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Artigos › 19/10/2015

Misericórdia e acolhida – nosso sim à Bula do Papa Francisco

| De Itaici,  Dom Vilson Dias de Oliveira, DC, Bispo Diocesano de Limeira – SP

A Bula “Misericordiae Vultus”, que é a convocatória do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, foi publicada pelo Papa Francisco em 11 de abril, para que vivamos de dezembro de 2015 a novembro de 2016.

Este tema foi uma das reflexões que aconteceu nesta Assembleia das Igrejas do Regional Sul 1 (S. Paulo), em Itaici, município de Indaiatuba, nos dias 17 a 18 de outubro de 2015.

Recordou-se que a Bula consta de 25 partes. Nas primeiras, o Pontífice recorda que segundo a luz de Jesus, a misericórdia não é algo abstrato, quanto um rosto para reconhecer, contemplar e servir. A Bula se desenvolverá em clave trinitária (nos. 6-9) e se aprofunda na descrição da Igreja como sinal visível e crível da Misericórdia divina. “A misericórdia é a viga mestra que sustenta a vida da Igreja”, afirma o Papa.

O Pontífice abordou então a temporalidade do Jubileu, que inicia com o quinquagésimo aniversário do Encerramento do Concílio Vaticano II, no próximo dia 08 de dezembro, e conclui com “a solenidade litúrgica de Jesus Cristo Rei do Universo, no dia 20 de novembro de 2016. Nesse dia, fechando a Porta Santa, teremos ante todo sentimento de gratidão e de reconhecimento até a Santíssima Trindade por ter-nos concedido um tempo extraordinário de graça. Encomendaremos a vida da Igreja, a humanidade inteira e o imenso cosmos a Senhoria de Cristo, esperando que difunda sua misericórdia como o orvalho da manhã para uma fecunda história, ainda por construir com o compromisso de todos no futuro próximo” (n. 5).

Este jubileu tem várias particularidades, além do tema próprio da convocatória. Uma delas é sua celebração não somente em Roma, mas também em todas as demais Dioceses do mundo todo. O Papa abrirá a porta Santa da Basílica vaticana no próximo dia 08 de dezembro, mas o mesmo ocorrerá em todas as igrejas do mundo depois (Na Catedral Diocesana de São José dos Campos será no dia 17 de dezembro). Além disso, essa Porta poderá abrir-se nos santuários, onde afluem numerosos fiéis nos mais diversos lugares.

Com a convocatória ao Jubileu, o Papa Francisco segue assim o ensinamento de São João XXIII, que falava da “medicina da Misericórdia” e a de Paulo VI quando este identificou a espiritualidade do Vaticano II com o bom samaritano. A Bula explica o significado do lema do Jubileu -“Misericordiosos como o Pai”; afirma o porquê da peregrinação e a necessidade do perdão.

O Pontífice também expressa que as obras de misericórdia espirituais e corporais devem redescobrir-se “para despertar nossa consciência, muitas vezes aletargada diante do drama da pobreza, e para entrar ainda mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina”.

Outro elemento novo é o envio dos “Missionários da Misericórdia” para a próxima Quaresma, iniciativa com a qual o Papa ressalta o específico cuidado pastoral banhado pela misericórdia. Mais adiante o Pontífice fala das relações entre justiça e misericórdia.

O Papa Francisco realiza sérias advertências contra a violência organizada e os promotores da corrupção. A esta “chaga putrefata” o Papa convida a uma verdadeira conversão: “Este é o tempo oportuno para mudar de vida! Este é o tempo para deixar-se tocar o coração. Diante a tantos crimes cometidos, escutai o pranto de todas as pessoas depredadas por vós da vida, da família, dos afetos e da dignidade. Seguir como estais é somente fonte de arrogância, de ilusão e de tristeza. A verdadeira vida é algo bem distinto do que agora pensais. O Papa os tem a mão. Está disposto a escutá-los. Basta somente que acolhais a chamada à conversão e os submetais à justiça enquanto a Igreja os oferece misericórdia” (n. 19).

O Papa também se refere a tradicional indulgência jubilar (n. 22), e a seu desejo de que este Ano Santo, seja uma oportunidade para “viver na vida de cada dia a misericórdia que desde sempre o Pai dispensa até nós. Neste Jubileu deixemo-nos surpreender por Deus. Ele nunca se cansa de destravar a porta de seu coração para repetir que nos ama e quer compartilhar conosco sua vida”. (…) Neste Ano Jubilar a Igreja se converta no eco da Palavra de Deus que ressoe forte e decidida como palavra e gesto de perdão, de suporte, de ajuda, de amor. Nunca se canse de oferecer misericórdia e seja sempre paciente no confrontar e perdoar. A Igreja se faça voz de cada homem e mulher e repita com confiança e sem descanso: ‘Recorda-te, Senhor, de tua misericórdia e de teu amor; que são eternos’.

A partir dessas reflexões a Assembleia das Igrejas trouxe muitas reflexões dentre elas, que este ano seja um tempo de acolhida, amor, fraternidade e busca de caminhos novos para que a misericórdia de Deus aconteça na vida das pessoas como um todo, internamente na igreja, mas externamente na sociedade. Um tempo de ir ao encontro das pessoas, de sermos Igreja de corações e mãos abertas aos irmãos e irmãs. Enfim, que possamos viver e experimentar a misericórdia de Deus em nossas dioceses, paróquias e comunidades em todo o nosso Regional Sul 1.

 

 

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