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Comunhão e Partilha possibilita formação de seminaristas em dioceses pobres

CNBB

Com a proposta de ajudar na formação de seminaristas de dioceses pobres, foi aprovado, em 2012, pelo episcopado brasileiro, durante a 50ª Assembleia Geral da CNBB, a criação do fundo “Comunhão e Partilha”. A Comissão Especial para a Solidariedade é presidida bispo de Parnaíba (PI), dom Alfredo Shaffler. Desde a implantação do projeto, mais de 260 seminaristas estão podendo cursar a formação. Este ano, o fundo pretende auxiliar financeiramente 300 estudantes da Teologia e Filosofia, provenientes de 45 dioceses.

Durante a 53ª Assembleia Geral da CNBB, realizada de 15 a 24 de abril, em Aparecida, dom Alfredo apresentou ao plenário os resultados do Projeto Comunhão e Partilha. Os bispos das dioceses beneficiadas com o fundo testemunharam o que mudou após a implantação da iniciativa.

“Este projeto tem um longo caminho que nós percorremos. Começou a suscitar a partir de fatos concretos quando se percebeu que temos dioceses cuja situação econômica é mais do que precária”, comenta dom Alfredo. O bispo, recorda, ainda, que durante o levantamento, encontrou uma diocese que, por sete anos, não acolheu nenhum seminarista, por falta de recursos financeiros para custear os estudos dos seminaristas.

Como funciona

Após levantamento, as dioceses e prelazias que não têm recursos para custear plenamente a formação de seus seminaristas foram classificadas em três grupos: o grupo A, com renda mensal até R$ 10 mil; e o grupo B, com renda mensal até R$ 20 mil; e o grupo C,  até R$ 30 mil. Para cada grupo é repassado um valor, sendo o primeiro de dois salários; o segundo, um salário e meio; e por fim, o grupo C, que recebe um salário por cada estudante. O valor é depositado na conta da diocese, responsável por pagar a mensalidade dos estudos dos seminaristas em institutos ou faculdades de Filosofia e Teologia que tenham reconhecimento pelo Ministério da Educação (MEC).

Por decisão do Conselho Permanente, inicialmente foram atendidas as dioceses e prelazias do grupo A, até que o recurso permita atender ao grupo B e C. Todas as dioceses, desde julho de 2012, passaram a depositar 1% de sua renda ordinária fixa – recebida mensalmente das paróquias, dos santuários, dos aluguéis e de outras entradas – todo dia 30 de cada mês. A diocese beneficiada deve informar à CNBB o nome do seminarista, bem como enviar um relatório anual da ajuda recebida e sua aplicação.

Dioceses beneficiadas

No período de 2013 e 2014, o projeto “Comunhão e Partilha” beneficiou 44 dioceses brasileiras, contribuindo com a formação de 264 seminaristas.

A diocese de São Gabriel da Cachoeira (AM), cujo bispo é dom Edson Damian, é uma das beneficiadas do fundo. “Este projeto nasceu em momento oportuno e necessário para auxiliar as dioceses pobres, como é a nossa diocese, a mais isolada e com a maior população indígena”, revela o bispo.

Dom Edson conta que, este ano, oito seminaristas iniciaram os estudos de Teologia, por meio da ajuda do projeto Comunhão e Partilha. Todos eles são indígenas e de diferentes etnias. Essa é também uma das preocupações do projeto: possibilitar a formação de um clero autóctone, ou seja, proveniente da cultura local. Ao todo, a diocese de São Gabriel da Cachoeira conta com treze seminaristas de Teologia que recebem o auxílio financeiro.

“Sem essa ajuda do Comunhão e Partilha não teríamos nenhuma condição de manter os estudos dos nossos seminaristas e pegar as mensalidades que somam mais de vinte e três mil reais. E os frutos poderemos ver em breve, quando teremos um clero autóctone, falando a língua local; uma Igreja com rosto indígena”, diz dom Edson Damian.

Outro diocese beneficiada com o recurso é Barra (BA), que mantém oito seminaristas nos estudos de Filosofia e Teologia, com ajuda do Projeto Comunhão e Partilha. “Nossa diocese é muita carente e nunca teríamos condições de manter os seminaristas sem essa ajuda providencial. Queremos agradecer muito aos nossos irmãos bispos pela partilha que têm possibilitado a formação de novos padres”, comenta o bispo de Barra, dom Flávio Cappio.

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