los como irmãos e irmãs, a falar com amizade, ternura, compreendendo as angústias e esperanças, as tristezas e alegrias dos outros. O Espírito Santo nos faz falar aos homens na profecia, isto é, tornando-nos canais humildes e dóceis à Palavra de Deus. A profecia é feita com franqueza para mostrar abertamente as contradições e injustiças, mas sempre com mansidão e intenção construtiva”, frisou o Santo Padre.

“Saciados com o Espírito de amor, podemos ser sinais e instrumentos de Deus que ama, serve e doa a vida. O Espírito Santo nos ensina o caminho, nos recorda e nos explica as palavras de Jesus, nos faz rezar e chamar Deus de Pai, nos faz falar aos homens no diálogo fraterno e na profecia”, disse ainda o pontífice.
“No dia de Pentecostes, quando os discípulos ficaram cheios do Espírito Santo, esse foi o batismo da Igreja que nasceu e saiu para anunciar a todos a Boa Nova. Jesus foi peremptório com os Apóstolos: não deveriam se afastar de Jerusalém antes de receberam do alto a força do Espírito Santo. Sem Ele não existe missão, não existe evangelização”, concluiu Francisco. 

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