A Santa Palavra de Deus
Com a Igreja Católica no Brasil, celebramos, com grande alegria e solenidade, neste mês de setembro, de forma toda especial, a SANTA PALAVRA DE DEUS. A Sagrada Escritura, podemos dizer, é uma “carta aberta” que Deus nos deixou de presente, pela força do Espírito Santo, para vivermos nossa vida como filhos e filhas amados(as) por Ele.
A Palavra de Deus ilumina a nossa vida, nos acompanha no caminho da existência, nos educa na fé e na convivência, nos salva e manifesta o amor de Deus por cada um de nós. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina: “A Palavra de Deus, que é força de Deus para salvação de quem acredita, apresenta-se e manifesta o seu poder dum modo eminente nos escritos do Novo Testamento».
Estes escritos transmitem-nos a verdade definitiva da Revelação divina. O seu objeto central é Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado, os seus atos, os seus ensinamentos, a sua Paixão e glorificação, bem como os primórdios da sua Igreja sob a ação do Espírito Santo.
Os evangelhos são o coração de todas as Escrituras, «enquanto são o principal testemunho da vida e da doutrina do Verbo encarnado, nosso Salvador». Na formação dos evangelhos podemos distinguir três etapas:
- A vida e os ensinamentos de Jesus.A Igreja sustenta firmemente que os quatro evangelhos, «cuja historicidade afirma sem hesitações, transmitem fielmente as coisas que Jesus, Filho de Deus, realmente operou e ensinou para salvação eterna dos homens, durante a sua vida terrena, até ao dia em que subiu ao Céu».
- A tradição oral.«Na verdade, após a Ascensão do Senhor, os Apóstolos transmitiram aos seus ouvintes (com aquela compreensão mais plena de que gozavam, uma vez instruídos pelos acontecimentos gloriosos de Cristo e iluminados pelo Espírito de verdade) as coisas que Ele tinha dito e feito».
- Os evangelhos escritos.«Os autores sagrados, porém, escreveram os quatro evangelhos, escolhendo algumas coisas, entre as muitas transmitidas por palavra ou por escrito, sintetizando umas, desenvolvendo outras, segundo o estado das Igrejas, conservando, finalmente, o carácter de pregação, mas sempre de maneira a comunicar-nos coisas verdadeiras e sinceras acerca de Jesus».
O Evangelho quadriforme ocupa na Igreja um lugar único, de que são testemunhas a veneração de que a Liturgia o rodeia e o atrativo incomparável que em todos os tempos exerceu sobre os santos: «Não há doutrina melhor, mais preciosa e esplêndida do que o texto do Evangelho. Vede e guarde o que nosso Senhor e Mestre, Cristo, ensinou pelas suas palavras e realizou pelos seus atos». «É sobretudo o Evangelho que me ocupa durante as minhas orações. Nele encontro tudo o que é necessário à minha pobre alma. Nele descubro sempre novas luzes, sentidos escondidos e misteriosos». «É tão grande a força e a virtude da Palavra de Deus, que ela se torna para a Igreja apoio e vigor e, para os filhos da Igreja, solidez da fé, alimento da alma, fonte pura e perene de vida espiritual». É necessário que «os fiéis tenham largo acesso à Sagrada Escritura». «O estudo das Páginas sagradas deve ser como que a “alma” da sagrada teologia. Também o ministério da Palavra, isto é, a pregação pastoral, a catequese, e toda a espécie de instrução cristã, na qual a homilia litúrgica deve ter um lugar principal, com proveito se alimenta e santamente se revigora com a palavra da Escritura». A Igreja «exorta com ardor e insistência todos os fiéis […] a que aprendam “a sublime ciência de Jesus Cristo” (Fl. 3, 8) na leitura frequente da Sagrada Escritura. Porque “a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo”.
Façamos da Sagrada Escritura a fonte de nossa espiritualidade cristã e a certeza de que Deus cumpre o que promete e realiza o seu Plano de Amor.
Dom José Valmor Cesar Teixeira, SDB
Bispo Diocesano
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