Dom Geraldo Lyrio destaca a importância das Assembleias Gerais para a Igreja no Brasil
CNBB
O arcebispo de Mariana (MG), dom Geraldo Lyrio Rocha, destacou a importância das Assembleias Gerais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no cenário atual e, ao longo da história do Brasil, durante a entrevista coletiva de imprensa, realizada na quinta-feira, 19.
“São 50 Assembleias ao longo dos 60 anos da CNBB. Todas tiveram muita importância tanto para a Igreja quanto para a sociedade”, afirmou dom Geraldo, que foi de 2007 a 2010, presidente da Conferência dos Bispos do Brasil.
O arcebispo completou afirmando que a CNBB tem se posicionado com clareza e prontidão diante das várias questões apresentadas pela sociedade atual.
Dom Geraldo ressaltou que, durante a Ditadura Militar brasileira, muitas vozes da sociedade eram silenciadas e uma das poucas a se pronunciar era a Igreja Católica.
Dom Geraldo explicou ainda aos jornalistas que nos primeiros anos da CNBB as Assembleias não eram realizadas anualmente.
“Nos anos 60, por ocasião do Concílio Ecumênico Vaticano II não se realizaram Assembleias, com exceção de uma Assembleia eletiva. Cada sessão do Concílio durava cerca de quatro meses e ocupada a atenção dos bispos”, acrescentou.
O ex-presidente da CNBB mencionou que celebrar a 50ª Assembleia é motivo de júbilo. “Hoje comemoramos e conseguimos perceber os marcos do quanto estes encontros representaram para nós, pastores da Igreja, e para todo o povo de Deus”, completou.
Missão Continental
“A Igreja se coloca em estado permanente de missão”, afirmou dom Geraldo ao ser questionado sobre os trabalhos da Igreja diante dos desafios de evangelização no Brasil e na América Latina.
Dom Geraldo citou a 5ª Conferência da América Latina e Caribe, realizada em Aparecida, em 2007, que em sua conclusão demonstrou que todos precisam ser discípulos e missionários de Jesus e que esta proposta precisa sempre prosseguir como grande Missão Continental.
“A Missão Continental é um estado de espírito que deve perpassar a todas as dimensões da Igreja”, concluiu.
Missal Romano
Dom Geraldo Lyrio Rocha comentou os trabalhos da Comissão Episcopal para a Tradução dos Textos Litúrgicos (Cetel) na revisão do Missal Romano.
“A revisão tem que ser fiel a tradução do latim. Este é um trabalho demorado pela sua exigência na fidelidade dos textos e riqueza em detalhes”, acrescentou.
Dom Geraldo destacou que é importante reconhecer a necessidade da formação litúrgica mais intensa e mais profunda para favorecer uma participação mais ativa, mais consciente e proveitosa como ensinou o Concílio Vaticano II.
A Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia é responsável por fazer a revisão dos textos litúrgicos. Seu presidente, dom Armando Bucciol, comentou as palavras de dom Geraldo. Segundo dom Bucciol, a revisão da tradução do Missal Romano ainda deve durar alguns anos e é realizada com o auxilio de especialistas.
“Trata-se de uma revisão e adaptação da linguagem que evolui através dos anos e devemos acompanhar essas modificações. A Igreja reza como crê. A oração da Igreja reflete a sua fé, por isso é importante rever e avaliar bem a revisão da tradução do Missal Romano”, completou.