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Artigos › 14/09/2018

Exaltação da Santa Cruz

Nos reunimos neste dia, para exaltar a Santa Cruz, que é fonte de santidade e símbolo revelador da vitória de Jesus sobre o pecado e a morte; também na Cruz encontramos o maior sinal do amor de Deus.

Esta festividade está ligada à dedicação de duas importantes basílicas construídas em Jerusalém por ordem de Constantino, filho de Santa Helena. Uma, construída sobre o Monte do Gólgota e outra, no lugar em que Cristo Jesus foi sepultado e ressuscitado pelo poder de Deus. A dedicação destas duas basílicas remonta ao ano 335, quando a Santa Cruz foi exaltada ou apresentada aos fiéis. Encontrada por Santa Helena, foi roubada pelos persas e resgatada pelo imperador Heráclio.

A Cruz do Gólgota foi um sinal de infâmia: os homens desonraram Cristo condenando-O à morte de cruz; mas a Cruz transformou-se numa exaltação, numa glorificação. O horizonte do Sacrifício da Cruz abraçava não só Jerusalém mas o mundo inteiro e abria-se para o horizonte da vida eterna: a Cruz ficará para sempre o sinal da Vida Eterna em Deus.

A Cruz da Salvação

“Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado” (Jo 13, 14).

O Senhor recorda-nos, uma vez mais, que o nosso caminho é de Cruz, cruz que temos de amar, cruz que temos de contemplar a exemplo dos israelitas no deserto, pois só nela está a Salvação. O mistério da Cruz é um mistério luminoso que dá sentido a tudo o que nós chamamos absurdo, fracasso, contradições. Contemplando os mistérios dolorosos do santo rosário, chegaremos a contemplar o rosto doloroso, de Jesus Cristo e prostrar-nos-emos em adoração: “Para transmitir ao homem o rosto do Pai, Jesus teve de assumir não apenas o rosto do homem, mas também o “rosto” do pecado. «Aquele que não havia conhecido pecado, Deus o fez pecado por nós para que nos tornássemos n’Ele justiça de Deus» (2 Cor. 5, 21). Só Ele que vê o Pai…avalia até ao fundo o que significa resistir com o pecado ao seu amor” (São João João Paulo II, No Início do Novo Milénio, nº 26).

Ciência da Cruz

“Quando tiverdes levantado o Filho do Homem, então conhecereis que Eu sou” (Jo 8, 28)

Contemplando Jesus Cristo Crucificado, aprenderemos a verdadeira ciência da Cruz. Esta ciência não consiste simplesmente em suportar mas em compreender profundamente os caminhos dolorosos, muitas vezes incompreensíveis, através dos quais Cristo triunfa e salva. Os sofrimentos da Paixão e morte de Cristo situam-nos diante do núcleo do plano divino da nossa redenção: a destruição do pecado, em virtude do amor infinito de Deus, que se manifesta numa entrega total.

“O Senhor sofreu tanto e foi tão feliz por sofrer a condenação à morte, que padeceria mil vezes mais, se isso fosse necessário, para nos salvar de uma condenação mil vezes pior do que aquela: a da separação eterna de Deus”(Cfr. Hugo de Azevedo, a Psicologia da Cruz, Cel. Lit. 2, Ano B-1993/94).

Amar a Cruz

“Quando for levantado da terra atrairei todos a Mim” (Jo 12, 32)

Naturalmente não gostamos da cruz, nem da dor, nem do sofrimento, nem da morte. Não foi Deus que fez a cruz, nem a dor, nem foi Deus que desejou a morte. Tudo isso foi obra nossa. A dor entrou no mundo pelo pecado dos homens. Jesus veio ao nosso encontro com a nossa dor, com o nosso sofrimento. Não teve outra linguagem senão a linguagem da cruz, para se fazer entender. A partir do seu Sacrifício no Calvário, temos de amar a Cruz como Jesus a amou. “Longe de mim gloriar-me senão na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo”- dirá S. Paulo. Será pela porta estreita da Cruz de Nosso Senhor que todos teremos de entrar, se desejamos verdadeiramente a sabedoria divina e conseguir a salvação.

Que Deus nos conceda a graça de amarmos a Cruz, de descansar na cruz, de “alegrar-nos” nos sofrimentos suportados pelos nossos irmãos, a exemplo de S. Paulo (Cfr. Col 1, 24). Encontrar a cruz é encontrar Cristo e com Ele haverá sempre alegria, mesmo diante de injustiças, mesmo mo meio de penas abundantes, de amarguras sem conta: “ter a cruz é identificar-se com Cristo, é ser Cristo, e, por isso, ser filho de Deus” (S. Josemaria Escrivá).

“O amor verdadeiro exige sair de si mesmo, entregar-se. O autêntico amor traz consigo a alegria: uma alegria que tem as suas raízes com forma de cruz” (Forja, 28).

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