Exaltação da Santa Cruz
Hoje, 14 de Setembro, celebramos a Festa da Exaltação da Santa Cruz. A Cruz revela a plenitude do amor de Deus!
Pensei muito o caminho a tomar para escrever este texto para a festa de hoje, e cheguei à conclusão de que é preciso associar aquilo que Cristo viveu e que nós estamos celebrando: “Exaltação da Cruz”.
Em tempos difíceis, como o nosso que estamos vivendo, somente olhando para aquilo que Deus fez por nós é possível continuar firme, pois bem sabemos que é no mistério da Cruz que se revela plenamente o poder da misericórdia do Pai.
Para reconquistar o amor da sua criatura, Ele aceitou pagar um preço altíssimo: o sangue do seu Filho Unigênito. Convido você a imaginar o Cristo transpassado na Cruz! É Ele a revelação mais perturbadora do amor de Deus.
Na Cruz o próprio Deus mendiga o amor da sua criatura. Ele tem sede do amor de cada um de nós. Não sei se você se lembra, mas o Apóstolo Tomé reconhece Jesus como “Meu Senhor e Meu Deus”, ao colocar o dedo na ferida dos pregos e da lança. Por isso temos a certeza de que o Coração de Jesus é a expressão mais comovedora deste mistério de amor.
A resposta que o Senhor deseja ardentemente de nós é antes de tudo, que acolhamos o seu amor e nos deixemos atrair por Ele. Mas aceitar o seu amor não é suficiente. É preciso corresponder a este amor e comprometer-se e depois transmiti-lo aos outros. Cristo atrai-me para si, para unir-se comigo, para que eu aprenda a amar os irmãos com o mesmo amor.
Olhemos com confiança para o lado transpassado de Jesus, do qual brotam “SANGUE e ÁGUA” (Cf. Jo 19, 34), estes que são sinais pré-figurativos do Batismo e da Eucaristia. Com a água do Batismo, graças à ação do Espírito Santo, abre-se para nós a intimidade do amor trinitário.
Você foi batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O Sangue, símbolo do amor de Jesus por nós. Ele derramou tudo, esvaziou-se para que no mistério Eucarístico fossemos enxertados dentro do seu amabilíssimo coração.
Vivamos cada Eucaristia, acolhendo o amor de Jesus para poder também difundir este mesmo amor com todos os gestos e palavras. Não é possível entender plenamente este mistério do Amor de Deus na Cruz, pois é como se quiséssemos abarcar o oceano, mas se pode fazer algo melhor: deixar-se abarcar por ele mergulhando em um lugar qualquer de sua extensão.
A Cruz é apenas um aparente fracasso. Quando tudo parecia frustrante para os discípulos e discípulas de Jesus, eis que do sepulcro fechado, rompeu a “Pedra da Vida”. Enquanto na terra tudo é silêncio, imobilidade, quietude, eis que começa o grande movimento da vida. Cristo vence o seu maior adversário: “A morte por meio da Cruz, por isso hoje queremos exaltá-la”.
Padre João Alves da Silva Sobrinho
Pároco da Paróquia Coração de Jesus
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