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Artigos › 11/04/2014

O Anúncio Pascal

Mesmo diante de um contexto que apontava para um desfecho dramático em Jerusalém, os Apóstolos não esperavam aquele tipo de destino para o Mestre. Eles partilhavam das concepções triunfalistas que se tinham na época, acerca do Messias. Ele seria um libertador que iria livrar Israel da opressão romana. A fuga dos Apóstolos na prisão de Jesus confirma a surpresa, a decepção e a forte crise que suscitou neles, a morte de Jesus na cruz. A mensagem acerca do Reino de Deus que despertou tantas esperanças em seus corações parecia-lhes desmentida.

Contudo, vemos que eles, por força daquilo que não compreendiam, permaneceram congregados e seguiram o processo que resultou numa verdadeira “explosão inicial”, que fez com que a Igreja irrompesse através deles, com a mensagem pascal capaz de converter multidões: “Cristo morreu, mas ressuscitou e está vivo em nosso meio!”.

Evidentemente este reinício se deu sob o efeito do próprio Mistério Pascal, que irá desembocar no envio do Espírito Santo. Para essa retomada, tiveram importância singular as sucessivas experiências que os Apóstolos viveram com o Ressuscitado. A partir das aparições do Ressuscitado e iluminados pelo seu Espírito, os Apóstolos sentiram a necessidade de reinterpretar a morte de Jesus na cruz, com base nas Escrituras, e, assim, estruturaram progressivamente o Anúncio Pascal (kerygma). Ele primeiro se deu através do acontecimento pascal, ou seja, a morte e ressurreição de Jesus. Depois foi interpretado, e foi se estruturando na pregação dos Apóstolos e nas profissões de fé.

Certamente um dos aspectos que explica o dinamismo evangelizador da Igreja Primitiva é o kerygma. Diante de um anúncio que punha em evidência o amor de Deus até a loucura da cruz, os ouvintes se sentiam impelidos a abrir o coração e aceitar a proposta cristã.

“O kerygma como anúncio do triunfo de Cristo sobre a morte produz uma transformação interior que enche de alegria. Podemos imaginar toda a comunidade reunida com os onze, enquanto ressoa o anúncio de que, realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão. Parece-nos ver esta comunidade que exulta, salta de alegria, explode também exteriormente, de serenidade. O efeito do kerygma é precisamente esta explosão de alegria que se exprime também exteriormente” (Cardeal Carlo Maria Martini).

“O Senhor ressurgiu, Aleluia! Está vivo e no meio de nós.” Jesus venceu o último inimigo – a morte – para trazernos a vida. Cristo abriu-nos o caminho para o Reino definitivo. Que a Páscoa do Senhor seja nossa luz, nossa paz e abra-nos o coração para vivermos segundo seu Evangelho. A todos os queridos diocesanos, uma Feliz e Santa Páscoa!

Pe. Djalma Lopes Siqueira
Administrador Diocesano

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