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Artigos › 08/03/2018

Como Franz é visto pela Igreja

Tocou o telefone e eu fui atender. Alguém me disse: “Padre João, tenho uma tristíssima notícia para lhe dar. O Franz morreu, foi barbaramente assassinado”. É difícil dizer o que senti nesse instante. O boníssimo, o piedoso Franz, assassinado, trucidado por mãos criminosas. Como compreender essa monstruosidade?

Os primeiros cristãos, inocentes, eram levados aos tribunais e condenados, recebiam a sentença com sorriso nos lábios e a alegria no coração. Estavam prontos para tudo, porque já viviam mais pra Deus do que para si mesmos. Empolgados pela doutrina do Evangelho, podiam dizer com São Paulo: “Não sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim”. E, neste século moderno, perturbado por tantos erros e vícios, neste século de luxúria e corrupção, quando tudo conspira contra Jesus Cristo e seus leais heroicos servidores, Franz era um cristão renascido das catacumbas. Viveu e morreu como os primeiros cristãos. Entregou-se inteiramente ao serviço de Deus e do próximo. Amou e escolheu a prática das virtudes, do sacrifício, da renúncia. E como cristão verdadeiro tornou-se um verdadeiro missionário da cruz redentora de Cristo.

Em seu lar, sem ter recebido ordens sacras ou professado os votos da religião, foi o autêntico missionário leigo, que gastou sua vida jovem nas celas das prisões, entre criminosos e condenados. Pregando, doutrinando, rezando neste ambiente de desespero e de revoltas, procurava ganhar dos condenados a esmeralda preciosa de suas almas para o grande e supremo conquistador, Jesus Cristo. E foi nesse ambiente de trabalho, feito de renúncias e de sacrifício, que Franz tombou gloriosamente como verdadeiro mártir pela causa de Cristo e de seus irmãos sofredores. Franz morreu. Mas sua memória perpetuará sempre como um exemplo para nós.

Que nessa paróquia de São José, onde ele morou e realizou o seu belíssimo e sublime apostolado, onde todos o admiravam pela sua profunda piedade, o seu nome seja uma bandeira pra inspirar novos e muitos apóstolos de Jesus Cristo. Em nosso coração foi erigido um monumento, onde foi colocada a imagem inesquecível de Franz. E em toda a nossa vida diremos aos cristãos de amanhã que, nesta cidade, na Paróquia de São José, viveu um jovem apóstolo do Evangelho e mártir da Igreja de Jesus Cristo, em defesa de irmãos sofredores. Franz morreu como viveu: santamente.

Pe. João Marcondes Guimarães
Falecido, foi, por muitos anos, pároco da Matriz São José

 

Fragmento do livro Franz de Castro Holzwart – Mártir da Pastoral Penitenciária
Mário Ottoboni – Editora Paulinas, 2010, pág. 61 e 62

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