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Notícias da Diocese › 23/07/2021

Envelhecimento ativo e saudável

Envelhecer é um processo pela qual todos estão suscetíveis a passar, alguns não querem enfrentar essa transformação, querem ser pra sempre jovens, outros já veem essa etapa como melhora e amadurecimento. Mas como é possível envelhecer de forma saudável e ativa? “Só porque sou idoso não posso mais fazer determinadas coisas?”, dizem alguns.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 29 milhões de idosos espalhados pelo país, e a expectativa é que, até 2060, este número suba para 73 milhões com 60 anos ou mais, o que representa um aumento de 160%.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera um país envelhecido quando 14% da sua população possui mais de 65 anos. E no Brasil, levará pouco mais de duas décadas para sermos considerados um país envelhecido. Em 2032, se espera que 32,5 milhões dos mais de 226 milhões de brasileiros terão 65 anos ou mais.

Tendo em vista essa realidade, são muitas as formas que a sociedade enfrenta isso, alguns filhos preferem cuidar dos pais em casa, outros idosos tem cuidadores contratados, ainda existem aqueles que vão para asilos, e uns que infelizmente são abandonados pela família sem a mínima assistência.

O Jornal Expressão encontrou duas histórias um pouco fora desse padrão. Duas senhoras de 90 anos com motivos de sobra para viver feliz e a idade para elas é só um detalhe. Por onde passam espalham esperança. Têm suas casas e são independentes para realizar suas tarefas. Elas moram em Monteiro Lobato, município a 40km de São José dos Campos, e participam da Paróquia Nossa Senhora do Bonsucesso.

“Com 90 anos elas tem autonomia de manter suas casas, suas hortas e também mantém um jardim. É preciso valorizar a autonomia do idoso e as famílias que lutam para mantê-los de forma ativa e a participação deles na comunidade”, comenta Sérgio, coordenador da Pastoral da Comunicação.

Simpatia. Maria Alzira Alves Pinto, já é viúva e tem sete filhos, sendo uma filha do coração (adotada). “Mesmo já tendo outros filhos, quando a menina chegou foi uma grande alegria”, conta a senhora. Atualmente ela mesmo cuida de sua casa, tem um auxílio apenas para lavar a roupa mais pesada e uma limpeza da casa, mas o quintal com sua horta e seu jardim, isso ninguém tira dela.

E quando se pergunta de onde vem tanta vitalidade ela diz: “Não sei dizer, só Deus sabe. Meu pai e minha mãe faleceram bem mais novos que eu. Desde quando eu era mais nova eu roçava os pastos, montava a cavalo, em burro bravo e colocava boi na mangueira”. Isso mostra que desde cedo ela já era muito ativa, e o tempo não foi um fator para mudar isso.

Dona Maria Alzira, tem sua enxada e ela própria faz questão de cuidar de seu quintal, onde cultiva cana, couve, mandioca entre tantas outras hortaliças e flores. Ela sente prazer em trabalhar e cuidar das suas coisas e de sua casa. Falando das dificuldades da vida, ela raramente olha para isso, uma pessoa que vê tudo com bons olhos e sempre positiva.

E sobre sua saúde, “muito difícil ir ao médico, só tomo remédio para pressão alta. No ano passado fui ao médico e está tudo em ordem, não tenho nada”, conta a senhora que esbanja saúde e vitalidade.

Trabalho que edifica. Falando em boa saúde, Bertolina Carvalho de Souza também é exemplo um grande. Desde cedo começou a trabalhar. “Nasci na roça e naquele tempo a gente não estudava, os pais logo colocavam a gente para trabalhar”, lembra.

Sua vida é resumida em trabalho. Foram os inúmeros locais que ela já teve a oportunidade de estar para trabalhar. Ela afirma dizendo: “Minha vida sempre foi de muito trabalho, graças a Deus. Eu só tenho a agradecer a Ele, de joelhos, e ainda é muito pouco”.

Bertolina diz que a pessoa idosa precisa de uma ocupação no dia a dia. “Não podemos parar de trabalhar, não. Eu cuido do meu jardim, da minha horta, faço um pouco por vez, mas não deixo de fazer”, explica.

Além de todo o trabalho na casa, o serviço pastoral também faz parte de sua vida. Ela participa da Pastoral Vocacional, Apostolado da Oração e do Grupo de Intercessão, e afirma: “Isso ajuda a gente viver melhor, pois envelhecer só dentro de casa não é bom, precisamos dividir nosso tempo com Deus, Ele em primeiro lugar se não nada vai pra frente. A oração que nos ajuda a viver”.

Ser feliz é essencial para o envelhecimento saudável. Um recente estudo divulgado pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU – o Relatório Mundial da Felicidade, aponta que um dos remédios essenciais para uma longevidade saudável é a felicidade.

Bertolina e Alzira são exemplos de que a idade não deve e não atrapalha os planos para cada dia mais ser feliz e estar junto de quem se ama. Manter-se ativo, ocupar a mente e estar junto da comunidade: segredos que ficam para as gerações mais novas.

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