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Artigos › 27/01/2020

Com o tear da comunicação em mãos

Aproxima-se o Dia Mundial das Comunicações para lembrar-nos que somos comunicação muito mais do que praticamos comunicação pelos seus múltiplos e complexos meios.

Para este ano de 2020 o Papa Francisco agiganta um tema-realidade: a imprescindibilidade da narração, “para que possas contar e fixar na memória”, dando status de paradigma a esta mensagem de Êxodo 10,2.

Fazer comunicação é fazer narração de histórias e ao mesmo tempo criar narrativas da vida presente com uma finalidade urgente: “para não nos perdermos”, para protegermos nossas raízes e delas não sermos arrancados, pela “confusão de vozes e mensagens” que nos atropelam diariamente.

Quando narramos, ensina o Papa Francisco, tecemos nossas histórias para “compreender e dizer quem somos”, o que fazemos, que sentido tem nossa existência. Revelamo-nos. Fortalecemo-nos para enfrentar os momentos mais difíceis da vida, tornando-nos corajosos.

Para tecer as narrações é preciso usar os “teares” da comunicação. Aqui está o ponto! Colocar os teares da comunicação a serviço das boas histórias e não o contrário.

Somos chamados a empunhar o tear da comunicação para os graves e necessários enfrentamentos dos fake news e deepfake, as notícias e os vídeos mentirosos, manipulados, falsos, que não narram a história humana, mas, ao contrário, a menosprezam e destroem.

Se por Jesus devemos ser especialistas em humanidade, em sua história, centro da Bíblia, a narrativa da “grande história de amor entre Deus e a humanidade”, reconhecemos a “perfeição deste amor de Deus pelo homem e, ao mesmo tempo, a história de amor do homem por Deus”.

O ser humano será sempre “contador” dessa História, pessoa a pessoa, família a família, comunidade a comunidade, geração a geração. E a cada vez que ela é contada a nossa história se renova e torna-se digna de também ser contada por inúmeras e belas narrativas, já que “não existem histórias humanas insignificantes ou pequenas, depois que Deus Se fez história”.

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Agentes da PASCOM espalhados por este imenso Brasil, jornalistas, publicitários e relações públicas, assessores de comunicação, cineastas, teatrólogos, internautas, escritores, artistas plásticos, músicos, padres, leigos, bispos, jovens, idosos, homens e mulheres, evangelizadores… tomemos o tear da comunicação em mãos, façamos da vida, história; “para que possas contar e fixar na memória” (Ex. 10,2).

Ao papa Francisco, tão inspirado reformador e narrador de histórias, por atitudes, gestos e palavras, agradecemos, enquanto rendemos graças a Deus por sua história.

Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães
Bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG)
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB

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