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Arquidiocese de Porto Alegre e Cáritas criam kits solidários para ajudar vítimas das enchentes no RS

Diante da tragédia climática no Rio Grande do Sul, que causou 172 mortes e deixou quase 580 mil pessoas desalojadas, serão criados kits para serem distribuídos às famílias afetadas: eles podem conter desde lava-jato, botas, luvas, rodos e água sanitária até itens pensados para refazer uma cozinha ou um quarto. “Estamos tentando buscar fundos para subsidiar isso em favor da população. Não faltam desafios para uma situação que vai perdurar no tempo”, disse dom Jaime Spengler, presidente da CNBB.

O arcebispo de Porto Alegre e também presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, tem atualizado a situação na capital gaúcha após a tragédia das enchentes que já completou um mês. Na madrugada desta segunda-feira (03/05), voltou a chover muito forte e “alguns lugares foram sendo tomados novamente pelas águas, não tanto pelo volume de chuva, mas pelo vento sul que represa a Lagoa dos Patos e consequentemente o Guaíba”:

“Então, os bueiros começam a verter água para fora e vão invadindo ruas que já estavam secas. Uma situação bem delicada. Outra coisa que eu destacaria é o processo de limpeza que estava sendo feito ou que está sendo feito… é uma tragédia! Estive hoje visitando e passando por algumas regiões, e as montanhas de lixo, de móveis, de tudo que nós podemos imaginar, é uma coisa impressionante. Por outro lado, o cheiro forte, o odor de podre de água parada, de esgoto, é uma coisa impressionante, chega a fazer mal.”

A preocupação maior agora, comentou ainda dom Jaime, além da segurança dos abrigos e das ruas, e os pontos de acúmulo de lixo, é com o surgimento de doenças, entre elas, aquelas provenientes “da contaminação que vem do contato com a água das enchentes”:

“Alguém me dizia que isso deve permanecer no tempo, porque depois a própria poeira que fica, conserva vírus, bactérias e etc. Tiveram ilhas aqui da região do Guaíba onde os bancos de areia chegaram a um metro e meio, quase 2 metros de altura.”

A solidariedade em doações e voluntariado

Segundo dados divulgados nesta terça-feira (04/05) pela Rede Hidrometeorológica Nacional, o nível da água do Guaíba, na capital gaúcha, apresentou recuo de 10 centímetros na madrugada, ficando a 3m48cm, abaixo da cota de inundação na estação Usina do Gasômetro. Já foram confirmadas 172 mortes em razão das enchentes no Rio Grande do Sul. O boletim atualizado da Defesa Civil desta segunda-feira (03/05) ainda contabiliza 806 feridos, 42 desaparecidos, 37.154 pessoas em abrigos, 579.457 desalojados, com mais de 2 milhões de afetados em 475 dos 497 municípios gaúchos.

O arcebispo de Porto Alegre comentou que, em meio à tragédia climática, a solidariedade em termos de doações que chegam do Brasil e de fora do país tem se destacado “talvez como uma experiência ainda não vista na nossa história recente, tamanha a solidariedade de todos”. Além disso, dom Jaime enaltece a atuação massiva de voluntários:

“Depois o voluntariado também, embora agora, depois de um mês, os voluntários estão cansando. Então isso também está se tornando um desafio para nós, nas nossas comunidades, igrejas e espaços onde flagelados estão sendo acolhidos, onde muitos estavam sendo atendidos por voluntários.”

A distribuição de kits às famílias necessitadas

As doações que têm chegado à Arquidiocese de Porto Alegre, vindas de dioceses, paróquias e entidades, estão sendo encaminhadas para a Cáritas que dá o destino final. Eles trabalham com 90 funcionários que direcionam um trabalho também de promoção humana e social:

“Eles recolhem habitualmente doações da cidade, como eletrodomésticos que as pessoas se desfazem e móveis. Ali eles possuem oficinas que tentam recuperar o que pode ser recuperado e depois é revendido por um preço módico, a quem busca esses eletrodomésticos e esses móveis. E as pessoas que trabalham nessas oficinas são aprendizes, liderados por um técnico.”

A próxima iniciativa será a criação de kits que serão distribuídos conforme a necessidade das famílias e comunidades afetadas. Um dos kits, por exemplo, será composto por lava-jato, botas, luvas, rodos, água sanitária. Outro será pensado para a cozinha e formado por panelas, talheres e itens do gênero. Um terceiro kit poderá conter um pequeno guarda-roupa, colchão e talvez cama.

“E estamos tentando buscar fundos para subsidiar isso em favor da população. É um trabalho meticuloso, muito bem conduzido e que realmente merece todo nosso reconhecimento. É um trabalho sério e não faltam desafios. A situação vai perdurar no tempo, sem dúvida nenhuma, nós teremos ainda não só semanas, mas meses difíceis pela frente.”

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Vatican News

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