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Artigos › 14/08/2018

Não vamos deixar para depois

Acostumado a pegar duro no batente, um certo pintor não podia imaginar que suas mãos calejadas teriam a suavidade para um aperto caloroso de outras mãos que chegam para a missa.

A descoberta de sua vocação para servir como leigo na comunidade veio por meio de um convite inesperado. Conhecido pela sua atividade como pintor, foi convidado para trabalhar como voluntário na pintura da capela no bairro onde mora.

O “sim” não veio de imediato, até porque ele estava desempregado e se fosse fazer algum trabalho, teria de ser remunerado. Mas acabou se juntando à equipe de voluntários. E foi justamente quando pintava o altar da capela, iniciou uma conversa com Deus, apresentou sua situação: “Senhor, eu estou aqui pintando essa capela, mas há algum tempo que estou precisando arrumar um serviço remunerado. A situação lá em casa não está fácil, preciso muito que o Senhor me ajude”.

A oração espontânea foi sendo apresentada durante o tempo em que realizou o serviço voluntário. E no dia seguinte, quando deveria voltar à triste rotina de correr em busca de uma ocupação remunerada, recebe uma ligação para pintar uma casa. A ligação seria uma de várias que ele receberia. E o melhor, o pintor entendeu que se Deus ouve sua oração ele também deveria ouvir o chamado do Senhor. E passou a frequentar as missas e, logo foi convidado para outro serviço. Dessa vez, para servir na Pastoral da Acolhida. No início achou que não era o seu perfil, mas logo entendeu que é o amor de Deus que nos torna capazes.

A história do pintor é uma lição para tantos cristãos leigos que ainda acreditam que o chamado para servir tem uma forma especial de acontecer ou, até mesmo, que é algo restrito ao sacerdócio.

O chamado de Deus é muitas vezes de forma inusitada, como o convite feito ao pintor. Mas também pode ser formal, vindo diretamente do pároco ou de um coordenador de pastoral.

E quantas vezes vamos resistindo ao chamado. As desculpas são inúmeras e, porque não dizer, muitas vezes, descabidas: ah, não tenho tempo… trabalho muito… as crianças não deixam… não tenho jeito para isso… quando me aposentar…

E por aí vai!

Até quando vamos deixar para depois para assumirmos nosso papel de protagonistas na  Igreja? A simples história não deixa de ser um cutucão em nós, cristãos e leigos, para abraçarmos verdadeiramente a missão de ser sal da terra e luz do mundo! A Igreja precisa de nós e é agora! Vamos servir com alegria e na gratuidade!

Rosana Antunes
jornalista e voluntária na Pastoral da Comunicação e Pastoral Carcerária

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