Bispos em Assembleia
A 57ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que aconteceu de 1 a 10 de maio, teve a tarefa central de atualizar as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) da Igreja no Brasil para o quadriênio 2019 a 2023. Este foi um momento muito importante para a vida e a ação da Igreja Católica do Brasil.
A CNBB – Natureza e fins. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil é a instituição permanente que congrega os Bispos da Igreja Católica no país, na qual, a exemplo dos Apóstolos, conjuntamente e nos limites do direito, eles exercem algumas funções pastorais em favor de seus fiéis e procuram dinamizar a própria missão evangelizadora, para melhor promover a vida eclesial, responder mais eficazmente aos desafios contemporâneos, por formas de apostolado adequadas às circunstâncias, e realizar evangelicamente seu serviço de amor, na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária, a caminho do Reino definitivo.
A CNBB foi fundada em 14 de outubro de 1952, no Rio de Janeiro. A transferência da sede para Brasília aconteceu em 1977.
Missão. Respeitada a competência e a responsabilidade inalienáveis de cada membro, em relação à Igreja universal e à sua Igreja particular, cabe à CNBB, como expressão peculiar do afeto colegial:
– fomentar uma sólida comunhão entre os Bispos que a compõem, na riqueza de seu número e diversidade, e promover sempre a maior participação deles na Conferência;
– concretizar e aprofundar o afeto colegial, facilitando o relacionamento de seus membros, o conhecimento e a confiança recíprocos, o intercâmbio de opiniões e experiências, a superação das divergências, a aceitação e a integração das diferenças, contribuindo assim eficazmente para a unidade eclesial;
– estudar assuntos de interesse comum, estimulando a ação concorde e a solidariedade entre os Pastores e entre suas Igrejas.
Relacionamento eclesial. A CNBB, no âmbito de suas finalidades e competência manifesta solicitude para com a Igreja e sua missão universal, por meio de comunhão e colaboração com a Sé Apostólica e pela atividade missionária, principalmente ad gentes; favorece e articula as relações entre as Igrejas particulares do Brasil e a Santa Sé; relaciona-se com as outras Conferências Episcopais, particularmente as da América, e com o Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM).
Membros. São membros da CNBB, a partir da posse no ofício e enquanto o ocupam: os Arce(Bispos) diocesanos; Bispos auxiliares; Bispos titulares; Prelados das Igrejas orientais católicas.
Regionais. Em 1964, na 6ª Assembleia Geral Ordinária da CNBB, realizada em Roma, em setembro e outubro, durante o Concílio Vaticano II, foram votados os desdobramentos de alguns Secretariados que hoje são os chamados regionais. De lá para cá houve uma evolução na constituição dessas estruturas das regiões. Hoje são 18 regionais organizados no Brasil.
O que é a Assembleia Geral? Segundo o artigo 27 do Estatuto Canônico da CNBB, a Assembleia, órgão supremo da CNBB, “é a expressão e a realização maiores do afeto colegial, da comunhão e corresponsabilidade dos Pastores da Igreja no Brasil”. Reúne-se ordinariamente, uma vez por ano e, extraordinariamente, quando para fim determinado e urgente, sua convocação for requerida (cf. art. 31 Estatuto Canônico da CNBB).
De que trata a Assembleia Geral? De assuntos pastorais de ordem espiritual e de ordem temporal e dos problemas emergentes da vida das pessoas e da sociedade, na perspectiva da evangelização. (Estatuto Canônico da CNBB, artigo 29).
Quem participa? O artigo 33 do Estatuto Canônico da CNBB diz que “todos os membros da CNBB são convocados para a Assembleia Geral”. Também podem ser convidados os bispos eméritos e bispos não-membros da CNBB, “de qualquer rito, em comunhão com a Santa Sé e tendo domicílio canônico no País” (artigo 106).
O tema geral e outras pautas. Este ano, a AG teve a tarefa central de atualizar as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) da Igreja no Brasil para o quadriênio 2019 a 2023.
A DGAE 2019-2023 que os bispos aprovaram estão estruturadas a partir da imagem da comunidade cristã como “casa”.
No centro, como eixo, está a Comunidade Eclesial Missionária, sustentada por “quatro pilares”: Palavra, Pão, Caridade e Missão.
A 57ª AG da CNBB também teve como desafio eleger a nova presidência da CNBB para o próximo quadriênio. Desta vez, já considerando a reforma do Estatuto da entidade aprovada na 56ª AG, em 2018, a presidência da CNBB é composta do presidente, 1º vice-presidente, 2º vice-presidente, secretário-geral e vice-secretário-geral. A assembleia também elegeu 12 presidentes das comissões episcopais pastorais e o delegado e o suplente junto ao Conselho Episcopal Latino Americano (Celam). Veja a lista dos eleitos no site da diocese.
Outros temas prioritários e diversos, reuniões, comunicações, celebrações e retiro integraram a pauta da Assembleia. Esta edição publicou mensagens importantes ao povo brasileiro, uma carta ao Papa Francisco e outra ao prefeito da Congregação para os Bispos.
Acompanhemos com muita atenção, oração e apoio os bispos que agora continuam a missão em suas dioceses. Após esse momento de oração, comunhão, reflexão e congraçamento, o episcopado aponta caminhos para a Igreja Católica do Brasil.
Dom José Valmor Cesar Teixeira, SDB
Bispo Diocesano de São José dos Campos