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Artigos › 21/09/2012

O caráter performativo da Palavra de Deus

Dentre os diversos ensinamentos da Exortação Apostólica Pós-sinodal Verbum Domini, de Bento XVI, queremos ressaltar, nesta oportunidade, o caráter performativo da Palavra de Deus, que o Pontífice apresenta, relacionado aos sacramentos (VD n. 53 e n. 56). Nós o faremos em outra perspectiva.

Quando buscamos o sentido linguístico da palavra “performativo”, encontramos a explicação de que é uma palavra que, ao ser proferida, corresponde a ação a que se refere. Por exemplo, quando alguém diz “Eu juro”, está fazendo um ato performativo. Na Sagrada Escritura, quando Deus disse o “Faça-se” a cada dia da criação (Gn 1,1-31), a esta palavra correspondia uma ação. Não era uma palavra solta no vazio. Ou ainda, quando Isaías afirma que a Palavra de Deus cai na terra, e não volta vazia, mas fecunda e faz nascer a semente (Is 55,10-11), temos outro exemplo performativo da Palavra de Deus.

O Papa Bento XVI salienta que, na história da salvação, não há separação entre o que Deus diz e faz (VD n. 53), e sua Palavra apresenta-se como viva e eficaz (Hb 4,12). Na Sagrada Escritura usa-se a expressão hebraica “dabar”, para referir-se à “Palavra”. Esta expressão é muito rica, pois significa mais que um som que chega aos ouvidos e toca o tímpano. Ela designa algo que já foi assimilado pela consciência do sujeito, interpretado e reelaborado por ele, e que repercute em sua interioridade.

Enfim, neste mês da Bíblia, em que olhamos com carinho para a Sagrada Escritura, queremos deixar que esta Palavra, tal qual espada afiada, penetre em nosso coração (Hb 4,12), e realize a missão para que foi enviada!

Padre Antonio Aparecido Alves (Toninho)
Pároco na Paróquia São Benedito do Alto da Ponte

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