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A Voz do Pastor › 01/11/2020

Dízimo: Resposta de Amor, de Compromisso e de fé

Tudo o que somos e o que temos vem de Deus. E Deus é amor, misericórdia, bênção, gratuidade, carinho, força em nossa vida. É nesta perspectiva que devemos entender nosso compromisso e responsabilidade em agradecer a Deus por tudo o que somos e o que temos, devolvendo a Ele e à sua santa Igreja o necessário para a vida e a missão.

A Fé católica assenta-se sobre a Palavra de Deus, a Tradição e o Magistério. Todos os três interligados e interdependentes. E eles todos falam da graça e da bênção de sermos fiéis ao Dízimo.

O Catecismo da Igreja Católica nos diz: “Os fiéis cristãos têm ainda a obrigação de atender, cada um segundo suas capacidades, às necessidades materiais da Igreja.” (n. 2043).

Isto está claro, também, no 5º mandamento da Igreja: “atender às necessidades materiais da Igreja, cada qual segundo as próprias possibilidades” (n. 432).

Também o Código de Direito Canônico determina: “Cân. 222 § 1 – Os fiéis têm obrigação de socorrer às necessidades da Igreja, a fim de que ela possa dispor do que é necessário para o culto divino, para as obras do apostolado e de caridade e para o honesto sustento dos ministros. § 2. Têm também a obrigação de promover a justiça social e, lembrados do preceito do Senhor, socorrer os pobres com as próprias rendas.” “Cân. 1261 — § 1. Os fiéis são livres de doar bens temporais em favor da Igreja. § 2. O Bispo diocesano deve lembrar aos fiéis a obrigação mencionada no cân. 222, § 1, e exigir seu cumprimento de modo oportuno.” “Cân. 1262 — Os fiéis concorram para as necessidades da Igreja com as contribuições que lhes forem solicitadas e segundo as normas fixadas pela Conferência dos Bispos.” “O modo concreto de cumpri-lo varia, conforme os tempos e os lugares. No Brasil, generaliza-se, cada vez mais, o ‘dízimo’, que na realidade é uma contribuição mensal para a paróquia, determinada voluntariamente pelos próprios fiéis.”

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, num seu documento sobre o assunto, do ano de 2016, número 75, ensina-nos: “promove-se o dízimo CULTIVANDO A FÉ. A experiência do dízimo cresce conjuntamente com a qualidade da vida cristã, principalmente de seu aspecto comunitário. Tudo o que promove o crescimento da fé, promove o aprofundamento do dízimo” (CNBB, 2016, n.75).

Portanto o dízimo só pode ser entendido à luz da fé e da caridade. Cristão que não conhece a Sagrada Escritura, especialmente os Atos dos Apóstolos e as Cartas Apostólicas, que não conhece a Tradição e o Magistério da Igreja é católico que não reconhece a necessidade de participar da vida da Igreja e de sustentar suas necessidades missionárias e comunitárias.

Quem não tem consciência verdadeira do dízimo, tem a tendência em transformar a realidade do dízimo em “uma propina” para Deus e à sua Santa Igreja. O dízimo não é um “negócio” que se faz com Deus e com sua Santa Igreja. Não é uma “troca” que a pessoa faz com Deus ou com sua comunidade de fé “exigindo direitos porque “paga” o dízimo”. Isto é “propina” e não é fonte nem de bênçãos, nem de graças, porque a pessoa quer reduzir o dízimo a uma “negociação” humana e terrestre.

O mesmo documento da CNBB, acima citado, fala-nos, também, da responsabilidade com a prestação de contas e de informações sobre o assunto. “A divulgação periódica dos resultados e de sua aplicação é necessária não para motivar os dizimistas à perseverança, mas principalmente para aprofundar a experiência comunitária e a corresponsabilidade missionária” (CNBB, 2016, n. 55).

Há um subsídio católico que fala do dízimo em cinco dimensões:

  1. O dízimo é antes de tudo, EXPRESSÃO DA FÉ;
  2. O dízimo é uma OPÇÃO CONSCIENTE;
  3. O dízimo consciente na partilha de uma QUANTIA GENEROSA;
  4. O dízimo é CONTRIBUIÇÃO ESTÁVEL;
  5. O dízimo é PERIÓDICO;

O dízimo é, pois, uma corresponsabilidade no amor. Não é uma contribuição “pagã”, no sentido de apenas um “negócio com Deus e com a sua Santa Igreja. É uma PARTILHA COM DEUS E COM OS SEUS FILHOS E FILHAS. O Apóstolo nos diz que tudo vai passar. Só o amor não passará. Porque Deus é amor.

A responsabilidade para com o dízimo, reforça em nós a dimensão religiosa (nossa comunhão com Deus). Reforça em nós a dimensão eclesial (o batismo vivido de forma concreta). Reforça em nós a dimensão missionária (a Igreja que sai e enxerga as necessidades da evangelização). Reforça em nós a dimensão caritativa (amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. “Vai e faze o mesmo…”).

Lemos no Evangelho de São Mateus, no capítulo 25, versículos 34 – 40: “Então, o Rei dirá aos que estão à direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim’. Os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos? Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?’. Responderá o Rei: ‘Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes.”.

Dom José Valmor Cesar Teixeira, SDB
Bispo Diocesano de São José dos Campos

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