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Igreja na Amazônia: desafios pastorais em debate

“Os diversos rostos da Igreja no Brasil devem ser preservados e temos de dar uma atenção especial para a Amazônia”, foi a afirmação do secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, em entrevista durante o 1º Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal. O evento, que teve início no dia 28 de outubro, debate, até a próxima quinta-feira a ação evangelizadora da Igreja nos nove estados da região.

Na terça-feira, a partir das propostas do Documento de Santarém, aprovado no ano passado, os participantes discutiram os desafios pastorais para a ação da Igreja na região. “Com base neste Documento, o Espírito foi iluminando e interpelando nossas igrejas. Incomodando-nos para que reavivássemos o ardor missionário. Uma presença profética na Amazônia”, explicou o presidente do Regional Norte 1, dom Roque Paloschi. “Renovamos as ideias da necessidade de uma igreja encarnada à realidade e de uma evangelização libertadora”, explicou.

Desafios

Um dos painéis apresentados no evento tratou dos grandes projetos do governo federal para a Amazônia. Houve várias críticas quanto à falta de consulta popular para a construção das hidrelétricas. Pedro Gontijo, da Comissão Brasileira de Justiça e Paz da CNBB, explicou a dificuldade criada pela forma como os projetos são financiados, sendo que a liberação dos recursos não está condicionada aos estudos de impacto ambiental.

“Nós devemos ser consultados e queremos ser respeitados em nossa decisão. Temos que levantar a cabeça porque conquistamos muita coisa”, afirmou o leigo e missionário espanhol Luís Ventura, que reside em Roraima. Para ele, a população brasileira vive um momento de intensificação de um modelo econômico. “Esse modelo não é novo na Amazônia, principalmente no extrativismo que está embasado em uma super exploração de recursos naturais, para exportar para outros países”, afirma.

O representante do Conselho Indigenista Missionário, Francisco Loebens, fez uma denúncia durante o segundo painel do evento. “Nunca os indígenas foram tão desrespeitados quanto hoje”. Apesar dos vários problemas envolvendo a questão, ele destacou os avanços na garantia de direitos das populações tradicionais a partir das primeiras discussões da Igreja.

Outro desafio foi apresentado pela irmã Henriqueta Cavalcante, da Comissão de Justiça e Paz do Regional Note 2 da CNBB. “O tráfico humano representa a escravidão da nossa época, a mercantilização da vida”. De acordo com a religiosa, o que sustenta essa escravidão moderna é a miséria, a ganância e a impunidade. É por causa da falta de justiça que este crime clandestino ocorre constantemente.

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