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Artigos › 13/11/2019

Dízimo é assunto de fé!

Diante da realidade de uma vida da maioria das pessoas voltada para acúmulo de bens como se fosse garantia para ser feliz, além de apresentar uma falsa segurança, o dinheiro pode até ser tratado como motivo de violência, injustiça e desagregação das pessoas…

Dito isso, afirmo que dízimo é assunto de fé. O recente documento “O dízimo na comunidade de fé: orientações e propostas” (CNBB, Doc. 106) ajuda-nos a corrigir erros e aponta o verdadeiro sentido do dízimo. “Por meio do dízimo, que é uma contribuição motivada pela fé, os fiéis vivenciam a comunhão, a participação e a corresponsabilidade na evangelização” (Doc. 106, n. 5). A missão da Igreja é o anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo. Para isto ela existe e se organiza em comunidades. Pressupõe cristãos evangelizados, que se sintam comprometidos com a comunidade na transmissão e amadurecimento da fé dos batizados.

Por isso, em primeiro lugar, o dízimo é uma questão de fé e não uma forma de captação de recursos para as pastorais e a manutenção das estruturas eclesiais. Ele está relacionado com a experiência de Deus e com o amor fraterno. “A decisão de contribuir com o dízimo nasce de um coração agradecido por ter encontrado o Deus da vida e experimentado a beleza de sua presença amorosa no dia a dia” (Doc. 106, n.12). Reconhecemos que tudo vem dele e, por gratidão, o melhor devemos dar a Ele (cf. 1Sm 2,29). Ao contribuir, de maneira espontânea, “segundo tiver decidido em seu coração” (2Cor 9,7), o cristão confia-se inteiramente a Deus, manifestando que sua segurança está n´Ele depositada.

Dízimo é sinônimo de gratuidade. Tudo em Deus é gratuito. Ele não tem nada a negociar, para comprar ou vender. É errada a compreensão do dízimo como pressuposto para ter direitos em troca: para poder realizar catequese, para poder realizar a celebração do matrimônio ou até para receber graças especiais. Quem contribui com o dízimo não pede nada em troca, pois já se sente agraciado por Deus por tantas bênçãos d´Ele recebidas. O dízimo não é uma taxa ou um pagamento de um imposto. Tem a ver com a maturidade de nossa fé, com o vínculo com a comunidade e com a missão de toda a Igreja.

À medida que o dízimo for consciente, fruto de uma decisão de fé madura, não será mais necessário buscar recursos por meio de festas, que terão seu verdadeiro significado como a oportunidade da comunidade se encontrar, rezar e festejar, sem a preocupação de obter recursos para investimentos materiais. Assim compreenderemos que o melhor investimento que uma comunidade pode fazer é na formação cristã de seus membros e na ajuda aos necessitados.

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Pe. Ronildo Aparecido da Rosa
Pároco da Paróquia São Vicente de Paulo

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