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Assembleia das Igrejas Particulares reúne lideranças pastorais do Estado e reflete caminho sinodal

Durante último sábado, dia 30 de outubro, representantes das arquidioceses, dioceses, pastorais, movimentos e organismos do Estado de São Paulo estiveram reunidos, de forma on-line, para a realização da 42ª Assembleia das Igrejas Particulares (AIP).

Dom Cesar, Pe. Cláudio (Coordenador diocesano de Pastoral), Pe. Djalma (Vigário geral) e o leigo José Carlos (Coordenador da CF na Diocese), participaram deste momento representando a Diocese de São José dos Campos.

Com seis arquidioceses, 36 dioceses e grande número de agentes de pastoral, o Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) refletiu com suas lideranças a sinodalidade em meio à realidade social e eclesial. A 42ª edição da AIP “é a expressão da comunhão, participação e missão da Igreja no Estado de São Paulo”, ressaltou Dom Luiz Carlos Dias, Secretário do Regional que, há duas semanas, foi nomeado pelo Papa Francisco como bispo diocesano de São Carlos.

Os arcebispos, bispos, padres, religiosos e agentes de pastoral iniciaram o encontro digital com a reflexão do contexto político, social e eclesial do país a fim de que a atividade da Igreja seja exercida a partir da realidade das pessoas, tendo sempre o Evangelho como critério fundamental. “A Palavra de Deus e a Doutrina Social são pressupostos essenciais para defendermos a vida e a dignidade do nosso povo”, motivou, de Brasília (DF), o assessor político da CNBB, Pe. Paulo Renato Fernandes Gonçalves de Campos, que é do clero de São José dos Campos.

“A vida eclesial não pode escorregar para a polarização política! Para nós, o importante não é ser de direita ou de esquerda, mas ser fiéis ao Evangelho de Jesus Cristo que nos pede para estarmos atentos e sensíveis a todos, sobretudo dos mais pobres”, destacou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, após a análise de conjuntura e reflexão sobre a presença samaritana da Igreja na sociedade.

Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo Metropolitano de Brasília, participou da AIP como assessor. O conferencista, que até o ano passado estava à frente da Diocese de São Carlos, discorreu sobre a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e caribenho, realizada em Aparecida no ano de 2007. O texto, conhecido como Documento de Aparecida, constata a realidade do ser humano em meio à crise de sentido enfrentada no cotidiano e propõe o discipulado com Jesus como expressão da missão da Igreja, povo de Deus, no mundo.

“Não há amizade com Jesus sem a comunhão e a missão eclesial”, afirmou Dom Paulo Cezar ao convocar os participantes à reflexão sobre a unidade evangelizadora por meio da conversão pastoral, “abandonando as estruturas que não favorecem a ação missionária”, disse.

Sobre a sinodalidade, a reflexão foi conduzida pelo bispo diocesano de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, que discorreu sobre o tripé unidade, testemunho e missionariedade. “Só existe uma Igreja sinodal onde há comunhão e participação, base sólida da missão”, realçou.

“Pelo Batismo, o sangue de Cristo corre na veia de todos os batizados”, disse o assessor ao explicar que, ao receber o batismo, os cristãos se tornam iguais em dignidade e diversos somente nas funções e, por isso, devem abraçar a missão de anunciar a Jesus na realidade cotidiana.

Diante da reflexão do Documento de Aparecida e das inúmeras menções ao Sínodo 2021-2023, a agente Mônica Lopes, da Pastoral Fé e Política do Regional, evidenciou o desejo dos leigos e leigas: “queremos caminhar juntos e juntas na sinodalidade que o Papa Francisco nos propõe. Queremos que o nosso serviço à Igreja que amamos tanto seja reconhecido e valorizado, seja motivado e estimulado, porque tudo o que fazemos está diretamente vinculado ao Evangelho de Jesus Cristo que nos ensina a não nos calar diante das injustiças sociais, das exclusões e das marginalizações”.

Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo diocesano de Mogi das Cruzes e Presidente do Regional Sul 1, finalizou o encontro dizendo que “a Assembleia on-line de nossas Igrejas Particulares reuniu nossas lideranças e refletiu temas importantes. Agradeço a todos os participantes”.

CARDEAL DA ESPERANÇA

Desde o último dia 14 de setembro, a Arquidiocese de São Paulo comemora o centenário de nascimento do Cardeal Paulo Evaristo Arns, falecido em 2016. Figura importantíssima no cenário nacional, o “Cardeal da Esperança”, como ficou conhecido, incentivou as pastorais sociais e trabalhou pela liberdade nos tempos da ditatura.

Após um vídeo comemorativo, sobre as diversas atividades que recordam a vida do 5ª Arcebispo de São Paulo, aos participantes, Dom Odilo afirmou que as iniciativas foram pensadas “para que se mantenha viva a memória daqueles que conheceram o Cardeal da Esperança e para que a nova geração, que não teve contato com ele, possa conhece-lo” e completou que Dom Paulo “representou uma palavra forte de esperança num período bastante tenebroso da história de nosso país”.

DECISÃO MISSIONÁRIA

Desde 2016, o Regional Sul 1 da CNBB decidiu ajudar com recursos humanos e materiais a Diocese de Pemba, Moçambique, África.

O território da Diocese africana abrange uma área de cerca de 82.625 km² com uma população de cerca 2 milhões de habitantes, dos quais 30% são católicos. A falta de padres e de recursos básicos, diante do cenário político conflituoso, compreendem os maiores desafios enfrentados pelos habitantes locais e pelos paulistas que lá colaboram com a atividade missionária.

“No compromisso missionário está a entrega total de estar ao lado do povo sofrido! Agradecemos a colaboração do Regional Sul 1 em nosso território diocesano. Diante da falta de segurança, seja social e econômica, temos em Deus a única certeza”, afirmou Dom António Juliasse Ferreira Sandramo, Administrador Apostólico da Diocese de Pemba que, on-line, falou aos participantes da AIP.

Ao recordar e agradecer o auxílio financeiro e humanitário prestado pelo regional paulista à diocese africana, o Pe. Adriano Rodrigues, do clero de Jundiaí, deu testemunho da atividade pastoral e, de Pemba, explicou que ele e os demais missionários “vivem distantes uns dos outros e as dificuldades são muitas” e pediu à Igreja em São Paulo que envie mais pessoas para a atividade missionária além fronteiras.

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