Bento XVI no Angelus: “Tudo passa, mas a Palavra de Deus não muda”
Rádio Vaticano
“Jesus não é um ‘vidente’ e se ele fala do fim do mundo o faz, para dar uma “chave de leitura essencial” sobre o destino do homem”: foi o que disse Bento XVI durante o Angelus recitado, neste domingo, da janela de seus aposentos que dão para a Praça São Pedro.
O Santo Padre explicou o trecho do Evangelho de Marcos que se lê neste domingo em todas as igrejas do mundo, no qual há um discurso “escatológico” de Cristo, que explica “os últimos tempos”.
O discurso de Jesus, – disse Bento XVI – “é provavelmente o texto mais difícil dos Evangelhos” e a sua dificuldade deriva seja do conteúdo, seja da linguagem: fala de um futuro que supera as nossas categorias, e por isso Jesus utiliza imagens e palavras tiradas do Antigo Testamento, mas especialmente insere um novo centro, que é Ele mesmo, o mistério da sua pessoa e da sua morte e ressurreição”.
Há no trecho evangélico de hoje – continuou o Papa – “imagens cósmicas de gênero apocalíptico” como o sol que vai ficar escuro e a lua que não brilhará mais, mas Jesus não as usa como um “vidente”.
De fato, – recordou o Papa – “sabemos que na Bíblia a Palavra de Deus é a origem da criação” e “esse poder criador da Palavra divina se concentrou em Jesus Cristo”. “Por isso – sublinhou Bento XVI – Jesus não descreve o fim do mundo, e quando usa imagens apocalípticas, não se comporta como um ‘vidente’.
“Pelo contrário, – prosseguiu Bento XVI – Ele quer tirar seus discípulos de todos os tempos da curiosidade por datas, previsões, e em vez disso quer dar a eles uma chave de leitura profunda e essencial, e, especialmente, indicar o via justa a ser percorrida, hoje e amanhã, para entrar na vida eterna”.
“Tudo passa – lembra-nos o Senhor -, mas a Palavra de Deus não muda e perante essa cada um de nós é responsável pelo seu próprio comportamento.
Também nos nossos tempos – finalizou o Papa – não faltam calamidades naturais, e infelizmente, não faltam também guerras e violências. Também hoje temos necessidade de um fundamento estável para nossa vida e para a nossa esperança, ainda mais por causa do relativismo em que estamos imersos. Que a Virgem Maria nos ajude a acolher este centro na Pessoa de Cristo e na sua Palavra”.
Nas saudações em várias línguas o Santo Padre falando em espanhol, recordou a figura da Beata Maria Crescencia Perez, religiosa da Congregação das Filhas de Maria Santissima do Horto, elevata neste sábado às honras dos altares, em Pergamino, na Argentina.
Ela viveu na primeira metade do século passado – recordou Bento XVI – e é modelo de docilidade evangélia animada pela fé. “Louvemos o Senhor pelo seu testemunho”.