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Artigos › 11/06/2021

No Coração de Jesus, somos todos irmãos!

Algumas vezes, rezei a santa missa na capela aos pés da imagem do Cristo Redentor, no Corcovado-RJ, e aproveitei a oportunidade para exortar os que comigo estavam para a necessidade de não só entrarmos na “imagem”, mas penetrarmos no sinal do Seu coração, do “Cristo Redentor dos homens”.

Quando São João expressa que o soldado abriu o lado de Jesus (cf. Jo 19,34), do qual jorrou sangue e água, parece falar que toda a humanidade foi lavada no mistério do Seu coração e que a Igreja e os sacramentos, que daí brotaram, são para a humanidade a força da vida qual sangue a percorrer os vasos sanguíneos do corpo.

Com isso, indica a possibilidade de se penetrar na insondável experiência de Deus, cuja centralidade do amor feito homem revela a cercania divina. No Coração de Jesus, a humanidade tem acesso ao amor de Deus.

O Coração aberto parece um convite para a humanidade como a dizer: “Olhe bem aqui dentro, não há espaço em que haja ausência de amor”. Dirigindo seu olhar ao seu interior, a humanidade encontra a fonte da misericórdia para daí extrair a essência da vida.

É o amor encarnado, sacramento basilar da salvação em que a humanidade confronta com sua identidade. Aí, Deus apresenta o signo do seu amor como a renovar diariamente a disposição da cruz, em que, pela oblação de Jesus, toda a humanidade foi agraciada e continua a se beneficiar das insondáveis riquezas de sua bondade, visto que o perdão não se prendeu a um ato do passado, mas, acontecido uma vez por todas, é continuamente oferecido a todos.

Com isso, o lado aberto não expressa somente a força do ódio e da morte, expresso pela vontade e lança do soldado, mas do Cristo vivo, que suportou o sofrimento e a morte para remir a humanidade e elevá-la à dignidade da filiação.

A Igreja experimenta essa riqueza e é sensível a esse gesto, pois evoca a atenção de Deus que “não quer a morte do pecador” (cf. Ez 18,23). Por isso, o símbolo do coração indica o íntimo da pessoa de Jesus, de um Deus que tem coração, que procura encontrar e acolher o ser humano no seu interior, para mostrar-lhe sua altíssima vocação.

A Festa do Sagrado Coração de Jesus vem relembrar a força transformadora do amor redentor e o convite ao testemunho na santificação dos ambientes e, diante de tantos sinais de morte como o da pandemia que enfrentamos, vem o convite de Jesus: “Vinde a mim vós todos que estais cansados…” (Mt 11,28s). No Coração de Jesus, encontramos o refrigério necessário porque encontramos o amor que nos impulsiona a viver, já agora, na fraternidade, as alegrias da eternidade.

Ao celebrarmos o Coração de Jesus, confirmamos nossa adesão a seu amor e reafirmamos que n’Ele encontramos sentido para a vivência do amor-caridade, sinal da fraternidade em atenção ao mandato “Amai-vos uns aos outros…” (Jo 13,34).

Assim, nossa celebração será envolvida pelo exemplo d’Aquele que nos amou até o fim e nos faz perceber que somos todos irmãos.

Pe. José Luís de Gouvêa, scj
Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

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