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Igreja no Brasil está próxima às famílias enlutadas pelo acidente aéreo de Vinhedo

O arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer, encontrou pessoalmente as famílias em São Paulo que esperam liberação dos corpos pelo IML para sepultamento: “as pessoas estão muito abaladas, mas agora a preocupação é que possam o quanto antes liberar os corpos no IML. E isso naturalmente tem o seu tempo”. As arquidioceses de Cascavel e Curitiba, além dos bispos da CNBB, também se uniram ao Papa Francisco que pediu orações pelo “trágico acidente aéreo ocorrido no Brasil” que matou 62 pessoas.

“Eu fui para levar uma palavra de consolo, de conforto a essas pessoas. Dizer que a gente sofre com elas e tem a mesma preocupação. Fizemos um momento de oração, as pessoas participaram. Mas é claro que a dor é grande e as perplexidades também são grandes, porque muitos agora também querem saber qual é a causa do acidente e isso precisa ter paciência até que o exame técnico das caixas-pretas e outros exames técnicos sejam feitos e o laudo seja divulgado. Porque é inútil começar a divulgar coisas que depois não são verdadeiras. Infelizmente também esse desserviço está sendo feito nas mídias, cada um com sua hipótese, cada um dizendo uma coisa e isso só aumenta a confusão e também a tristeza das famílias, porque cria um ruído e, de alguma forma, desorienta as famílias quanto à compreensão das coisas.”

Assim o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, comentou sobre sua visita de solidariedade feita na segunda-feira (12/08) aos familiares das vítimas do acidente aéreo que, na sexta-feira (09/08), matou 62 pessoas em Vinhedo/SP. O prelado foi até o hotel onde o grupo está hospedado na capital paulista e também encontrou autoridades e representantes da companhia VoePass, do Ministério Público e da Defensoria Pública.

O pesar do Papa e da Igreja no Brasil

“Rezemos também pelas vítimas do trágico acidente aéreo ocorrido no Brasil.”

Com essas palavras, o Papa Francisco também manifestou solidariedade no último domingo (11/08) ao final da oração mariana do Angelus, na Praça São Pedro, onde inclusive um grupo de brasileiros se fazia presente. Em Cascavel, a arquidiocese mobilizou a comunidade para se unir em oração aos familiares e amigos das vítimas, pedindo “a Deus que conceda força, consolo e paz para enfrentar esse momento difícil”. O arcebispo local, dom José Mário Scalon Angonese, também ofereceu seu apoio espiritual, “desejando que o conforto divino possa aliviar a tristeza e a dor de todos que estão sofrendo”.

Já em um vídeo divulgado pelos canais oficiais, o arcebispo José Antônio Peruzzo e o bispo auxiliar Reginei José Modolo (dom Zico) da Arquidiocese de Curitiba, os dois naturais de Cascavel, transmitiram uma mensagem de condolências. O arcebispo, consternado, assim como toda a cidade de Cascavel e do oeste do Paraná, disse ter reconhecido muitas das vítimas que faziam parte de famílias amigas com quem tinha muita proximidade: “não posso oferecer mais que as minhas preces solidárias, de gente que se sentiu ferido com a tragédia”. Dom Zico também expressou dor e sofrimento por tantos amigos que fizeram sua passagem e, demonstrando proximidade, dirigiu um abraço e assegurou orações: “sintam-se acolhidos na dor, por meio de nossas orações e preces. Que o Deus da consolação abençoe a todos”.

Em nota, a CNBB manifestou pesar e, neste momento de luto, pediu a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, junto a todas as famílias enlutadas. Os bispos asseguraram que “nossas orações e nossos corações estão voltados para as estas pessoas que enfrentam neste momento a dor da perda e da profunda tristeza. Rogamos a Deus, em sua infinita misericórdia, que acolha as almas daqueles que partiram, concedendo-lhes o descanso eterno e o conforto aos que permanecem. Que a fé em Cristo, que venceu a morte, seja fonte de esperança para todos que sofrem as consequências desta tragédia”, diz um trecho do documento.

O acidente em Vinhedo

O avião, um turboélice ATR 72-500 da VoePass, saiu de Cascavel, no Paraná, e caiu em Vinhedo, a cerca de 70Km do destino final que era o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Os 58 passageiros e 4 tripulantes do voo 2883 morreram de forma instantânea por politraumatismo no momento em que a aeronave tocou o solo, confirmou a Polícia Científica. Ninguém ficou ferido em terra com o impacto da aeronave. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), ligado à Força Aérea Brasileira (FAB), conduz a investigação para descobrir as causas do acidente fatal. Peritos analisam caixas pretas para verificar elementos importantes para investigar as causas do acidente. Foi o mais grave acidente aéreo desde 2007, quando uma aeronave da TAM não conseguiu pousar na pista do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e bateu no prédio da TAM Express, provocando a morte de 199 pessoas.

Os familiares, em diferentes partes do país, estão prestando as últimas homenagens nestes dias, enquanto uma parte em São Paulo ainda aguarda o reconhecimento e a liberação dos corpos das vítimas por parte do Instituto Médico Legal (IML) para o sepultamento. Ainda não há previsão para terminar o processo de identificação.

“As pessoas estão muito abaladas, é claro, mas agora a preocupação é que possam, primeiro, o quanto antes liberar os corpos no IML. E isso naturalmente tem o seu tempo. E o IML é é o único que pode dar informações às pessoas que estão à espera dessas informações. Ao mesmo tempo, porém, o IML não pode correr o risco de dar informações apressadas que depois não se confirmam. Então, o IML já avisou que só vai liberar os corpos quando tem certeza de quê da identidade do corpo a ser liberado”, finalizou dom Odilo Scherer.

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