Frei Galvão é celebrado pelo povo brasileiro
Eduardo Gois | Redação A12
Outubro é um mês de grandes festas na Igreja Católica, mês das missões, período em que se comemora a Santidade de Santa Terezinha do Menino Jesus, a Festa da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, e também o santo que é outro símbolo do povo brasileiro, Santo Antônio de Sant’Anna Galvão.
E de onde vem tanta devoção? A cidade do Santo está dentro do território da Arquidiocese de Aparecida, em Guaratinguetá (SP), local onde também está localizado o Santuário de Frei Galvão.
Todos os anos, em 25 de outubro, a cidade para e festeja “Frei Galvão”, aquele das famosas pílulas milagrosas e canonizado pelo Papa Bento XVI, há 10 anos.
Para o reitor do Santuário, Padre Luiz Antônio Carvalho, pode-se dizer que a devoção é crescente, principalmente, após a sua canonização em 2007. “O conhecimento e a devoção não se restringem a Guaratinguetá, pois é uma devoção que chega até mesmo fora do país”.
Padre Luiz comenta que todos que fazem a experiência de alcançar uma graça, pela intercessão de Frei Galvão, acabam se tornando pessoas que divulgam, e assim, a devoção vai crescendo. “Acabam se tornando missionários com a divulgação”. Ele também relembra que a visita de Bento XVI, foi um grande sinal desta devoção e veio fomentar ainda mais. “Foi um marco inicial”.
Um homem a ser imitado
O Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, comenta que é importante relembrar e imitar Frei Galvão em suas virtudes. “Ele visitava muito as casas, famílias, os doentes. Precisamos muito disso hoje. Ele tinha muita bondade, muita misericórdia, muita gentileza com as pessoas e nós temos dificuldade de impaciência, em casa, no trabalho, na sociedade, no transito, então quanta paciência, quanta bondade, quanta gentileza, nós podemos tomar de exemplo de Santo Antônio de Santana Galvão”.
Dom Orlando também exemplifica que Frei Galvão era homem da oração e do trabalho, pois ele mesmo foi operário, trabalhador e construtor. “Ele é o padroeiro da construção civil e nós precisamos pensar naqueles que estão sem teto, sem casa e também para que os nossos lares sejam verdadeiros templos de Deus”.
O arcebispo frisa que um ponto alto do santo é ajudar as mães grávidas, ajudar a nascer a vida, enquanto existem tantos abortos, como também, tantas jovens gestantes ainda despreparadas para serem mães. “É o cuidado pela mãe, o zelo pelo feto, pelo embrião no útero materno, a defesa da vida do inocente, tudo isso nós aprendemos com frei Galvão”, explica.
Novena, festa e transformações
Milhares de fiéis se reúnem para a novena em preparação para a festa de Frei Galvão. A expectativa para 2017 é a soma de 100 mil pessoas durante todos os dias de celebração. Neste ano o tema é “Frei Galvão e a devoção a Imaculada Conceição”. O período festivo teve direito, inclusive a o lançamento de um aplicativo para celular em que os devotos podem acompanhar ao vivo todas as celebrações, além de poderem acessar todas as redes sociais dedicadas ao Santuário, tudo por meio desta nova tecnologia. O aplicativo só não é mais concorrido do que as pílulas milagrosas, distribuídas gratuitamente pelo Santuário, elas são fabricadas por um grupo de leigos voluntários e por irmãs de clausura.
A artesã Roseli Aparecida da Silva, voluntária no Santuário de Frei Galvão é responsável pela distribuição delas. “Para mim, as pílulas têm um valor muito grande. É incrível estar a serviço daqueles que precisam, pois observamos a fé das pessoas pedindo a intercessão de Frei Galvão, então fazemos com muito amor. Somos um pequeno instrumento, quando doamos um pouquinho do tempo e nos dispomos a ajudar o outro”.
História
Certo dia, durante o século XVIII, um homem se debatia por causa de fortes dores provocadas por cálculos na vesícula. Ele pediu a Frei Galvão para que o abençoasse para se livrar da dor. Lembrando do poder de intercessão da Santíssima Virgem Maria, Frei Galvão escreveu em um pedacinho de papel um verso em latim: Post partum Virgo inviolata pemansisti, Dei Genitrix intercede pro nobis que traduzido para a língua portuguesa significa: “Depois do parto permanecestes intacta virgem, Mãe de Deus, intercedei por nós”.
O futuro santo amassou o pedacinho de papel e pediu para que o doente engolisse como se fosse uma pílula. Pouco tempo depois, o enfermo expeliu os cálculos sem dificuldades.
De acordo com relatos históricos, esse episódio marcou o início da fé nas pílulas de Frei Galvão. Antes mesmo de morrer, Antônio de Sant’Anna Galvão já realizava milagres.