Casa dos avós: doces lembranças para os netos
A participação dos avós na vida dos netos é tão importante quanto a presença dos pais na vida dos filhos. Embora minha infância já tenha passado, as lembranças dos meus avós são tão vivas na minha memória, como se tudo que vivemos juntos tivesse acontecido ontem. Quem já passou alguns dias de férias na casa dos avós certamente tem boas recordações. Algumas atividades simples, como conhecer a casa e os locais onde nossos pais foram criados, a escola onde estudaram ou ver as fotografias da época, nos ajudaram a estreitar os laços com uma geração passada. Principalmente, através dos causos de família, narrados ao ritmo da (o) vovó (ô), passamos a conhecer a história dos nossos pais quando crianças.
Dependendo da intensidade do relacionamento entre netos e avós, facilmente, a criança irá obedecer aquele com quem passa maior parte do dia. Essa influência acontece quando os netos vivem cotidianamente sob os cuidados dos avós, por exemplo, quando os pais trabalham fora. O contato com a maneira e os hábitos da “casa da vó” serão percebidos no comportamento das crianças, seja na maneira de falar, de se comportar ou até mesmo em hábitos simples como atender ao telefone. Com isso, os avós acabam passando por algumas dificuldades de convivência, não com a nova geração, mas com os pais de seus netos.
Os conflitos entre os adultos podem ser estressante quando os avós, na intenção de fazer o melhor para os netos, interferem na educação aplicada pelos pais. Contudo, mesmo que seus compromissos sejam grandes, não cabe aos avós assumir a responsabilidade outorgada aos pais.
Geralmente, na casa dos avós, comer doces antes do almoço, deitar sem escovar os dentes ou fazer xixi na cama parece não ser o maior pecado do mundo… Mas isso não significa que os pais devam proibir suas crianças de visitá-los. A eles cabe apenas buscar o equilíbrio dessas visitas e ajudar seus filhos a perceberem que em cada casa há um ritmo próprio.
Acima de tudo, estes momentos de convivência na casa dos avós são fundamentais, pois nossas crianças não esquecerão das brincadeiras, dos passeios, das piadas, entre outras coisas boas que fizeram parte do tempo de infância; do mesmo modo, que eu não posso esquecer de outras épocas quando, com outros primos, brincávamos na oficina e com as “preciosas” ferramentas do meu avô “Tonho”.
Um abraço especial aos avós e também aos bisas!
Dado Moura
Escritor, produz conteúdo para o portal Canção Nova,
e recentemente publicou o livro “Lidando com as Crises”,
pela editora Canção Nova.
Muito bom viver com os avós