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Artigos › 17/07/2012

Dois anos depois do Sínodo Diocesano

No dia 16 de julho de 2010 concluiu-se o Sínodo da Diocese de São José dos Campos, iniciado em setembro de 2008 com o objetivo de avaliar a sua caminhada pastoral e projetar sua atuação evangelizadora em maior conformidade com as atuais orientações da Igreja e com os novos desafios da realidade.

Como primeiro fruto do Sínodo, D. Moacir entregou a todas as forças vivas da Diocese o Documento Conclusivo com as orientações e princípios para um renovado trabalho evangelizador. Desde então as Pastorais e Movimentos, organizados em nove comissões diocesanas, deveriam transformar esses princípios em projetos pastorais voltados para a superação das deficiências surgidas por causa das características da mudança de época em que nos encontramos e da ausência de Cristo na vida das pessoas.

NOVO IMPULSO – Para muitas pessoas a conclusão do Sínodo significava a solução de todos os problemas encontrados na ação evangelizadora. Não faltou quem achasse que o Documento Conclusivo seria um conjunto de decretos proibindo umas coisas e determinando outras e instalando na Diocese a “sonhada paz na terra”. Não foi assim e nem poderia ser. O Sínodo Diocesano veio trazer um novo impulso para a missão evangelizadora da Diocese de São José dos Campos, que deve acontecer por uma maior atenção aos desafios que a realidade apresenta e pelo esforço de responder a eles com ação missionária permanente, conversão pastoral, santidade de vida, criatividade evangelizadora e compromisso com os mais necessitados.

Na verdade, o Documento Conclusivo foi o pontapé inicial responsável por desencadear outras iniciativas para que ao longo do tempo vejamos efetivadas as propostas surgidas já durante as sessões sinodais e apontadas em seu interior. Um documento de Igreja, seja de âmbito universal, nacional ou diocesano é sempre um referencial que orienta a prática a ser realizada de forma concreta com a criatividade dos seus destinatários e na relação com a realidade, marcada por coisas positivas e aberta a coisas novas. A força de um documento não está tanto na sua letra quanto na maneira como é acolhido e assumido. Quem dá vida a um documento de Igreja é quem o assimila e por ele motivado inicia um novo jeito de fazer as coisas, empregando nisso o melhor de si.

CONHECENDO O DOCUMENTO – Depois da entrega do Documento Conclusivo, iniciou-se um período de conhecimento deste subsídio pastoral. Foram impressos 12 mil exemplares e distribuídos para as paróquias a fim de que todas as lideranças pudessem conhecer seu conteúdo e aplicá-lo às práticas pastorais já existentes. Uma apresentação do Documento foi feita em todas as regiões pastorais pelo coordenador diocesano de pastoral e também nas paróquias que o solicitaram. O Jornal Expressão, a Rádio Mensagem e o site da Diocese foram também canais para tornar o Documento Conclusivo do Sínodo mais próximo de todos os seus destinatários.

As Comissões Diocesanas foram orientadas a elaborar os projetos pastorais sugeridos pelo Documento Conclusivo para o período de quatro anos, depois do que serão avaliados em Assembleia Diocesana. Houve dificuldade para que isso fosse realizado também por causa da novidade que o esquema de comissões ainda representa para todos e, infelizmente, nem todas as Pastorais e Movimentos tomaram parte na elaboração destes projetos o que mostra que o espírito novo do Sínodo ainda não atingiu a todos.

FRUTOS – A Comissão Diocesana para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada realizou um encontro celebrativo em outubro de 2011 com o objetivo de animar os membros das pastorais que a constituem. Foi um momento alegre, que gerou união entre as pessoas presentes e animou a todos em sua vocação e missão.

Dois encontros já foram realizados pela Comissão Diocesana para os Movimentos Eclesiais, Novas Comunidades e Associações, na solenidade de Pentecostes de 2011 e 2012, reunindo os grupos que a compõem com o objetivo de gerar conhecimento e comunhão entre eles. Esse trabalho vem se estendendo através de reuniões periódicas, sobretudo entre os representantes das chamadas “Novas Comunidades” cuja identidade e missão ainda não possuem definição clara.

Buscando atender o que orienta o Documento Conclusivo, a Comissão Diocesana para a Liturgia tem promovido estudos sobre as orientações litúrgicas, tanto em âmbito diocesano quanto nas regiões pastorais, em busca de maior comunhão na compreensão e na prática litúrgica.

O Fórum das Pastorais Sociais foi o grande passo dado pela Comissão Diocesana para Serviço da Caridade, Justiça e Paz, programado para ser permanente e em vista de maior entrosamento e organicidade entre as forças que atuam no atendimento dos mais necessitados.

Dentro da Comissão Diocesana para a Cultura, Educação e Comunicação Social, a Pastoral da Educação vem sendo reestruturada e aos poucos vai ganhando forças para a sua missão tão necessária em nossos dias. A Pastoral da Comunicação também caminha a passos largos rumo aos seus objetivos e responsabilidades, com o surgimento de novas equipes paroquiais e a reestruturação do DECOM (Departamento Diocesano de Comunicação) para atender melhor ao que pede o Documento Conclusivo do Sínodo.

Um fruto excelente produzido no período pós-sinodal foi a criação do CODIPED (Conselho Diocesano das Pastorais e Movimentos das Pessoas com Deficiência) que vem atuando junto às pessoas com deficiência com o objetivo de incluí-las sempre mais na caminhada evangelizadora tanto como destinatários quanto como sujeitos.

O Conselho Diocesano de Juventude, pedido também pelo Documento Conclusivo vai-se estruturando aos poucos, ajudado pelo novo impulso que a preparação para a Jornada Mundial da Juventude vem trazendo para todas as dioceses do Brasil.

Mantendo-se fiel ao seu compromisso missionário, a Diocese de São José dos Campos enviou em setembro de 2012 um padre e uma leiga para trabalhar no Estado do Amazonas, participando do Projeto Missionário Sul 1 – Norte1. Através da Comissão Diocesana para a Ação Missionária está preparando um projeto destinado a facilitar a entrada de todos os membros de pastorais e movimentos no estado permanente de missão que o Documento Conclusivo pede, fazendo eco ao Documento de Aparecida.

TEMPO DE SEMEAR – Dois anos depois da conclusão do Sínodo Diocesano pode-se perceber que a Igreja Particular de São José dos Campos avançou em sua caminhada evangelizadora, colhendo resultados cuja inspiração nasceu do Documento Conclusivo. Entretanto, tratam-se de experiências que carecem de maior sistematização, para atingir de fato todos os níveis (diocesano, regional, paroquial) e ganhar força para transformar as pessoas e a realidade. Muito mais há que ser feito, pois a riqueza apresentada pelo Documento Conclusivo como “aquilo que o Espírito disse à Igreja” ainda precisa ser explorada, descoberta, assimilada e concretizada.

Se o tempo da realização do Sínodo foi empenhativo, muito mais exigente se mostra o período que o segue. Como ainda não estamos no tempo da colheita, mas no tempo de espalhar na terra as sementes que o Documento Conclusivo oferece e de cuidar dos brotos resultantes daquelas que já foram semeadas, procuremos fazer o que nos cabe com a dedicação que isso exige e merece.

A concretização daquilo que propõe o Documento Conclusivo do I Sínodo da Diocese de São José dos Campos está apenas no começo, mesmo que já há dois anos.

Pe. Edinei Evaldo Batista
Coordenador Diocesano de Pastoral

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