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Artigos › 06/06/2013

Nosso Deus tem coração!

Editorial | Jornal Expressão
Ano XX • Junho de 2013 • nº 335

Se pudéssemos resumir o jeito de ser e de agir de nosso Deus numa expressão única e ao alcance da compreensão de todos, deveríamos dizer: “Nosso Deus tem coração”.

Afinal de contas, quando queremos dizer que uma pessoa é bondosa, fraterna e capaz de gestos nobres falamos assim.

Sabiamente a Igreja escolheu a imagem do Coração de Jesus para ajudar seus fiéis a compreenderem o modo singular de Deus ser e se relacionar com a humanidade.

Portanto, afirmar que nosso Deus tem coração é professar a fé na divindade, cuja compreensão se distancia infinitamente daquela obtida pelos filósofos e até por muitas religiões.

Ao lermos o Antigo Testamento encontramos já a compreensão de um Deus bondoso, que ouve o clamor de seu povo, cuja misericórdia se estende por mil gerações e que se ocupa do ser humano com cuidados maternos. Entretanto, essa percepção humana é, por vezes, entremeada pela afirmação de um Deus justiceiro, que se coloca ao lado de uns em desfavor de outros e que por vezes manifesta sua ira.

Já o Novo Testamento, inaugurado pelas narrativas do Evangelho, que apresentam Jesus Cristo, Deus e homem, ao lado dos pobres, dos pecadores e dos doentes, não deixa dúvidas de que em Deus, o que fala mais alto é o amor, conforme lemos em Jo 3,16: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”.

A compreensão da divindade mudou porque o ser humano cresceu em sua capacidade de entender as realidades superiores, mas sobretudo porque o próprio Deus se deu a conhecer de maneira mais clara e real.

E foi assim, porque é próprio do amor revelar-se a quem é amado em gestos e atitudes, encurtando distâncias, facilitando o entendimento, dando sinais do que é, do que quer e do que pode oferecer.

Em Jesus Cristo, Deus se deu a entender, definitivamente, como um ser que tem coração. Os gestos inéditos e as atitudes ousadas do Verbo Encarnado não deixam dúvidas acerca disso.

A Solenidade do Coração de Jesus, que dá a tônica do mês de junho para os cristãos católicos, apresenta-se como oportunidade de avançarmos na compreensão de Deus, desfazendo-nos de toda visão equivocada que faça ter medo de Deus ou viver indiferentes ao que Ele nos oferece.

Pe. Edinei Evaldo Batista
Coordenador Diocesano de Pastoral e
Pároco da Paróquia Santa Teresa do Menino Jesus

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